31 agosto 2009

Painel de imagens

Calma, negada, não me rendi à abutrice. É só o uso de uma expressão popular. O fato que me traz aqui é a confirmação de mais um derby no interior. palmeiras x Corinthians será realizado no próximo dia 31 de outubro em São José do Rio Preto. De menos ruim, digo que o caminho para lá não é tão traumático e cansativo quanto o de Presidente Prudente/MS e que o jogo cai num feriado. Aproveitarei para um retorno às minhas raízes...

Enfim, vamos ao que interessa. Produzi dois novos selos que os senhores poderão utilizar em vossos blogues, aderindo agora à campanha Rio Preto Não! A primeira versão é a "Pé-vermeio" e a segunda é uma adaptação do movimento passado, com o simpático Nhô Morais. Seguem:

Rio Preto não!

Rio Preto não!

E já que estamos mandando ver nas imagens, hoje é véspera e amanhã é Dia do Corinthians. Manifeste-se!

Dia do Corinthians

Alma! Alma! Alma!


No fim de semana em que me privaram de Corinthians, peguei o caminho da roça com destino à Zona Leste. Conforme prometido na última sexta, fiz meu début no Estádio Conde Rodolfo Crespi e assisti à partida entre o Clube Atlético Juventus e o São Bernardo Futebol Clube. Nessas de concentrar nosso foco no cotidiano, e eu só vou a estádios que não o Pacaembu quando o Coringão é visitante ou em situações de exceção extremas, digo que aqueles que amam o futebol de verdade precisam pisar no templo da Javari ao menos uma vez na vida.

O dia estava mais que convidativo, com um sol a pino embelezando o céu azulíssimo desse fim de inverno. Larguei o carro num estacionamento - não no estacionamento mais adequado, diga-se - e na caminhada de um quarteirão já me sentia acolhido pela Mooca. É preciso dizer que o bairro, reduto de imigrantes operários e seus descendentes, parece uma cidade do interior dentro da capital. Prova disso está no único bar ao lado do estádio juventino, onde faziam um churrasco de primeira e a cerveja, geladíssima, custava módicos R$2 a lata.

Depois de duas doses de Brahma, busquei meu lugar no alambrado do Rodolfo Crespi, escolhendo os arredores da Setor 2 para o primeiro tempo. A torcida é composta de alucinados e vem fazendo sucesso ultimamente porque conta com jovens juventinos (perdão pela repetição necessária), o que acaba com aquela sacanagem de time de velhos italianos e renova a paixão pelo Moleque Travesso. Começado o jogo, o Juventus tratou de abriu o placar logo as 15 minutos, com um belo chute de Alex Alves, o craque do time. A partir daí, a pancadaria comeu solta, a peleja esfriou e quase mais nada se viu - talvez porque eu não tenha prestado muita atenção a ela, mas sim a tudo que acontecia em sua volta.

Fim do primeiro tempo, fui tentar achar o meu querido parceiro Fernando Galuppo. Quem conhece o figura sabe que presença de Galuppo é certeza de bom papo e boa companhia, até mesmo em velório. Encontrei-o próximo à entrada dos banheiros, identificado pelos seus tradicionais e palestrinos óculos verdes. Se o sábado de Javari estava bom, com Galuppo ficaria melhor ainda. O cara parece um vereador: conhece todo mundo e, a cada saudação aos velhos freqüentadores da Javari, apresentava minha pessoa com um (ligue o italianês) "ôô belo, desse você vai lembrar. Lembra dele? Então", seguido de confirmações que mais pareciam não.

Terminada a partida em 3 a 0 para os donos da casa, o sol sumia no horizonte, o Galuppo fazia sua habitual sala para os velhotes - como corneta a italianada, durante os 90 minutos e depois deles também - e eis que surge no estacionamento ninguém menos que Félix, o goleiro tricampeão do mundo em 1970 pela Seleção Brasileira. Interpelado por um repórter, ele contou sua relação com o Moleque, onde foi revelado, mencionando inclusive o período em que esquentou banco para Oberdan Cattani. Esqueçam esse detalhe mínimo e atentem para o fato: Félix, da seleção, estava lá na Javari acompanhando seu Juventus!

