30 novembro 2009

Anti-futebol


Como foi bom voltar de Campinas escutando no rádio os abutres desesperados. A carniça não pensou duas vezes para responsabilizar o Corinthians pelo ocaso leonor, constatando só agora o que a gente vem dizendo há quatro meses: os jogadores estão de férias. Vejam, por exemplo, que as donzelas descontroladas esquecem do estrondoso 4 x 2 que levaram na mesma tarde. Parece até a postura de um time vermelho - seria de vergonha? - que chora desde 2005 por não se lembrar que perdeu o campeonato daquele ano devido à derrota diante de um Coritiba rebaixado.

Vos digo, senhores, que essa derrota para o rubro-negro não me deixou mais ou menos puto que nos pós-jogos contra a brisa paranaense, a mentira verde do Planalto, o nauticu ou o botafogo. Me deixa puto ver o Corinthians sendo roubado toda rodada, com três pênaltis inexistentes assinalados contra nós nas últimas três partidas.

Há de se ficar puto, ainda, com a palhaçada da Polícia Militar contra as Torcidas Organizadas, que foram levadas para um city tour nos arredores campineiros e só entraram no estádio aos 30 minutos do segundo tempo. Emputece-me também aquele bando de caipira num sepulcral silêncio durante os 90 minutos, manifestando-se apenas quando o Gordo dá um migué e sai de campo. É esse, diga-se, o futebol sem as organizadas que as vozes da verdade tanto querem.

Mas o que deixa puto, de fato, é essa fórmula ridícula de pontos corridos que não me destrói a semana depois de uma derrota do Coringão, como seria o natural. Essa indiferença é exatamente o que os assassinos da bola pretendem impor em larga escala pelos estádios - nos sofás do PPV isso já está consolidado -, acabando de vez com paixão que move o próprio esporte há décadas. Vale refletir se nos mata-matas teríamos esse monte de mala voando para lá e para cá ou os erros crassos dos canalhas do apito decidindo o título. Pelo contrário, as coisas seriam resolvidas do jeito certo, como homens, dentro das quatro linhas, inclusive com a porrada comendo solta se preciso for.

ÓDIO ETERNO AO FUTEBOL MODERNO!

P.S.: lamentável o babaca que invadiu o campo e apanhou do bandeirinha. Se vai invadir, não me faça um papelão desse... Espero sinceramente que não sejamos punidos pelo STJD - essa vergonha do futebol brasileiro que absolveu os leonores num caso idêntico -, até porque foi a própria CBF que nos empurrou goela abaixo esse jogo no interior.

27 novembro 2009

Sujo e o mal-lavado


Coisa rápida. Outro dia, incitei os amigos a desmoralizar aquela eleição babaca da Aceesp, nada mais do que uma celebração da pior casta na imprensa brasileira. Enquanto isso, um talzInho começou a puxar o saco do presidente da referida Associação depois de
umas denúncias sobre venda de carteirinhas, provavelmente com a intenção de tentar alguma vantagem em coletivas e eventos. O resultado do cortejo foi um fatality em forma de nota oficial, muito parecido com o que havia levado do técnico Mano Menezes no último fim de semana.

Mas o que eu quero dizer é o seguinte: trata-se do sujo falando do mal-lavado. De um lado temos um irresponsável babaca, uma boca de latrina servindo dois perversos do futebol (em tempo, a voz da verdade e o padrinho da Cincinato Braga). De outro, há uma entidade estéril que não fiscaliza a atuação da mídia esportiva e, portanto, abre alas para a atuação desses irresponsáveis.

Abaixo, reproduzo um resumo das melhores frases nessa briga de ratos.

- Inho: Ricardo Capriotti mudou a cara da ACEESP que sempre foi dominada pelo que de pior existia no jornalismo. Gente como Flávio Adauto e Sérgio Carvalho, asseclas de um sistema corrompido, que por anos beneficiou os que agiam como eles.

- Aceesp: Com a pretensão de solidarizar-se com a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo e em especial com seu presidente Ricardo Capriotti e com o conselheiro Paulo Calçade, em razão de criticas (sic) e denúncias revanchistas de pessoas que foram expulsas de nossa Entidade, o blogueiro Paulo Cezar de Andrade Prado excedeu-se e atingiu grosseiramente os ex-presidentes Flávio Adauto e Sérgio Carvalho, que durante várias gestões prestaram relevantes serviços à categoria e à própria Associação.

- Inho: Estou bem à vontade para falar de Calçade. Além de nunca ter falado com ele, sei que não é admirador de meu trabalho.

- Aceesp: Por termos a absoluta certeza de que as acusações são levianas, inadequadas, antiéticas, desrespeitosas e sem o menor fundamento, as repudiamos veementemente. Atitudes desse nível só servem para depreciar e desacreditar a honrada classe dos cronistas esportivos.

- Inho: Os profissionais de imprensa que desejam dar um fim a esta situação precisam deixar de se omitirem e cobrar das autoridades competentes a punição a esta quadrilha.

- Aceesp: Lamentavelmente, o credenciado Paulo Cezar demonstra desconhecer a história de lutas de nossa Entidade e os relevantes serviços prestados pelas administrações que antecederam a gestão atual.

26 novembro 2009

Hora da Patrulha


Edição participativa da Patrulha - que há tempos não aparecia - motivada por alguns fatos meio estranhos dessa terra outrora boa e da garoa. Desaba tudo por estas bandas. É Rodoanel com contratos suspeitos, é sino da Catedral da Sé, é teto de igreja protestante, é lago no Parque do Cambuci, é cratera na Linha 4 do Metrô... A única coisa que não cai mesmo é pedágio e o IPTU. Esse último subirá bastante ano que vem - o troço ainda está em votação na Câmara de Vereadores, mas a truculência habitual dos pelegos irá garantir a aprovação do abusivo aumento.

Depois de tanta obra mal-feita e mal-planejada, foi natural o abalo nos números das pesquisas de intenção de voto do vampiro presidenciável. Como tudo está indo abaixo no governo demo-tucano, venho pedir que ajudemos a campanha do Serra para o ano que vem, criando um
slogan a partir do mote "SP descendo a ladeira". Temos que dar um upgrade na candidatura de quem, provavelmente, vai perder de novo.

