30 maio 2011

A casa do povo tem que acolher o povo


O início da construção do estádio em Itaquera me força pitacos que provavelmente irão desagradar a grande maioria. Digo, primeiramente, o de sempre: estádios devem ser públicos, todos eles. A função social do futebol deveria constar na Constituição e políticas públicas de inclusão por meio dele é mais que obrigação do Estado. Dito isso, eis as considerações:

- não me vejo longe do Pacaembu, por razões históricas e emocionais. Toda a minha formação de torcedor se deu ali e aquele espaço é a casa do povo paulistano e, por analogia óbvia,
do Corinthians;

- nas condições atuais, cair na onda de estádio próprio é se submeter às pressões da
imprensa esportiva, que sempre alimentou esses ideários babacas para fazer valer as verdades daquele clube a quem ela presta serviço;

- é óbvio, é claro, é evidente que o povo já tão excluído das arquibancadas não terá acesso ao novo estádio. Não são bem-vindos hoje em dia no Estádio Municipal por causa dos preços exorbitantes, que dirá num lugar construído a partir de recomendações da assassina Copa 2014;

- a alienação em torno desse vai-não vai das obras me dá sono e certa irritação. Trata-se de um sinal fortíssimo do marketing e do futebol moderno ganhando cada vez mais espaço nas trincheiras corinthianas, sendo que o processo deveria ser o inverso. O Corinthians sempre foi resistência, mas a torcida se distancia de sua sina a passos largos;

- todas os últimos fracassos e imbecilidades promovidas pela diretoria incompetente - a mais recente é a descaracterização do time via camisa grená - serão anistiadas. Irão elevar Andrés Sanchez ao posto de maior presidente da história. O loteamento de espaços no estádio privilegiará castas que outrora deveriam protestar e a paz reinará aos homens de bem;

- mais profundidade sobre o tema eu já havia dado no post "Corinthians nas mãos erradas";

- o Filipe também deixa palavras interessantes e necessárias sobre o caso, citando a precisão do Corinthians Varzeano e lembrando que temos sim uma casa além do próprio Municipal: o monumental e glorioso Estádio Alfredo Schürig.

ACORDA FIEL!

29 maio 2011

Seeeeis!

"Quando a gente ama qualquer coisa serve para relembrar".

Mas não são qualquer coisa, são sempre constantes descobertas nesses seis anos que minha Evinha carrega o pacote oriental em sua boléia. Há tanto que se dizer numa hora dessas que, no fim, as palavras não aparecem.

Aprendizagem, emoções divididas, a eterna briga futebolística e a cumplicidade em diversas facetas são as tais coisas, nem um pouco qualquer.

Pois se me faltam palavras, digo o que bate no peito, que aliás é aquilo que desde sempre aconteceu: AMO TE, MINHA ÍDALA!

23 maio 2011

Tantã e a Revolução Corinthiana


O texto a seguir é complemento meu ao post do Anarcorinthians, que foi mote do último "100 Anos de História", programa ancorado pelo irmão Filipe lá na Rádio Coringão, todas as sextas, às 21h. Fala do grande Tantã, referência máxima a todo corinthiano:


"Entender a importância e levar adiante todo o legado que Tantã deixou é saber de nosso papel daqui para frente. O Corinthians, nesse primeiro ano de seu segundo Centenário, passa por uma crise que vai além das pífias apresentações do time principal em campo. Aliás, esses fracassos recentes são nada mais que o reflexo do abandono à causa corinthiana iniciada em 1910. O mais materialista dos homens se rende à Mística Corinthiana por conta da complexidade de forças que atuam em torno de nosso querido clube e, dessa forma, quando esse mesmo homem esquece de onde veio, o calo começa a apertar.


Falei em nosso e o Corinthians é nosso mesmo. Nosso e impessoal, como queria Tantã. Não ter essa concepção é atitude passível de severa punição - lembremos o caso de um garoto que quis processar o Corinthians para levar uma graninha sobre a música "Bando de Loucos", cuja pena foi o auto-exílio das arquibancadas, porque nunca mais foi visto por lá. O "nosso" em questão, portanto, tem o sentido mais puro da coletividade, tão próximo às origens alvinegras.

Voltemos, então, ao que é nitidamente visível e necessário ao Corinthians de hoje. De tempos em tempos, como aconteceu com Tantã e conforme foi renovado pelos Gaviões da Fiel em sua criação, carecemos de uma transformação guiada pelo desprendimento total do individualismo. Lideranças, sempre escolhidas por todos como o representante de um pensamento coletivo, são apenas para que se dialogue com o mundo exterior. Precisamos nos mobilizar, seja nas ruas, na escola, na faculdade, no trabalho, dentro do clube e nos estádios, e nos guiar pelo pensamento único de um Corinthians para todos.