Fechando a tarde, o Galuppo fez um irrecusável convite (ligue o italianês): "ô Genghis Khan, vamo lá na Di Cunto que tem um sanduíche que você vai ficar loco". Ora, é claro que vamos à Di Cunto! Caminhamos pela Javari, depois João Antônio de Oliveira, Rua da Mooca e, finalmente, Borges de Figueiredo, num percurso marcado por lembranças de infância do Galuppo e pela nossa indignação com a verticalização do bairro. Afora o erro grave de só servirem Bohemia, do que posso chamar aquele lugar senão o paraíso do estômago? Comidas fantásticas de todo tipo, e minha Evinha pode dizer aqui suas impressões sobre a trufa de rum que levei para ela.

É certo que nada substitui minhas idas ao Templo Sagrado, como também é certo que naquele canto de São Paulo ainda há um fio de esperança. É a alma pura, agindo no futebol e em tudo que nos cerca. Por lá há gente que, com suas qualidades e defeitos, ainda não se move essencialmente por todas as babaquices da famigerada vida moderna; pelo contrário, privilegiam o humanismo. Mas para que você possa entender tudo isso, é preciso ir à Javari.

Fotos do troço, clique aqui.

28 agosto 2009

Viva a Rua Javari!


O Barneschi havia publicado no dia 09 de agosto o texto "Javari, onde vive o futebol". Lá, ele relatava sua visita ao Estádio Conde Rodolfo Crespi, um templo do esporte a ser preservado e sempre ovacionado.

Pois bem. Hoje no Terra, eis a manchete: "Juventus: torcida prega ódio eterno ao futebol moderno". Não é que, de vez em quando, a abutraiada produz algo que não sirva apenas ao papel higiênico? O sujeito que não se emocionar com a reportagem é um desgraçado, um triste.

Por conta do impacto dessa matéria, vos digo: amanhã, por volta do meio-dia, já estarei pela Mooca para depois assistir, às 15h, à bela peleja entre Juventus x São Bernardo (alô, Barneschi, cadê a porra da reportagem?), compensando a falta de Corinthians no fim de semana.

VIVA A RUA JAVARI!

Por que Nelson


Lendo um texto de Mauro Carrara e publicado pelo Azenha, me veio algumas palavras sobre Nelson Rodrigues. Depois de ser genial, brilhante e transgressor, o magnânimo escritor teve sua obra deturpada pelo cinema nacional e pela rede Globo. A geração pós-década de 70 que não pôde acompanhá-lo cotidianamente - e desinteressada que é - só o conheceu por meio daquelas pornochanchadas cuja única qualidade era mostrar mulher pelada. Para a maioria dos meus contemporâneos, Nelson Rodrigues é autor de putarias, tal qual um Rocco Siffred ou um Ron Jeremy. Já na década de 90, o mestre deve ter revirado no túmulo ao ver muitas de suas histórias destruídas na série televisiva "A Vida Como Ela É", produção que também tentou mostrar certa imoralidade na produção rodrigueana.

Tudo isso é uma grande injustiça com um dos maiores nomes da literatura brasileira, até porque temos que partir do seguinte pressuposto: Nelson Rodrigues despejava nos seus textos nenhum juízo de valor que não fosse denunciar a falência da sociedade moderna. Mas, para perceber isso, é preciso esquecer a telona e a telinha e pegar em livros ou pesquisar nos jornais. Nas páginas diárias, por exemplo, ele foi o melhor cronista esportivo que já se viu e quem é corinthiano já deve ter se emocionado com o relato da Invasão de 76, logo Nelson, um tricolor incorrigível.

Outra ocupação que Nelson Rodrigues exercia com maestria era a de frasista (e foi a aparição de uma delas no mencionado texto do Mauro Carrara que motivou este post). Certeiras e com um quê de cinismo irritante e intrigante, as assertivas até hoje são usadas aos borbotões - termo dele. Confira algumas de minhas preferidas:

"Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém."

"Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata."

"Assim como há uma rua Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse, inversamente, rua Traidores da Pátria."

"A companhia de um paulista é a pior forma de solidão."

"O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele."

"Todo canalha é magro."

Como se vê, um gênio.

27 agosto 2009

Tudo para dar errado


Espero que, com esse resultado desastroso em Barueri, o roxo seja aposentado de vez no Corinthians. Aliás, tomara que a camisa encalhe nas prateleiras (o troço é horrível e foge totalmente dos nossos padrões) e seja banida da face da Terra. É uma zica sem tamanho.


Da partida dessa quarta, podemos tirar de positivo o comportamento de Elias que, notando a provável permanência até 2010, resolveu jogar bola e marcou um golaço. Além disso, para um mistão mal-resolvido, o time se portou de maneira razoável e
poderia ter saído daquele canteiro de obras com os 3 pontos, não fosse as cagadas individuais dos dois zagueiros (por que Jean???). Nota-se, ainda, que finalmente pagaram as premiações do primeiro semestre.

Para terminar, vamos à cornetagem básica: Bill, Souza, Jean, Henrique... Francamente! Comedor de acarajé e zagueiro que se acha craque: se quiserem fazer corpo-mole, podem vazar. No Centenário é pra ter gente que queira representar e que respeite o Coringão.

Roxo é meu saco! Roxo é o olho do Mário Gobbi! Pau no cu do marketing!
CORINTHIANS É PRETO E BRANCO!



26 agosto 2009

É igual cavar fossa


Grande, fantástica descoberta do Álvaro, do Blogue do Timão. Alia-se ao que escrevemos ontem.

Investigar o Jardim Leonor é igual cavar fossa; quanto mais fuçar, mais merda acha.


25 agosto 2009

Coisa rápida


O post de hoje é apenas para registrar outra comprovação daquilo que sempre falamos dos abutres. Linko aqui uma "matéria" do UOL sobre os balanços dos clubes na temporada 2008. Chamo atenção para dois dados que constam no primeiro infográfico, comparando números de Corinthians e dos bambis: vendas dos jogadores e menção ao estádio próprio.

Com relação ao primeiro, há uma clara distorção de valores. Tratavam-nos como time de série B, então por que raios comparar o faturamento? Para mim, a constatação é prova de incompetência leonor, já que a diferença nas quantias arrecadadas é muito pequena. Sobre o estádio, além do "não tem" de boca cheia escrito pelo talzinho Thales Calipo, vale lembrar que os maiores públicos daquela desgraça (hoje um shopping center de madame) no ano passado foram em jogos do Coringão. A informação, porém, foi omitida.

O desespero em não ver mais o dinheiro dos clássicos entrando no caixa, além da iminente falência, leva a assessoria de imprensa leonor - mais conhecida como editorias de esporte - a trabalhar dobrado. Que a turma da ditadura vá pedir dinheiro aos carniceiros, porque daqui e dos rivais não sai mais nenhum centavo!


P.S.: e já que mencionamos abutres, o menino prodígio da escola juquinha aprendeu bem a primeira lição. O amigo Alexandre nos alertou que Joquinha está bloqueando comentários contrários às suas imbecilidades. Nota 10!

24 agosto 2009

Pitacos pós-rodada


- Inaceitável essa zaga e essa insistência com o tal Jean. O outro lá até parece se mostrar disposto, então porque não entrou ao lado de Diego, ao menos um corinthiano? Essas teimosias do treinador já nos custou alguns pontos preciosos dentro de casa.

- Impedimento mal marcado, pênalti duvidoso, inversão de falta, não-marcação das faltas, tudo isso faz parte do futebol e a gente até entende tais artimanhas dos canalhas do apito para prejudicar o Corinthians. Porém, gol de mão é foda. Gol de mão é como se fosse um tapa na cara. Talvez o único gol de mão que tenha sido merecedor de elogios foi aquele que D10s marcou, só por conta da reparação histórica. Mas gol de mão é foda...