Adianto que já existem algumas pessoas engajadas na campanha serrista, só que muitas delas não são, como podemos dizer, dotadas de atividade cerebral capaz de criar uma frase apelativa o suficiente para alavancar nosso ditador até o Planalto. A fim de acordar o ímpeto criativo de todos, deixo como sugestão trechos de algumas músicas, até porque essa turma adora usurpar o cancioneiro popular durante as campanhas:

- Vai sacudir, vai abalar
- Puta que pariu, pisa no freio Zé!
- Meu mundo caiu
- Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima
- Aí foi que o barraco desabou, nessa que meu barco se perdeu
- Vamo simbora prum bar. Beber, cair, levantar

Colabore! E sorria, São Paulo.

25 novembro 2009

Capital informação


Sempre associadas ao lazer, as investidas na internet geralmente são tratadas como "algo modernoso para fazer graça" ou então só se transformam em realidade quando sobra alguma verba no orçamento do marketing. De fato, o fator diversão é quase que a impressão digital do troço, mas divertido não quer dizer menos rentável ou irrelevante. Enquanto jornais e revistas impressas vêem suas tiragens desabarem, fenômenos da web transbordam pelos monitores, invertendo toda a lógica centralizadora e, até então, pouco democrática da comunicação.

O grande problema é convencer os donos da grana que ações online podem ser
mais rentáveis que os métodos convencionais de comercialização, além de gerar outros ganhos paralelos (quanto à imagem, por exemplo) se a estratégia for ética e bem planejada. Mais complicado ainda é colocar nas cabecinhas dos preenchedores de planilha que Orkut, blogues, Twitter e similares são um ótimo canal de divulgação totalmente monitorável, o que evita prejuízos. E por que raios este comunista está tão preocupado com esse papo de bizine$$? Oras, porque o socialismo ainda não foi implementado e eu tenho que pagar minhas dívidas aos capitalistas de merda...

Para tanto, estive nesta quarta-feira na apresentação de um belo estudo da E.life e da In Press Porter Novelli sobre alguns traços de comportamento do internauta verdamarelo. Dentre as inúmeras informações oferecidas, as que mais me chamaram atenção foram aquelas relacionadas às ferramentas mais populares e o seu uso.

O Twitter lidera absoluto, o Orkut está em segundo e os blogues vêm na cola. Juntos, os membros do pódio possuem quase 80% dos acessos, sendo que só o Twitter fica com 38,5%. Quanto aos motivos que fazem as pessoas utilizarem as mídias sociais, a grande maioria dos twitteiros querem ler notícias, divulgar conteúdo próprio e buscar informações de interesse pessoal. Os orkuteiros já são um pouco mais dispersos e gostam mesmo é de manter contato com amigos e passar o tempo. E nos blogues, o comportamento é semelhante ao do twitter, o que reafirma a enorme congruência entre essas duas plataformas.

Há também algumas curiosidades. Entre os que fizeram registro em qualquer rede social nos últimos 3 meses, o Orkut desaparece das estatísticas e o Twitter é líder absoluto no quesito. Uma explicação para isso talvez seja o foco em heavy users, grupo composto majoritariamente por pessoas de alta renda e que já tinham acesso à internet há algum tempo - os palestrantes planejam uma pesquisa semelhante entre as classes de menor renda para o ano que vem e adiantaram esperar resultados totalmente diversos. Já na lista de revelações surpreendentes, apesar do processo gradual de perda de relevância, publicações impressas, TV e rádio ainda mantêm sua credibilidade. Isso indica que o brasileiro permanece na antiga prisão psicológica da fonte legitimada por uma grande empresa, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, compartilha o conhecimento de maneira ilimitada - explica-se, portanto, a queda em tiragem ou audiência da mídia tradicional.

Os slides com detalhes do estudo podem ser conferidos aqui (em .pdf), e eu arrisco outros pitacos sobre tudo isso. É preciso exaltar e comemorar o fato de que reina a preocupação constante com a informação, tanto por parte do usuário quanto por quem a fabrica. Mesmo com a já citada prisão ao tradicional, os internautas também levam muito a sério as indicações de amigos, parentes ou conhecidos. E aí voltamos ao papo sobre a participação da web no sucesso de vendas e de marketing no mundo corporativo. Com as recomendações (negativas ou positivas) sobre compras ou marcas sendo bastante citadas como motivador do uso das redes sociais, precisa falar mais alguma coisa?

*Mais sobre o tema:
- ROI? Não… é ROE!

23 novembro 2009

Vote e desmoralize a ACEESP


A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de SP (ACEESP), uma entidade que deveria ser mais que um agregado de velhos abutres mofentos e passar a regular a atividade da imprensa esportiva, lança votação para os "melhores" de 2009. Se você não tem muito o que fazer até o meio-dia de amanhã, vale passar lá para desmoralizar tanto a associação quanto a eleição. Deixo aqui as minhas escolhas, com destaque para a revelação e melhor site. Serve de protesto contra certas presenças em coletivas de imprensa depois dos jogos... Adianto também que é preciso fazer um cadastro rápido, que provavelmente vai ser barreira para alguns porque ele pede dois CPFs.


Televisão
Narrador: Januário de Oliveira
Comentarista: Sérgio Noronha
Repórter: Luiz Henrique Gurian
Apresentador: Luciana Avila
Equipe de produção: Rede Vida

TV por Assinatura
Narrador: Rob Porto
Comentarista: PC Vasconcelos
Repórter: Edgar Alencar
Apresentador: Smeagol
Equipe de produção: Esporte Interativo

Rádio
Narrador: Hugo Botelho
Comentarista: Oscar Roberto Godoy
Repórter: Funil
Apresentador: Mução
Equipe de produção: Energia 97

Jornal
Reporter: * Consulte regulamento específico
Colunista: Tião Fiel
Equipe: Gazeta Esportiva

Revelação
Revelação: Paulinho

Internet
Site Esportivo: Blog do Paulinho

O modorrento campeonato de pontos corridos 2


Em nome da organização, da "justiça" e do coroamento do "planejamento" que a cada dia esterilizam o futebol, eis aí as rodadas derradeiras desse modorrento campeonato de pontos corridos. Ao contrário do que algumas vozes da verdade propagam, não há como enxergar a mínima dose de emoção em um torneio cujo campeão pode ser decidido por quem não está preocupado com a Hora do Brasil. Mais ainda: provem-me que são os "melhores" aqueles do topo da tabela, principalmente analisando os jogos do último fim de semana.

Exemplo de coração na garganta durante os 90 minutos foi o desinteressado Corinthians entrando em campo para, mais uma vez, ser roubado na cara dura por um sujo que já havia nos prejudicado em 2008 contra um time do mesmo Estado.
Além da canalhice do árbitro, os vagabundos em férias remuneradas não apresentaram o mínimo esforço para fazer valer os caros ingressos cobrados do supreendente público de 14 mil pagantes - que o dirigente de olho roxo, a partir de seu bizines no futebol, mande funcionários improdutivos para a rua. De fato, muita emoção!