Como pingo d'água em pedra, é preciso repetir a faceta transgressora do Corinthians e aplicá-la num ponto de vista que abrange as relações político-sociais de forma ampla. Nota-se tal função desde a fundação até quando derrubamos o inominável ditador que há pouco fazia das suas no Parque São Jorge, naquilo que pode ser considerado o último levante da Fiel Torcida. O Corinthians nasceu para subverter a ordem e mostrar a força da união do povo. Somos, por exemplo, a única torcida reconhecidamente atuante na luta contra a ditadura militar. Somos, desde que o mundo é mundo, o maior movimento social do mundo.

De maneira que levar adiante esse legado servirá não só ao nosso renascimento, mas também no combate à doença altamente infecciosa conhecida como futebol moderno. Por causa dos preceitos da modernidade, derrubam impunemente monumentos eternos como o Maracanã, o Maior do Mundo. É para atender a demandas mercadológicas que se enjaula torcedores organizados e se valoriza o descompromissado 'torcedor bunda no sofá'. A modernidade torna comum e aceitável o fato dos meios de comunicação oficial do Corinthians, como esta gloriosa Rádio Coringão e também a TV Corinthians, serem preteridos pela própria diretoria em benefício a uma emissora que ganha rios de dinheiro às nossas custas. Esse novo processo de civilização europeizado foi quem retirou as barracas de pernil da frente do Pacaembu e a cerveja vendida nos bares da parte interna, elementos essenciais para a socialização do torcedor antes e depois dos jogos.

Diante desse cenário desolador, Tantã, La Selva e todos os ancestrais e guerreiros, conhecidos ou anônimos, ficariam orgulhosos se, no peito de cada um de nós, reacendesse a chama contestadora típica de todo corinthiano. Querem nos isolar, querem nos calar, querem que a gente fique batendo palminhas hipócritas a cada decepção, quando na verdade deveríamos aprender com os erros por novas conquistas. Retiram nossos direitos pouco a pouco, forçando os limites e dando risada dos que ainda tentam resistir, como se fôssemos utópicos. Ora, o Corinthians é a própria utopia e desdenhar de utopias é desdenhar do Corinthians.

Devemos assumir a demanda que nos foi destinada em troca do privilégio de ser Corinthians. Urge a Revolução Corinthiana."

15 maio 2011

Revolução Corinthiana já!


Não há o que se fazer a não ser olhar para as salas ar-condicionadas do Parque São Jorge. Se temos pernas de pau sem a menor vontade de vestir a nossa sagrada Camisa no elenco, a culpa é nossa. De gente que veste cores que não o preto e branco corinthiano, de quem se empolga com contratações descabidas e que não enxerga que nossa prioridade nunca foi ter um estádio. Ao bater palmas para a mediocridade e permitir que descompromissados com a causa alvinegra controle nossas ações, nos permitimos, numa final de campeonato, ser representados por um juntado de cabeças de bagre que se apresentam como se estivessem num coletivo de terça-feira à tarde.

Se esse papelão que o bando de vagabundos (inclua aí elenco, comissão técnica e diretoria) nos fez passar no domingo não é o bastante para pedir urgentemente a cabeça do presidente Andrés Sanchez, então acho que teremos um futuro muito sombrio para os próximos anos. Há de se fazer a Revolução Corinthiana já, se possível com outro terror no caminho de volta de toda a delegação. Bombas, porrada e agressões a esses imbecis que transformaram o Corinthians em teta.

O vilão não é o goleiro que toma frango, não é o meia improdutivo ou o lateral que não sabe cruzar. O vilão maior é a anticorinthiania instalada dentro de nossas trincheiras. Enquanto não eliminarmos essa craca, teremos os vexames protagonizados nos últimos dois anos se repetindo com freqüência.

A Fiel precisa acordar e relembrar que seu papel, como disse sabiamente Roberto Daga, não é só ficar batendo bumbo, com aquela lavagem cerebral desmobilizadora e alienante de "apoiar os 90 minutos", até porque isso só vem sendo feito pelos mesmos 5 mil de sempre. O Corinthians é nosso. Devemos ter orgulho de ser uma "Torcida que tem um time" e fazer a teoria na prática.

Neste exato momento, é preciso que cada um de nós façamos nossa obrigação pelo corinthianismo, vestindo o Manto e encarando a anticorinthianada imbecil que hoje goza com o pau alheio para tentar, a todo custo, nos diminuir. É hora de ir para a guerra, sem limites. Eu sou Corinthians, e você? Pois quem não for corinthiano...

