15 outubro 2010

Dois relatos, uma eleição


Os mais freqüentes neste espaço sabem de cor e salteado que minha mulher, minha ídala, minha Evinha, é professora e, desde que ela entrou na minha vida, faço nada mais que a obrigação em todo 15 de outubro. Saúdo ela e outros tantos guerreiras e guerreiros que, recebendo um salário de fome na Prefeitura e Estado de São Paulo, enfrentam a tudo e a todos para formar cidadãos. Na verdade, minha intenção era que a Eva escrevesse um relato das amarguras do desgovernos demo-tucanos, que mensalmente a fazem pensar em mudar de rumo. O problema, meus caros, é que nem isso ela pode, pois existe uma Lei da Mordaça que proíbe os servidores de exercerem seu papel crítico, a fim de melhorar um pouco nossa burocracia. Mais ainda: acho que tanta incompetência de 16 anos de tucanagem acumulada não caberia aqui.

Assim, aproveito esse Dia dos Professores para ressaltar que a data é deveras estratégica se levarmos em conta o desenho da atual disputa eleitoral para a presidência. De um lado, temos Dilma, a representante legítima de um projeto responsável por iniciar mudanças essenciais ao Brasil e que faz uso de premissas populares, participativas e inclusivas. Temos, com Dilma e Lula, um país ascendente, que não deve mais ao FMI, que promoveu a inclusão dos mais pobres e que deu oportunidades inéditas às classes menos favorecidas, como o acesso à universidade e a compra – eu disse compra, e sobre isso trataremos mais abaixo – da casa própria. Lula trouxe ao povo dignidade, e Dilma é garantia de que isso não vai cessar.

Do outro lado da trincheira, há um candidato bancado pela calúnia, pela espetacularização e pela religiosidade barata e moralista num campo que se preza laico. Mente, omite, caça jornalistas que não cumprem o papel de uma mídia que está a seu serviço. Inventa realizações em seu currículo, presta serviços aos remanescentes do período mais imundo de nossa história (a ditadura militar) e abandona cargos para os quais foi eleito desde seu mandato de presidente da UNE. No tratamento específico aos professores, manteve em seus governos municipal e estadual um arrocho salarial indizível, submeteu o corpo docente a condições precárias de trabalho e recebeu reivindicações da classe com a PM e suas bombas.

Portanto, é isso – e muito mais – que o professor de todo o Brasil precisa levar em conta nesse dia de comemoração. Informar-se sobre o que estão passando seus colegas de profissão aqui em SP e, diante dessa realidade, definir sua escolha para o dia 31 de outubro é essencial para a conquista de melhorias não só trabalhistas, mas de melhorias para toda a nação. Na propaganda, tudo fica bonito, até mesmo a cerveja Schin. Lembro, finalmente, que temos aí o pré-sal, cujo fundo social irá destinar 50% das verbas para a Educação. Isso num governo Dilma, pois a sanha privatista de Serra provavelmente irá entregar mais esse patrimônio brasileiro a multinacionais, caso o vampiro seja dirigido ao Planalto (bate na madeira!).

Viva os professores! Vocês são essenciais!

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Ainda ontem, o amigo Medina, velho parceiro de bebedeiras, papeava comigo sobre o andar da carruagem no pleito. Discutíamos sobre o que estava em jogo nessa disputa de projetos bastante distintos e ele mencionou a compra de sua casa. Pedi, então, que ele fizesse o testemunho por escrito, pois é um caso pessoal imensamente simbólico por retratar fielmente o país que está mudando para melhor com o modelo administrativo Lula/Dilma. Com vocês, Medina!


“Alô amigos e leitores do Craudião.

Cá estou a honrar um compromisso a convite do menino cabeludo pra representar um pedacinho da classe média “suja” da nossa querida SP, que não nos trata bem, mas a gente ama assim mesmo.

Nunca exerci a cidadania em meu benefício único, próprio e egoísta; meu voto sempre foi pensado ao viés ideológico ATIVO. Digo ATIVO porque não falo de conversa pra boi dormir, falo de papo baseado em ATIVIDADE!

Porém, este ano as coisas mudaram um pouco. O viés ideológico continua em primeiro plano, a atividade idem, mas agora tem um plus sendo erguido na Vila Prudente. Meu primeiro apartamento financiado e subsidiado pelo programa federal ‘Minha casa, Minha vida’ estará pronto no meio do ano que vem.

O plano, além de financiar a minha casinha em vários anos, com parcelas decrescentes e os juros mais baixos do mercado, ainda me deu um belo subsídio. Isso mesmo, ganhei um subsídio de quase 10% do valor bruto que eu financiei.

As prestações são fixas, mas ao contrário do que eu pensava, podem ser renegociadas na base do: ‘ceita um reajuste de X? Se sim, ok! Se não: hasta la vista’. Isto se acaso houver algum problema, que pode ser uma crise externa, uma crise interna…

Enfim, uma crise internacional como a última mundial. Embora os profetas do apocalipse esperneassem que o Brasil ia morrer, mal fez cosquinhas na nossa economia e a minha casinha ainda tá lá, com o meu subsídio e as minhas taxas baixas.

Agora, eu vou colocá-la em risco por um governo que jamais se cansou de provar a sua incompetência aqui no meu estado?

Nem a pau, Juvenal! O Brasil tá querendo Dilma, e eu tô precisando!

Medina – é amigo do Craudio há uns… 4 anos, Craudião?”

P.S.: acho que vai pra uns 6 anos, Medinão!

2 comentários:

Medina disse...

A luta continua, companheiro!

MED

Medina disse...

Ah sim, e parabéns pro Evão, êta que tem que ser guerreira pra ser professora em SP