Contrariando todas as desculpas esfarrapadas em prol dos pontos corridos, o desinteressado Corinthians e a medíocre mentira verde do Planalto - outro que caga e anda - irão determinar o campeão brasileiro de 2009. Dadas as circunstâncias, vos digo, para acender a polêmica: já que é para continuar nessa toada, que o Timão enfie uns 5 no flamengo (que papelão, hein?) e que a bicharada ganhe essa porcaria por uns 10 anos consecutivos. Talvez essa fórmula nociva seja contestada e dê lugar novamente às disputas dentro das quatro linhas que, diferentemente das atuais, não são definidas a partir das benesses do apito e do STJD, aquele antro de bandidos.

Por fim, vale citar nominalmente os culpados - a nossa parte, eu sempre lembro, a gente fez - por mais um trunfo leonor nesse Brasileirão de merda que é a cara delas. palmeiras, flamengo, inter e atlético/mg: não apareçam com choro caso o Corinthians enfie um saco no rubro-negro carioca na semana que vem. Desmascarar times de mentira é a gente fazendo nossa parte. Afinal, para que lotar um Maracanã se o comportamento será igual a uma torcida de vitrine, calando-se quando mais é preciso gritar?

Um viva à modernidade e à europeização do futebol brasileiro.

19 novembro 2009

Menina dos olhos cinzas


Talvez porque os meus são diminutos, desenvolvi uma obsessão pelos olhos dos outros. Dizem que se tratam da porta da alma e, de fato, os olhares demonstram muita coisa, a começar pelo caráter. Aqueles olhos cinzas - eu achava que eram caramelo, mas ela me disse que era cinza - chamaram e pediram minha atenção. Mais ainda, eram enigmáticos.

E eu sou curioso. E eles eram dois quarto-zagueiros impenetráveis. Mesmo assim, consegui corcoviar para dentro daquela área tão retrancada e descobri ali que há muito mais do mundo e do ser humano que ninguém faz idéia. Tudo isso me fez bem.

Muito tempo passou e ainda sou surpreendido e instigado por aquele parzinho tão adorável. Existe algo de inexplicável quando eles cruzam meu caminho, ainda que vez por outra estejam banhados de lágrimas. Triste não são as lágrimas, mas quando sei que é por minha imbecilidade que elas estão ali. Por outro lado, qual não é a explosão de satisfação e felicidade quando eles sorriem mais do que qualquer boca é capaz?

Amo-te, menina dos olhos cinzas. Nesse 19 sempre tão comemorado, venho dizer que ele jamais será esquecido. Por todas as emoções, os sentimentos, fanfarronices, aventuras e confidências impublicáveis. Lembro, aliás, da promessa que fiz em 03/02/2005: "Mas eu ainda consigo um pedaço do coração dessa caminhoneira..." Modéstia à parte, tô nas quebrada, mano!

Feliz cumpleaños, Evones del Caminhones! Regalos a caminho.

18 novembro 2009

Mão na consciência, Corinthians no coração


Quem ainda não está com o espírito armado, é mais do que a hora de se preparar para o Centenário do Sport Club Corinthians Paulista. Há algum tempo a gente vem dizendo entre os blogues amigos que 2010 será, talvez, o pior ano no que diz respeito aos ataques gratuitos, aos golpes e às tentativas de gente pequena se crescer às custas do nosso Manto Sagrado e da nossa bandeira.

Vou além e afirmo que aqueles de visão política progressista - e aqui neste espaço se discute sim política e futebol, até porque as coisas têm muita correlação - irão sofrer em dobro. A analogia entre o antilulismo (ou antipetismo e anticomunismo) ao anticorinthianismo é óbvia: são movimentos cujo foco de ataque é o mesmo - o povo - e cujos objetivos também são idênticos - defender os interesses da elite suja. Não à toa, tanto o Time quanto o Presidente das massas serão combatidos duramente pela abutraiada, invariavelmente por meio da mentira e sempre motivados pela inveja.

Para contra-atacar, precisamos basear nossas ações a partir daquelas antigas ideologias tão enfraquecidas nos últimos anos por conta da maléfica "modernidade", além de nos blindar (e ignorar) das informações vindas de fontes que não têm como único interesse o bem do Coringão. Esqueçam jornais, TVs, revistas e até frutos podres de laranjeiras plantadas na Cincinato Braga. Esqueçam os arautos da moralidade, as vozes soberanas da verdade. Vamos nos aprofundar cada vez mais no conhecimento da Nação Corinthians - e também da Nação Brasil, que neste ano abandonou sua síndrome de vira-latas -, trocando e disseminando idéias em prol do alvinegro. Uma hora ou outra, nossos gritos contra o roxo, contra o panetone, contra Prudente/MS e contra tudo que não estiver ligado às raízes corinthianas serão dominantes.

Destaco, finalmente, a nova seção do menu à esquerda deste blogue, chamada Corinthianismo, que irá reunir os textos que mais me chamarem atenção nesse sentido. Mais do que auto-explicativo, os três primeiros links são do Filipe, do AnarCorinthians, que faz um trabalho inédito e brilhante de recuperação histórica dos nossos primórdios, tão essenciais mesmo depois de cem anos de vida. O layout do troço ainda vai mudar, e tentarei deixá-lo mais participativo e abrangente.

À luta, família!

17 novembro 2009

O que nos chama 2


Volto com uma listagem das palavras-chave mais interessantes que renderam a este espaço alguma visita pelo Google. A ferramenta de busca, aliás, me alertou para algo que já havia sido dito nessas discussões de nerd pela internet: o rankeamento de páginas - que custam às empresas uma bela grana na otimização - varia de acordo com o teu login.

Duvida? Já parou para ler aquele web clip que fica sobre o Gmail? Tem tudo a ver com o que você anda falando nas mensagens que chegam na caixa de entrada (inclusive o conteúdo das mesmas). O Google, senhores, vai dominar o mundo porque ele sabe TUDO sobre você. Lugares onde vai com freqüência, amigos que mais ou menos gosta, qual o carro você tem, o número dos seus celulares, CPFs e contas de banco. Tudo!