PELO CORINTHIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM!

13 maio 2011

Com raça e coração


Falta muito pouco para o decisivo jogo. A concentração, o pensamento positivo e o sangue fervendo nas veias devem tomar conta de todo corinthiano. Basta ser Corinthians para conseguirmos essa vitória para o povo. Faça seu povo sorrir de novo, Corinthians, para que esqueçamos por um instante as imbecilidades dessa diretoria que hoje te desfalca material e moralmente.

Que os vagabundos em campo joguem aquilo que não jogam há tempos. Que eles entendam o que significa ganhar um título pelo Todo-Poderoso Timão. É preciso desobediência tática, é preciso suar o Manto Sagrado e encarar essa partida como a última de suas vidas.

Que São Jorge nos abençoe. Que os ancestrais estejam conosco.

VAI CORINTHIANS!



11 maio 2011

Higienópolis, um câncer


Talvez dois terços da minha vida tenham sido passados no caminho para Higienópolis. Por conta das idas ao Pacaembu, pelos porres no Ugue's ou na época em que trabalhei na Avenida Angélica, as visitas ao bairro chique sempre foram constantes. Tirando a labuta, as causas eram mais que nobres e contrastavam muito com quem mora na região, representantes daquilo que há de mais nojento na cidade de São Paulo.

É em Higienópolis que a visão tucano-reacionária prospera. Lá, é proibido falar de troços como Bolsa-Família, ProUni e que tais. O nome de Luiz Inácio Lula da Silva, se dito em voz alta, motiva chamados ao 190. Fica ali o Mackenzie, famoso pelo seu trabalho a favor dos milicos na época da ditadura ao matar comunistas com o seu CCC. Mas a última notícia que sopra a partir da Praça Villaboim é assustadora.

Dão conta que os moradores organizaram abaixo-assinado requisitando a remoção de uma estação de metrô prevista para as cercanias. As justificativas são dignas de Adolf Hitler: evitar "o aumento de ocorrências indesejáveis" e a transformação do lugar num "camelódromo". Deixe de lado o absurdo de alguém ser contra qualquer ampliação do Metrô - e aí a gente entende o motivo de 16 anos de PSDB - para atentar aos dois termos. "Aumento de ocorrências indesejáveis" seria mais povo? E "camelódromo" seria esse povo consumindo por conta do bolsa-esmola do Lula?

Indignações preconceituosas à parte, é lamentável o poder público prejudicar milhões de pessoas para atender os caprichos de 3,5 mil assinaturas arrecadadas no papel dos higiênicos paulistanos. É mais uma prova de que esse lixo chamado tucanato está cagando e andando para qualquer melhoria do lugar que governa há quase duas décadas. São Paulo, cidade e Estado, estão estagnados e são o anti-Brasil, com seus administradores trabalhando para uma minoria nojenta.

A solução, para mim, é drástica e única: o bairricídio. Radicalidade por radicalidade, fiquemos do lado da maioria. Preservem apenas o Ugue's, de onde verei esse lugar fétido e imoral definhar.

Sorria, São Paulo.

09 maio 2011

Pela desobediência tática, por um Corinthians campeão


Desperdiçando uma grande oportunidade resolver o Paulistão em casa, num Pacaembu lotado e logo na primeira partida da final, o Corinthians se mostra cada vez mais refém da incompetência de seu treinador e da irresponsabilidade dos dirigentes que o mantêm no cargo. É incompreensível, inadmissível e irritante ver nosso time jogando tão sem vontade de atacar como nos últimos meses. Se estamos na decisão, o fato se deve tão somente à força do próprio Corinthians, que vez ou outra se impõe diante de tudo.

Andam falando que houve raça dos jogadores, que paramos um grande adversário e tantos outros discursos extremamente otimistas. Não vi nada disso (de novo) no último domingo. Também não vi torcedores de verdade, cada vez mais afastados dos estádios e substituídos, via exclusão monetária, por uma massa acéfala e sem compromisso. Nem aquele fagulho de briga, na verdade uma discussão de colégio, conseguiu ferver os ânimos e motivar geral. Nada.

Falta vagabundo entender o que é o Corinthians. Dias desses, revia um jogo da década de 1990, quando tínhamos um sujeito chamado Elias na lateral esquerda. Ele era execrado pela torcida, considerado um verdadeiro caneludo. Pois nesse vídeo há uma jogada em que Elias é lançado, mata a bola no peito e já ajeita a preciosa para um cruzamento certeiro no segundo pau. O indecente que ocupa a mesma posição hoje em dia faria Elias ser o craque da equipe...

