19 novembro 2016

Coisa boa é você como tema

Quero falar de poema
Para falar de você
Meu tema
Ponto X da minha inspiração
É você terceira pessoa em nossos pronomes

Eu falo já não é à toa
Você direção do meu indicador

Linda pele, linda cor
É aquele algo mais
Quanta alegria me traz

Você 4 letras igual ao amor
Inspirou-me a compor
Este doce poema
Ao me inspirar senti o firmamento
Fitando o seu olhar
Vejo o grande momento

Coisa boa é você como tema
Ouço cantar e num solfejar
Assim componho meu poema




E você vai assim, me inspirando, mesmo eu querendo cada vez mais me enfiar dentro de mim. Eu só vou além para manter essa fogueira acesa, tudo por você, minha pessoa do passado, presente e futuro. Se eu for parar pra pensar, não faria nada se não tivesse sua motivação, sua provocação e seu riso e amor ao final.

De certo o sol só brilha depois que você acorda. A chuva só cai quando você chora. E o meu mundo é assim, em torno do teu olhar. Vem sendo assim desde o primeiro oi e se repete todo dia.

Amo um tanto gigantesco.

VIVA A NEGUINHA!

27 setembro 2016

Cosme, Damião e Mariazinha


Repostando! Sete anos depois e a saudade é ainda maior. (original em 27/09/09)


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"Lá no céu tem três estrelas
Todas três em carreirinha
Uma é Cosme, Damião
A outra é Mariazinha"


O ponto das crianças era sempre cantado com mais força. Lá no terreirinho, era o que mais passava energia positiva e a festa delas era sempre a mais esperada. Sinto cada vez mais saudade daquela nossa macumba, principalmente no dia de São Cosme e Damião.

Foram milhares de histórias fantásticas nessas ocasiões. Além da comilança, havia muita farra. Até mesmo os pretos-velhos, caboclos e até ciganos, quando passavam para saudá-las, quebravam protocolos contagiados pela alegria. A molecada dava de ombro e apenas aguardavam impacientemente sua hora, brincando com as bexigas penduradas em enorme quantidade no teto do terreiro. Como giravam aquelas bexigas!

Depois da espera, eis que surgiam a Martinha, o Pedrinho, a Terezinha e, claro, Mariazinha. Mariazinha era a dona do pedaço. Jogava comida e "talaná" em todo mundo, agarrava os "tio comprido" que a pajeavam e incitava os amiguinhos a pegarem mais doces do que o havia permitido. Certa feita, ao comer um pé-de-moleque, perdeu um dente. Chorou, inconsolável, por longos 20 segundos, até encontrar uma bala que cabia certinho no buraco do canino esquerdo.

Causos como esse eram regra e registro mais dois inusitados que marcaram. O primeiro aconteceu no ano em que o Senna morreu. Nessas festas, os vizinhos ajudavam com as oferendas e, por conta disso, vinham menos ressabiados para participar. Inevitável haver incautos sem a exata noção da simbologia e significância da cerimônia, e um deles perguntou sobre o falecido. A réplica veio na lata:

- Ele tá triste e não sabe que morreu. Aliás, esse papo também é triste, e eu não quero falar disso porque hoje é minha festa! - Nada como a sinceridade infantil...

O segundo caso, porém, foi o mais surpreendente. Minha avó era presença certa quando rolavam essas bagunças. Estava ela lá no fundo do salão, quietinha como sempre, quando desce um menino de uns 9 anos no Beto - um negrão de 2 metros de altura. Meio de canto, ele chama minha vó e os dois começam a conversar. Em japonês.


Essas histórias e a paz em nossa alma depois daquelas festas me fazem cada vez mais saudoso. Era um tempo de alegria e união. Com os anos, as vidas foram se separando e hoje nada mais resta do terreiro a não ser as boas lembranças. Essas, juro, têm um espaço cativo no meu peito.

Salve as crianças!

29 maio 2016

11


Outro dia achei engraçado quando você falou dos nossos 11, mais assustada que em dia de convocação da seleção. "Como pode tudo isso?", foi a pergunta. Talvez impossível para você naquele seu coração peludo (de mentirinha), mas é a mínima retribuição àquela pergunta em cima do caminhão. Então 11 é só o começo.

A cada dia nosso eu fico que nem criança no Natal esperando por essa pergunta, que você insiste (e espero que continue) em fazer, como se houvesse outra resposta possível. Eu, que acostumei com nada, quando tive muito me lambuzei.

Mas acho que não é assustador o que passou. Estamos provando dia-a-dia aquela história de envelhecer ao lado - porque eu vou te falar: a juventude nos abandonou. 1 ao lado de 1, 1 fazendo de 1+1 um belo time. Tem tanta coisa que, para mim, a coisa está só esquentando.

Você realmente não sabe o que me causa lembrar de 11 anos atrás. Cachorro correndo atrás do rabo pode ser uma boa imagem, já que foi a maior alegria que esse coração sem sentimentos provou. Porém acho que eu prefiro uma metáfora mais calma, como ESPERAR FLORES CRESCEREM NO JARDIM...

Amo-te pelos 11 e por mais 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, 1, ...



"Tu y yo
Más que dos
Carne de mi carne, huesos de mis huesos
El talón de aquiles de mis pensamientos
Mi polÍtica de amarte tanto que

Como lluvia en el agua fría
Yo te busco en las orillas
Con la piel de una noche tibia
Cubre este amor

Cada día

Tu y yo
Más que dos
El espejo de mi corazon abierto
La manzana de la dieta de mis besos
Mi resolucion de amarte tanto que

Como lluvia en el agua fría
Yo te busco en las orillas
Con la piel de una noche tibia
Cubre este amor

Cada dia

Y me despierto con el concierto de tu cabello y el mío
Y un sin fin de te quiero
De te quiero

Como lluvia en el agua frÍa
yo te busco en las orillas
con la piel de una noche tibia
Tu me arropas cada día

Como lluvia en el agua frÍa
Yo te busco en las orillas
Con la piel de una noche tibia
Cubres este amor

Cada dia"