Mas vamos amenizar o tom apocalíptico dessa prosa com algumas pérolas que nos referenciou no último mês:

- os 2 cpfs do paulinho
- edgar alencar "sportv" (o repórter bambi ainda sofre por ter invertido, numa reportagem, o tabu no confronto direto do Corinthians com os leonores)
- "sao paulo é paulo porque paulo" download
- a vingança é prato que se come cu
- abandonada também é cantada pela roberta miranda? (???)
- assistir sentado copa 2014
- cabloco (sic) que anda de machado da macumba
- comercial da rede globo do pripri (pripri! Pripri!!!!)
- fotos do coringão com eddy do iron maiden (eddy... ¬¬)
- macumba para o peito crescer em 1 dia
- muleke zica do baile de cumbica
- no yuotuber nerga carbulosa em amarante
- pleiboi.com.br
- raphael falavigna viado (hehehehehehe)
- tiao galinha vai para a lua?

16 novembro 2009

Eu, hein, Rosa?



Eu, hein, Rosa!
Te manca, segura essa banca, que escrupulosa!
Eu, hein, Rosa!
O meu jogo é na retranca, área muito perigosa.

Você parece que nem lembra mais de tempos atrás
A tua figura era vergonhosa
E eu me dividi querendo reconstituir
A quem hoje me vira o rosto assim
Mas eu nem me abalo
Você vai cair do cavalo
Quando precisar de mim

Eu, hein, Rosa!
Vem mansa porque a contradança é mais audaciosa
Eu, hein, Rosa!
Apelar pra ignorância é uma coisa indecorosa

Eu acho que estou é forçando demais as cordas vocais
Você não merece um dedo de prosa
E pra resumir faço questão de conferir
Se se quebra ou não um vaso ruim
Saia no pinote
Senão vai ser de camarote
Que eu vou assistir teu fim.

(João Nogueira - PC Pinheiro)

Curtas da semana curta


- O Corinthians foi novamente roubado no domingo. Mesmo no ritmo de casados e solteiros, o Corinthians anda sendo sistematicamente roubado nesse Brasileirão. Só isso eu tenho a dizer sobre outro péssimo jogo do modorrento campeonato de pontos corridos. Ao mesmo tempo, sábado tivemos um outro gol impedido contra um time minúsculo e ninguém tocou no assunto.

- Ainda sobre Corinthians, é consenso entre alguns poucos "loucos, radicais, retrógrados e inconseqüentes" (é assim que somos definidos pelos fãs da máfia juquinha) que o clima para o Centenário do ano que vem será de guerra. Seremos perseguidos, roubados e sempre contestados. Falarei sobre isso mais adiante, mas por enquanto fiquemos com a carta-base da resistência, escrita obviamente pelo Filipe.

- 18 anos depois, a Falha, naquela cara-de-pau característica, diz que FHC reconheceu seu filho fora do casamento e, num passe de mágica, transformou uma canalhice num ato heróico. Vale lembrar que o caso, mais conhecido em Brasília que telefone de puteiro, foi denunciado há quase dez anos pela Caros Amigos e ninguém repercutiu. Engraçado, hein?

- E sobre mais um desastre nas obras do governo de SP com a queda das vigas do Rouboanel, ninguém vai falar?

- Até um anão de jardim ameaça o ínfimo de dois CPFs. Santa credibilidade, Batman.

- Passei a moderar os comentários. Fakes e trollas babacas andam infestando isso aqui. Viva a liberdade de expressão!

13 novembro 2009

O mal da liberdade de expressão


Acalmem-se. Apesar o impacto do título, este espaço não vem propor a volta da censura. Muito pelo contrário, a democratização até certo ponto exagerada que a internet proporciona é bacana, obviamente quando seguida de responsabilidade. Há, no entanto, gente muito ruim e mal-intencionada que, não se sabe o motivo, virou referência de moralidade e justiça - sobre isso, falamos aqui. Esses tipos exageram tanto nas bobagens que nos fazem chegar ao ponto de lamentar a liberdade de expressão.

No meio desse bolo de arautos da retidão, há um talzinho que todos conhecemos. Aquele com dois CPFs e cara-de-pau suficiente para, simultaneamente, ficar devendo R$13 numa locadora de vídeo e cagar regras diariamente em seu blogue. O sucesso de audiência que o alavancou para a calçada da fama, vale lembrar, se deve justamente ao fato dele ter sido outrora linkado no maior portal brasileiro, às custas do padrinho famoso.

E aí, diante de tanta insignificância, você pode se perguntar: para que gastar vela para defunto tão ínfimo? Porque, meus caros, quando insultam um amigo teu, você precisa se manifestar. O talzinho tem todo o direito de galhofar dirigentes de clubes e federações, técnicos e jogadores milionários, políticos e o escambal, mas não o de interferir na vida pessoal de um desconhecido usando a mentira como ferramenta. Os peixes grandes têm por onde se defender mais facilmente, as pessoas comuns só tem os seus para contar - e nesse contexto mora a crítica à "liberdade de expressão".

Voltemos ao escopo. Todos que se dignam a sair de casa para enxergar o mundo e descrevê-lo a partir da experiência vivida sabem que o Seo Cruz, a voz feroz do blogue Cruz de Savóia, é o Raphael, com quem tive o prazer de dividir inúmeras geladas na mesa do bar. Quem não sabe disso, não quer, não precisa ou não merece. No entanto, uma coisa é apontar o dedo na rua a quem adora um holofote e busca fama a todo custo; outra é expor, indevidamente, alguém cujo anonimato é garantido pelo cotidiano e que não deve nada a ninguém. Mas como diz minha mãe, e ela nunca erra, nem todo mundo tem caráter.

Pessoalmente, também há um sentimento de participação indireta pelos insultos desta sexta-feira 13 por conta de um comentário postado e censurado (praxe naquele espaço inóspito) nesse outro texto. Confiram:

"Claudio Disse: O seu comentário está aguardando moderação.
Novembro 13, 2009 às 10:51 am | Responder

Blogueiro Inho é beijador de mãos de Citadini e do ex-poder corrompido do Corinthians.

Nas horas vagas, brinca de ser jornalista e de inventar denúncias sem provas.

'Estranhamente', faz isso no mesmo site que teve como endereço de registro um apartamento na Cincinato Braga.

Apartamento que é freqüentado por empresários e jogadores.

Tudo isso avalizado pelo chefe da máfia, o Juquinha.

Deve ser coincidência."


Quero acreditar que o senhor Paulo Cezar Andrade Prado será ignorado solenemente pelo Terra, portal referenciado e onde trabalha (reitero que TRABALHA e faz um serviço genial, ao invés de ser bancado por um velho de gosto duvidoso) o Raphael. Fora isso, me surpreende um boçal continuar escrevendo o que escreve sem sofrer as conseqüências legais - e por que não físicas? - de suas palavras.