Para domingo que vem, o Corinthians carece renascer. Estamos nessa inércia desde o fim do ano passado, quando perdemos vergonhosamente a chance de ser campeões brasileiros. Temos agora outra oportunidade de levantar um caneco, reforçando uma hegemonia incomparável e que muitos imbecis tentam esconder ou diminuir. Devemos ir à campo baseados na desobediência tática, típica dos momentos vencedores dessa maldita escola de técnicos gaúchos.

Corinthians ressurgido! Corinthians! Corinthians! Corinthians!

04 maio 2011

À decisão


Repare, família corinthiana, que quando a gente mata porco, o bicho fica gritando até umas horas. Por isso, é preciso relembrar o modus operandi do ano passado que se repete menos de seis meses depois. Criam um factóide, usam o anticorinthianismo como catalisador e distorcem a realidade (que pode ser a defesa do Júlio César ou o gol de Ramirez, escolham) para tentar comprovar uma farsa digna de pena.

Bom, eu só venho aqui para lembrá-los que hoje já é noite de quarta-feira. Sendo assim, a feijoada não só está digerida como também foi devidamente cagada. Enquanto tentam do lado de lá transformar-nos no inimigo da vez (e lembro sempre que não fomos nós que queríamos jogar no panetone), chegando inclusive até a cometer certas incoerências com o que era dito até certo tempo atrás, aqui nas nossas trincheiras devemos voltar nossos olhos e ouvidos para a nova batalha a ser enfrentada.

Domingo é o dia crucial. É cantar ainda mais forte e empurrar o time para a vitória. E quem não cantar, deve apanhar. Porque quem vai apanhar é quem paga e aceita bovinamente o aumento promovido por Sanchez, Roxemberg e a modernidade e elitização dessa diretoria de merda. Façamos do Pacaembu um inferno na terra para o time médio da baixada.

Concentração total.

PELO CORINTHIANS, COM MUITO AMOR, ATÉ O FIM!

02 maio 2011

No dia do povo, triunfo do povo


A tarde do último domingo - um dia do trabalhador, como foram todos os nossos ancestrais fundadores - é daquelas para entrar na história. Um derby épico, embora cercado de muita falação de véspera e pouco futebol em campo, digno desses dias tão sombrios para o esporte. Ainda assim, o Corinthians exorcisou alguns demônios e, mais ainda, mostrou que definitivamente não precisa de estádio se temos o Pacaembu. Ganhar do porco, ali, nos pênaltis, com todas aquelas recordações, é para lavar a alma alvinegra.

Juro que havia sonhado com isso na semana passada. Algo me dizia que precisaríamos ir para os pênaltis, apesar do juízo lembrar de tudo aquilo que já passamos diante dos ex-polenteiros. Porém, mesmo com tilte, mesmo com toda a zica contra e mesmo com aquilo tudo que a gente denuncia aqui há tempos, nada superou o Corinthians no domingo. Nada!

A filodramaturgia gritante, portanto, é a representação máxima de uma raiva contra essa mística. Óbvio que não jogamos bem, e isso vem sendo feito desde o começo do ano. No entanto, a esquizofrenia e o cotovelo moído fez a porcada dançar na própria armadilha. Já do nosso lado, a gente sabe que batalhas são feitas para serem enfrentadas e fizemos apenas isso.

Todo derby deixa lições e espero que tenhamos aprendido (eu, por exemplo, acho que a diretoria deve ceder o Tobogã no próximo confronto em que o mando for nosso), o que não quer dizer que não devamos comemorar. Comemoremos sim, e muito, pois eliminamos o rival e ainda mantivemos a invencibilidade que já vai para dois anos.

Para terminar, ficam algumas considerações:

- acusam-nos de termos favorecimentos do apito, mas não há súmula de jogo do Corinthians que indique um gol de juiz;
- dizem que nossa história é "suja", mas esquecem-se de 1942;
- falam de PCO, mas nunca ganhamos um clássico com ele no apito. Aliás, ele é o cara que expulsou o Gamarra depois da Copa de 1998, em que o zagueiro jogou sem cometer nenhuma falta;
- defendem um cidadão que queria jogar no panetone a todo custo;
- insistem na antropologia aplicada ao futebol, ignorando até algumas coisas que eles próprios criaram tempos atrás, na tentativa de nos diminuir;

*atualizações:
- adversários agora querem dizer como o Corinthians deve jogar;
- patrulheiros agora querem proibir nossa comemoração;
- a verdade, a pureza, a clarividência, a moralidade eu achava que estava só na máfia juquiniana;

Diante disso tudo, vos digo:

VIVA O CORINTHIANS!!!