- Para acalmar os ânimos, chegou finalmente o argentino. Estava aguardando tal confirmação para dar as primeiras opiniões, todas elas bancadas pelo achismo. Vejo no sujeito um Morais melhorado e preocupa a maneira com que o garoto deixou seu clube de origem. Se fez isso com quem o revelou, imagina conosco - e não quero comparar agremiações, porque seria até covardia de nossa parte; trato da postura e do caráter. Que o rapaz me desminta.

- O zica do Rubinho vestiu o Manto na semana passada. Ganhou sua corrida, óbvio, mas certamente teve uma boa influência nesse empate do domingo.

- Empatar com o Botafogo em casa, depois de sair na frente por 3 vezes, também é algo inaceitável.

- Falta uma semana para o Dia do Corinthians.

21 agosto 2009

Estávamos todos no Bixiga


Nivaldo Santana, grande comunista e hoje vice-presidente da CTB, anunciou no último domingo o fim definitivo do Villagio Café. A casa já havia sofrido um revés importante, quando se mudou do tradicional endereço da Praça Don Orione para uma sobreloja sem alma na Teodoro Sampaio. A partir de agora, ficam só as lembranças, como a que vem a seguir.

Antes de tudo, abro parênteses para falar sobre o Nivaldo. Em nossos encontros esporádicos, o boa-praça abre seu característico sorriso meio tímido e solta a hiperbólica frase "esse é o japonês mais sambista do planeta", elogio imerecido que me faz corar por vir de quem vem. Conheci o Nivaldo nas atividades do partido e foi o então legislador quem assinou minha ficha de filiação ao PCdoB. Passamos grandes domingos na quadra do Peruche e na barraca da Maria, batemos muitos papos alvinegros no meio da muvuca do Samba da Graça na Roosevelt e tomamos muita cerveja no samba do Espaço CUCA, lá na Barra Funda.

O Nivaldo entra na história porque me foi apresentado por ninguém menos que a personalidade jurídica FH Borgonovi, o principal elo entre mim e o Bixiga, a Bela Vista, o PCdoB, os butiquins e o samba, assim como o é, em menor escala, o ex-deputado. E também foi o FH quem me levou ao agora falecido Villagio Café pela primeira vez, numa fria sexta-feira do ano 2000. Deixávamos a faculdade quando o representante máximo do Jaçanã fez a irrecusável proposta: "bora ver o Luiz Carlos da Vila?" Impossível dizer não...

Ao chegarmos, se aqueciam para as atividades Júlio Vellozo e Vandré "Jacaré" Fernandes. Solidários, viramos algumas ampolas no restaurante ao lado enquanto batíamos um papo sobre amenidades, já que à época ainda não mandava FH e Vandré à merda com tanta naturalidade como hoje (ninguém é irresponsável, imbecil e irracional o suficiente para mandar o Júlio à merda). Deu meia-noite no relógio e o momento era propício para adentrarmos ao templo que abrigou tantos nomes importantes da música e da madrugada paulistana.

Notem que não faz nem dez anos e era possível e natural chegar num buteco à meia-noite. A atração da ocasião, ressalte-se, só daria as caras no Villagio às duas da manhã - quem sabe uma estratégia dos donos do bar para deixar os clientes no mesmo nível etílico que Luiz Carlos. Fato é que tivemos uma noite inesquecível, com o "da Vila" mandando muito bem e fazendo gente chorar durante a apresentação.

Mês passado, voltei à rua 13 de Maio para encontrar o FH. Parei o carro na Don Orione, bem de frente ao local onde brilhava aquela luz baixa e amarelada sobre o par de mesas na calçada, um convite irresistível às almas perdidas em busca de salvação. Porém, já não havia mais luz, já não havia mais mesa, nem Nivaldo, Júlio, Vandré e Luiz Carlos da Vila (que perda!). Com exceção do FH, que trabalha a poucos metros dali porque insiste em se manter jovem socialista, não se encontra sequer um resquício das tantas histórias do Villagio. Nem parece que, há quase uma década, estávamos todos ali e o Bixiga vivia.