Termino comparando a postura dessa gentinha da máfia juquiniana da moralidade esportiva - e cito os nomes de Vitor Birner, PVC, Paulo Calçade etc. - com a daquele moleque que passa a vida a testar os limites de tolerância dos pais e, ao completar 18 anos, sai pelas ruas matando gente com seu carrão esportivo ou batendo indiscriminadamente nos outros para treinar o seu jiu-jitsu. São todos atos legitimados pela tal liberdade democrática que nos fazem engolir goela abaixo. E convenhamos: nada mais previsível a atitude, já que na riqueza de linguagem e no debate argumentativo, essas múmias não têm nem chance.

12 novembro 2009

O que temos a aprender


O corinthiano está sem muito o que fazer nesses últimos dois meses de 2009 e, depois de uma ressaca antecipada por conta dos dois magníficos títulos no primeiro semestre, só acompanha de longe esse modorrento campeonato de pontos corridos com um sorriso no canto da boca. Tal desocupação abre espaço para pensarmos sobre o futuro e também lembrar de tirar um sarro de quem andou a duvidar da grandeza do Corinthians.

A noite da quarta-feira fez a Fiel dormir com uma sensação de felicidade, mesmo não tendo entrado em campo. Foi-se embora da Série A a imundice do Recife, aquela que renega a própria condição de brasileiro nordestino e se acha a raça ariana - qualquer semelhança com outra imundice que você conhece não é mera coincidência. Um viva dos amantes do futebol pelo rebaixamento do Ixpót, um dos clubes mais sujos e imorais deste país.

Para homenagear o bando de merdas, eis a obra:



Também tivemos uma outra alegria que, paradoxalmente, pode virar um incômodo se analisarmos a ponta da tabela. Mas isso não importa muito ao torcedor alvinegro, porque se não é o Corinthians lá, foda-se. A gente apresenta um outro jogador logo após o fim do campeonato e ninguém vai se lembrar de quem ganhou. No entanto, como por aqui se preza o respeito e ninguém caga e cospe em camisa alheia, fica a galhofa:



Disso tudo, o corinthiano deve tirar algumas lições, porque a vida não é só alegria. Teremos em 2010 uma guerra persecutória contra o nosso Centenário. Portanto, é melhor preparar o espírito de luta desde já. Esqueçam o blablablá de juiz ladrão porque eles vão nos roubar muito e o time vai jogar contra 12 adversários. Esqueçam o que os outros vão falar, mantenha o foco no Corinthians. Mantenha, também, a humildade, e não pise em cachorro morto - a não ser que o cachorro seja uma cadela rosa - para não tomar o contragolpe na mesma moeda. O rebaixamento, o MSI, o velho gagá e o roxo já deveriam ter ensinado isso para todos. A quem ainda não aprendeu, chegou a hora.

VAI CORINTHIANS!

11 novembro 2009

99 não é igual 2009


Está na cara, é óbvio ululante que o apagão da última noite não tem nem traço daquele que, há exatos 10 anos, deixou grandes capitais sem energia elétrica. Em 1999, o país passava por uma crise sem precedentes que se disseminou principalmente nos setores de serviços básicos. Preocupado em estabilizar a moeda eleitoreira às custas do endividamento público, o governo à época se esqueceu de... governar. Uma década se passou, o operário assumiu a cadeira e até lá nos rincões do Nordeste, aquela terra esquecida pelo sul do país, há um postezinho de onde sai um fio para o sertanejo plugar sua geladeira, seu fogão e sua televisão.

Não há crise no sistema, ao contrário do que ocorreu nas últimas duas panes - houve outra em 2001, quando o governo instituiu as famigeradas cotas de gasto mensal. Atualmente, os reservatórios estão cheios e o funcionamento em cadeia evitou que, com a queda nas linhas de transmissão, a distribuição de energia não entrasse em colapso. Porém, foi tudo o que a oposição queria para iniciar nova bateria de ataques contra o governo Lula, e aí entra o fator sorte (ou azar). Além de uma pequena coincidência.

No entanto, antes de revelar essa coincidência, devo ressaltar alguns pontos que me chamaram atenção. O primeiro diz respeito aos meios de comunicação. O rádio ainda se mostra ferramenta essencial e eu louvo o trabalho da Bandeirantes, por onde acompanhei as notícias
com César Sacheto, Alexandre Praetzel e Zancopé Simões. Em nenhum momento, surpreendentemente, a emissora politizou o troço, pelo menos até a hora que escutei, - logo em seguida entraria o Zé Paulo de Andrade e aí eu já não posso bancar essa afirmação. Destaco também a clareza com que tratou do assunto o Ministro de Minas e Energia Edison Lobão e o presidente de Itaipu Jorge Samek, trazendo esclarecimentos pouco mais de uma hora depois do ocorrido. Finalmente, é preciso alertar sobre a postura aproveitadora com que alguns vão querer tratar esse apagão, lembrando que em 99 e, posteriormente, em 2001, ninguém contestou o raio inexistente em Bauru (no primeiro caso) e a ingerência no racionamento compulsório de energia (no segundo).

Sem mais delongas, passemos ao dado curioso, sem nenhuma sustentação lógica aprofundada, mas que serve de arma na briga chula que esses abutres vão provocar, tudo em prol de outro golpe. Estampou o Estadão na noite de ontem, pouco antes do apagar das luzes: "Dilma sobe 4 pontos e Serra perde 4 em novo Vox Populi". É...

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Atualizando, são essas pessoas equilibradas quem vão falar os piores absurdos sobre o caso e jogar a culpa no Lula:




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Fazendo outra atualização, deixo o link do interessante debate no Blogue do Nassif, porém já adianto que eu discordo que a ocorrência de ontem seja igual a de 99. Há dez anos, o sistema estava sucateado e não era prioridade do governo. Atualmente, é até obrigação, uma vez que não priorizar a energia elétrica seria enforcar o programa Luz Para Todos.

10 novembro 2009

Só em SP


Além das reações de nojo naturais acerca da expulsão da menina que foi ovo-acionada há duas semanas na Uniban por conta de uma saia curta, algumas ponderações marginais ficaram pendentes. Preocupou-me, antes de tudo, as críticas que começaram a pipocar sobre o ProUni, feitas inclusive por gente bastante esclarecida. Dizem, erroneamente, que o programa de inclusão ao ensino superior do governo federal é quem banca essas "universidades de esquina", lugares propícios para a ocorrência de imbecilidades. Em primeiro lugar, se há universidades de esquina, é porque elas apareceram durante o viés mercantilista do MEC na gestão da dupla FHC/Paulo Renato. Foi a administração do monarca tucano que instituiu as fábricas de diplomas financiados durante 4 anos, não levando em conta projetos pedagógicos, qualificação de corpo docente e todas aquelas preocupações básicas com a Educação. Em contraposição, o ProUni não dá dinheiro às faculdades diretamente, mas sim banca o acesso a quem jamais sonharia em pisar numa universidade. São duas situações bem distintas. Segundo que foi na Medicina da USP onde mataram um chinês na festa de recepção de calouros.

Quanto à postura dos alunos da Uniban diante de uma menina sem noção,
é inegável que só num lugar como SP (e aqui me refiro ao Estado, já que a balbúrdia aconteceu em SBC) esse tipo de atitude ainda seja comum. Qual o problema de alguém - sem a mínima noção do ridículo, diga-se - sair pela rua (mal)vestida do jeito que quiser? Sobre as roupas, cabelos e maquiagens dos emos, por exemplo, ninguém fala nada...

Me formei não muito tempo atrás, mais precisamente em 2003, e na minha época (isso é uma expressão de quem já sente o peso da idade) a gente não importunava os boca-abertas dessa maneira. Geralmente criávamos um bordão - os amigos de Cásper vão se lembrar de "Ae, Edgar!" e o pessoal do colégio certamente tem na memória o "já chegou o disco-voador" quando avistávamos nosso obeso coordenador à distância - e a zueira nunca passava dos limites. Vou além, e digo que às vezes íamos tomar cerveja com os alvos das brincadeiras.

Meu ponto, portanto, incide na decadência paulista que acabou até mesmo com as brincadeiras comuns de qualquer moleque que tenta tornar mais divertida sua trajetória acadêmica. Colar chiclete no cabelo, jogar bolinhas de papel no rego do gordinho, grudar o estojo da professora na mesa com Super Bonder e sumir com a mochila do teu amigo não têm mais a menor graça. O lance agora é promover a humilhação pública e injusta, filmar isso pelo celular e jogar o troço no Youtube. A alma e o valor ao ser humano está cada vez mais raro e isso é legitimado até mesmo por quem deveria educar (no caso, o conselho da universidade que decidiu pela expulsão da garota). Destrói-se a vida de uma pessoa sem pudores, tal qual o covarde armado que mata alguém no trânsito por conta de uma buzinada.

É cristalino que essa moça está se aproveitando da repentina fama que obteve e provavelmente vai ganhar o seu cascalho nessa brincadeira toda - se não na Playboy, talvez naquela Brasileirinhas ou um filminho com o Frota. Mesmo assim, não é possível aceitar que ainda existam tantas pessoas pensando como os babacas da Uniban, babacas esses que também podem ser encontrados na USP, Unesp, Unicamp, Cásper, ESPM, FAAP, Federais, FATECs e tantas outras instituições de ensino. Uma coisa, no entanto, não muda nunca: isso só acontece em SP.

09 novembro 2009

O modorrento campeonato de pontos corridos


Então estamos a quatro jogos do fim de mais uma edição do Campeonato Brasileiro por pontos corridos e eu me pego aqui pensando como é pública e notória a aversão a esse tipo de disputa por parte de qualquer torcedor que se preze. Até mesmo entre os leonores - grandes beneficiários da fórmula, já que todos os argumentos utilizados para justificar tal europeização babaca do esporte batem com as mentiras propagadas pelos bambis quanto sua "organização e modelo administrativo" - existe gente esclarecida que, apesar do desvio clubístico, gostam e defendem as coisas acontecendo da maneira mais honesta possível.

O Corinthians, por exemplo, entrou em campo no último domingo para não fazer nada. Os vagabundos resolveram, por conta disso, jogar um pouquinho de bola e, talvez, compensar os extorsivos R$30 de arquibancada que deveriam custar um sexto desse valor. Relação de mercado com a nossa razão de viver à parte, ao final da rodada a tabela nos mostra a 10 pontos do líder, o que leva qualquer corinthiano se indignar com os 11 pontos perdidos em casa de maneira imbecil e displiscente.

Vejam que, sem nenhum esforço, o Timão poderia estar hoje com uma mão na taça. De saída, isso elimina aquele negócio de "justiça" e "do melhor sempre ganha" que vendem como essencial para determinar quem é campeão. Tenho para mim que um título é a conjunção de diversos fatores e a graça do futebol é a certeza de que nem sempre o melhor vence, ressaltando também que a definição de melhor é bastante subjetiva. A partir dessa constatação, vamos usar o gol como ápice do esporte e, portanto, deveria ser fator determinante ou prioritário para estabelecer o tal melhor nos pontos corridos. Pois bem: o grêmio, até agora o melhor ataque da edição 2009 com 59 gols marcados, ocupa apenas a 9ª colocação. Onde está a justiça?

Os pontos corridos, grosso e injusto modo, são a reunião de certa casta cujo critério de seleção é o poder econômico, e seus membros se revezam nas vitórias numa espécie de política do café-com-leite que vigorou nos primeiros anos republicanos deste Brasil. Por outro lado, as finais são nada mais do que a democratização pura e simples. É a CLT, é o povo se equiparando à elite e tendo chances reais de se sobrepor pela vontade, pela raça e pela valorização da alma e seu orgulho de ser povo.

Afora a ideologia, há outras questões em jogo. O atual tri-campeão do troço vem sendo beneficiado, desde 2007, em partidas com poucos holofotes - confira os dossiês aqui e aqui. É um pênalti não marcado contra um time do nordeste aqui, um gol impedido (na verdade foram vários) contra um paranaense ali, uma expulsão não dada acolá e, quando nos damos conta, os pontos se acumulam exponencialmente na tabela. Em contraposição, se um juiz errar, propositalmente ou não, num confronto direto, ele e a referida mãe serão lembrados por décadas...

Enfim, meus caros, a fórmula modorrenta de pontos corridos é uma bela desculpinha para que a modernização nociva chegue com mais força às terras tupiniquins e se espalhe como uma praga pelo ideário do torcedor. Não vou nem apontar incoerências como a defesa e a legitimação desse tipo de disputa pela mídia golpista, ao mesmo tempo em que ela exalta Libertadores, Copa dos Campeões da Europa e Copa do Mundo, todos eles campeonatos no sistema mata-mata. Afirmo categoricamente, porém, que os malditos pontos corridos forçam times como Bahia e Santa Cruz passarem por maus bocados e avaís e barueris da vida serem louvados.

Voltando ao nosso umbigo, o corinthiano pode imaginar o time jogando o que jogou na última apresentação e chegando numa quarta-de-final justamente contra a freguesa? Como não seriam interessantes essas partidas? Pelo contrário, os pontos corridos são tão nocivos que institucionalizam o anticorinthianismo ao incentivar nossa torcida a cogitar abrir mão da vitória contra o rubro-negro carioca ou contra o galo mineiro só para evitar alegria a rivais ou inimigos.

Não seria muito mais decente se tudo isso fosse resolvido dentro das quatro linhas?


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Em tempo: tive de ler e escutar muita gente me chamando de louco por conta da indignação com a arbitragem no último clássico, principalmente no pênalti não assinalado em Dentinho que EU VI NO ESTÁDIO. Tive a calma necessária e afirmei que, apesar do assalto em Prudente/MS, não jogamos o necessário para vencer o clássico porque era preciso mais dedicação, inclusive contra o apito. Abro espaço para quem me julgou há uma semana reconhecer, primeiro, que o Corinthians fez sua parte e contribuiu e muito para que o cachorro continuasse mijando no poste e, segundo, que ditados populares são sábios: nada como um dia após o outro.

Sobre a "organização" que prometeram com os pontos corridos, o Barneschi desmente essa balela com sua corriqueira genialidade.

07 novembro 2009

Leituras do fim de semana


Post rápido com sugestões de leitura imperdíveis
, antes que você saia para tomar as devidas cervejas que esse calor maravilhoso pede:

- O PCdoB realiza nesta semana seu 12º Congresso e na última sexta contou com a ilustre presença do presidente Lula. Em seu discurso, ele mencionou o apoio do partido ao governo, ressaltando o espírito de unidade na luta contra os golpistas, além de mandar respostas definitivas a um certo compositor baiano ("Ioiô, você exalta a Bahia porém nunca mais por lá ficou/E deu pra falar mal do Rio morando aos pés do Redentor") e a um ex-presidente desacreditado. Confira também a má-intenção das declarações do tal subperonismo desnudada pelo Azenha.

- No papo das arquibancadas, é imprescindível ler o que o Filipe escreveu, já que o texto reforça ainda mais nossa campanha FORA SANCHEZ!. Outro texto obrigatório é o "Mulheres no estádio de futebol", do Edu Goldenberg. Acrescento à "turma" do post aquele bando de babacas andróginos (meninos e meninas) que vai ao estádio para ficar tirar fotos com o celular em poses comprometedoras e fazer social. Estão, de fato, acabando com o futebol, pelo menos o futebol do jeito que ele tem que ser...

- Bruno Ribeiro entrevista Benito di Paula, de quem já falamos por aqui. Papo fantástico.

06 novembro 2009

Sonhei com ela


Faz menos de um mês que ela foi embora. Mais que uma muleta para todos que ficavam debaixo da sua aba, ela se tornou uma referência natural. "O que ela faria nessa situação?" era o que eu quase sempre pensava. De fato, era bom ter duas mães, principalmente depois que eu "matei" meu pai.

Confesso que ainda não me caiu a ficha. Quinta-feira à noite. No milésimo de segundo após o susto, me veio nitidamente nos ouvidos aquela porcaria de música do Abba que ela tanto gostava e a imagem da dancinha com as mãos postadas na altura da cintura, como que se estivesse segurando uma corda de pular. Creio até que ficha só vai cair daqui algum tempo. Outro dia mesmo me peguei discando o número dela para perguntar algo. Vai entender...

Até que, nessa noite, eu sonhei com ela. Um sonho confuso, numa casa desconhecida. Ela apareceu daquele mesmo jeito de sempre, comendo aquela pururuca comprada no posto de estrada. Abracei-a como nunca e, quando começava a chorar, ela me pediu que parasse porque isso não ia ajudar nem a ela e nem aqueles que ficaram. Sequei como um deserto, ganhei um beijo na testa e o sonho acabou.

Hoje eu acordei pesando uma tonelada a menos. Para o caralho o inconsciente! Era ela e pronto.

04 novembro 2009

Hora da Patrulha


Em meio a tanta polêmica que todo clássico tem e deve ter, numa coisa
corinthianos e palmeirenses que se dignaram em ir até Presidente Prudente/MS concordam: além de longe como um quê, é inexplicável a quantidade e o preço dos pedágios na rodovia Castello Branco. Tudo bem que a estrada está em boas condições, mas isso não justifica os valores exorbitantes cobrados pelas empresas que a administram. São dez praças, ida e volta, e um rombo de R$77,40 no bolso.

A culpa, logicamente, é do
modelo privatista - para não dizer entreguista - das últimas quatro gestões estaduais, todas elas sob as asas do PSDB. E aí os sem-argumentos virão com as pedras na mão, berrando: "ah, mas o teu Lula 'privatizou' a Fernão Dias!" Não, energúmeno! Nas federais ocorreu a concessão, de fato e de direito, com tarifas muito mais baixas que as estaduais paulistas. Para fins de comparação, vamos utilizar as duas estradas supracitadas. A Castello Branco tem 315km de extensão, dez pedágios e custa R$4,06 por quilômetro. Já a Fernão, no trecho duplicado entre SP e BH (para ficarmos nos mesmos parâmetros), contará com 7 praças custando de R$1,10 cada uma, ao longo dos 586km. Não precisa nem fazer a conta...

Enquanto essa "competência" para gerir o transporte não é debatida e tampouco contestada, aqui na capital o furdunço continua com as obras na Marginal Tietê. Certo dia, pelo Twitter, o @viniciusduarte definiu bem: é como se a Sabesp alargasse os dutos para que saia mais água na torneira da sua casa. Até mesmo figuras ilustres, como o jornalista
Ricardo Kotscho, andam acreditando nas balelas da propaganda demo-tucana e ninguém explica o porquê dessa grana toda não ter sido aplicada, por exemplo, na construção de novos corredores de ônibus pela cidade.

Para refrescar a memória dos maravilhados com o choque de gestão, por que não mencionarmos os pedágios no Rodoanel, decisão totalmente contrária à proposta inicial feita pelos próprios tucanos e que conseguiu a proeza de congestionar a via? Ou então as novas paradas de cobrança na Rodovia D. Pedro I, que corta o interior paulista? Ou ainda o assalto que é pegar a Imigrantes para chegar à Baixada Santista?

Crer cegamente no que os bicudos falam no rádio, na TV e no jornal da ditabranda é validar imbecilidades como esse tal reajuste dos professores, que garante salários de R$7 mil daqui 12 (!!!!!) anos. Qual meritocracia - tucano adora essa palavra - e política salarial decentes incentivariam o cara a largar a sala de aula e estudar, só para ir bem na suposta avaliação e conseguir atingir um teto da categoria que daqui 12 anos já estará defasado? Isso se justificaria somente se a intenção fosse tratar a educação como mercadoria, tal qual defende o atual secretário da pasta e tal qual manda qualquer determinação desse governo.

Finalizando, deixo um belo mosaico que comprova o quanto se gasta no caminho à terra esquecida por Deus. Além de enviar essa conta para os mandatários Sanchez e Belluzo, ofereço a obra de arte como presente ao governador, que, dizem, foi à Turquia com uma sub-prefeita paulistana, talvez em lua-de-mel...

Sorria, São Paulo.

03 novembro 2009

Decifrando mensagens


As palavras dos mandatários de Corinthians e palmeiras garantem: em 2010, o clássico entre as duas equipes acontece na capital. Diante de outro fracasso de público no último confronto, realizado em Prudente/MS, tampão e o professor mudaram rapidamente seu discurso e o que antes era ótimo e rentável virou "situação excepcional".

Notem que tanto um quanto outro não mencionam o prejuízo dos bandidos marginais que, no meio de um feriadão de sol, se dispuseram a viajar mais de mil quilômetros - 1.200km, para ser exato, como bem frisa o Barneschi - para assistir a um jogo aquém do histórico épico do derby, muito por conta dos 40º que fazia naquela cidade de merda e do sol das 15h. A preocupação dos dirigentes não é com quem os sustenta jogo após jogo, faça chuva ou faça sol, vendo craque ou perna-de-pau.

O tampão, por exemplo, jogou a bronca nas costas do Fiel Torcedor. Porém, todos sabemos que os reais motivos vão além dos números do nosso cambista oficial. Os problemas que o esvaziamento do clássico podem trazer na comercialização de diversos "produtos" (um cuspe) relacionados ao Coringão e ao próprio jogo são exemplos que podem acabar prejudicando inclusive as famosas comissõezinhas. O associado do Fiel Torcedor quer saber mesmo é quando irão baixar os preços nesse Brasileiro que já não vale mais nada.

À margem desse vergonhoso jogo de cena, é preciso que a gente
sempre se lembre daquelas reuniões e cortejos ao pessoal do jd. leonor, a fim de manter no ar a apreensão. Sanchez mencionou a realização da partida no Pacaembu, mas o diretor de marquetim cogitou a volta ao panetone dias atrás. Belluzzo, por sua vez, afirmou, enigmático, que "A torcida do palmeiras, por exemplo, vai ao Pacaembu, mas não vai ao morumbi, que é um estádio rejeitado pelos torcedores palmeirenses, não sei por quê". A declaração poderia ter acabado antes do "não sei por quê" destacado, fosse a decisão de não jogar mais no privadão algo em que se pudesse confiar.

Consideremos, portanto, todas essas declarações cifradas dos dois presidentes envolvidos como um descaso muito grande com a história, a torcida e as tradições dos clubes que administram. E os que foram à cidade de merda hão de concordar: aquilo ali não tem um milésimo da atmosfera de um Corinthians x palmeiras em SP.

Amanhã, um post sobre os gastos com pedágio, misturando futebol e a famigerada Hora da Patrulha.


02 novembro 2009

Enquanto houver Prudente...


... haverá tabu. É simples. Jogar naquela merda significa não ganhar do porco. Pior ainda é não ganhar sendo garfado, e a indignação é maior por ter que viajar até o Pantanal para ser roubado. Vale lembrar aos incautos que passamos o primeiro semestre inteiro escutando inúmeras acusações
de desavisados verdes falando do "esquema" para ajudar a gente. A causa era simples: ganhamos o Paulistão invictos e a Copa do Brasil mais uma vez. Para o espírito carcamano, isso faz arder cotovelos. E a gente ficou na nossa, esperando esse jogo para ir à forra. Ao ver o Corinthians dominando as ações, o tal Héber, que vive a nos prejudicar, seguiu apenas sua ideologia anticorinthiana...

No entanto, indignação total é estar naquela bosta de estádio daquele lixo de cidade. Não queiram saber os amigos de arquibancada quão ruim é estar ali. Não há nada de Corinthians. A caipirada vai lá para fazer festa ao invés de torcer. E eu, obviamente, resolvi pagar na mesma moeda. Xinguei o Gordo maldito - não é por que ele fez 2 gols que eu vou desconsiderar o fato dele ter perdido meia dúzia de bola e dado contra-ataques, além de sua paralisia dentro de campo - durante os 90 minutos e causei certo mal-estar entre os pé-vermeios que torcem para o Ronaldinho FC.

Para se ter uma idéia de como são descompromissados esses filhos da puta, os Gaviões da Fiel prepararam uma bela presença. Fazia parte do furdunço alguns rolos daqueles que se esticam por toda a arquibancada. Não é que os comedores de capim resolveram baixar as faixas porque "não dava para ver o jogo"? Não demorou dois minutos e um grupo de playboys do mato começou a tomar sacos de gelo nas costas. Vitória do povo!

Hoje chego em casa e vejo o tampão dizendo que ano que vem o clássico será no Pacaembu. Ele deve ter percebido que os 18 mil presentes, com ingressos a R$50, não pagariam nem a pousadinha que serviu de hospedagem ao time - em Prudente/MS, qualquer bosta com cama e chuveiro na parede é considerado hotel. Espero que isso seja cumprido, pois, caso contrário, me disponho a tomar ações mais contundentes, como lançar sacos de bosta sobre o carro do mandatário quando ele estiver saindo de sua sala ar-condicionada do Parque São Jorge.

Sobre a partida - jogamos bem, mas não jogamos o suficiente para o clássico. Tivéssemos nos portado dessa maneira diante de lixos como a mentira verde do Planalto e a brisa paranaense, estaríamos na disputa do título. No entanto, três coisas valem o destaque: 1) zaga que se preza não toma dois gols do jeito que tomamos; 2) o pênalti não marcado no Dentinho foi algo inacreditável; 3) o Felipe falhar DE NOVO contra o porco é coisa para ser expulso do Timão. Rivellino, por muito menos, foi escorraçado. Perdoem os "torcedores comuns" que adoram esse comedor de acarajé mau-caráter, mas é necessário alguém muito melhor que ele para a próxima temporada, alguém que nem está tão longe, diga-se. Tem dois logo ali, no banco de reservas...

Pra finalizar: CADÊ O GOBBI PRA DAR O MEU DESCONTO NESSES ÚLTIMOS JOGOS?