20 agosto 2009

Pode colocar no DVD


Hahahahahahhahahahahahhahhahahhahahahahahahhahahaha...
Hahahahahahahhahahahahhahaahahahahahhahaha...

Antes de mais nada, devemos dar os parabéns ao show de ilusionismo da rede Globo nas transmissões futebolísticas. Com o tira-teima do computador, os caras conseguiram a mágica de tornar ilegal o primeiro gol do Corinthians (o único legal da partida), ao mesmo tempo em que validaram o tento chorolado, marcado de maneira irregular. Mas sim: em nosso segundo gol, o guerreiro Jorge estava lindamente impedido!

Foi isso que deu toda a graça à vitória sobre aquele mesmo timinho sujo que tentou ganhar a Copa do Brasil no grito e se esqueceu de entrar em campo. Portanto, gauchada, pega esse gol impedido, grava o DVD e enfia a porra do disquinho no cu alegretense de vocês!

Eu geralmente não comento arbitragem nesse espaço depois do que aconteceu em Recife em 2008, mas sempre lembro que a gente entra em campo para ganhar do adversário e do juiz. Por isso mesmo, vale a pergunta: por que ninguém fala do cara que deveria ter sido expulso no fim do primeiro tempo e do Guinazu, que bateu no Dentinho o jogo inteiro e não levou nem amarelo?

Nada disso, porém, vai estragar a alegria que está sendo essa quinta-feira. Ganhamos na mão grande, e dessa vez os chorolados têm por onde reclamar. Só que a credibilidade deles está tão na lama que, ainda assim, vai ter gente duvidando do mais novo mimimi.

Chupa, Inter! AQUI É CORINTHIANS!

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Atualizando: é lógico que nosso gaúcho do Alegrete não poderia faltar!

19 agosto 2009

Hora da Patrulha


Esta Patrulha volta a mencionar a nojeira que está sendo a sucessão de imposições comportamentais do governo tucano sobre a população paulista. O processo teve início quando José Serra, então prefeito da capital, implementou o tal "choque de gestão". Aqueles que freqüentam os estádios, por exemplo, perderam as tradicionais barracas de pernil. Os CEUs foram sucateados, o Bilhete Único foi reestruturado para agradar as empresas de ônibus, os orçamentos de secretarias importantes sofreram cortes, os professores comem o pão que o diabo amassou com a falta de estrutura e a ajuda de custo (aquilo não é salário), e o trânsito será resolvido com a destruição de árvores e mais pistas na Marginal, para ficarmos parados apreciando o poluído Tietê.

Dali para hoje, a mais recente arbitrariedade atingiu os fumantes. Como tem apoio irrestrito da mídia, o governo Serra disfarça seus verdadeiros objetivos utilizando causas nobres e nunca é desmascarado. É óbvio que o cigarro faz mal, assim como é óbvia a nojeira de sair fedendo fumaça de qualquer lugar. No entanto, não se trata um problema de saúde público retirando de circulação aqueles que padecem do mal. Ao invés de reprimir o fumante e transformá-lo em bandido, por que não ajudá-lo a largar o vício? Mais ainda: cria-se um auê para possibilitar trabalhos nada nobres por baixo dos panos.

Ressaltando minha condição de não-fumante, jamais poderia deixar de criticar algo que considero bastante perigoso, mais até que meu vício indireto de nicotina: o adestramento social. De ato em ato, de restrição em restrição, os tucanos vêm promovendo nos seus redutos administrativos uma reeducação para manter a população totalmente passiva, ao mesmo tempo em que retira direitos do povo de maneira lenta, gradual e segura. Estratégia inteligente, diga-se, pois garantiu 4 mandatos seguidos no Palácio dos Bandeirantes.

Ainda no caso do cigarro, e para que vejam como essa gestão é banhada de péssimos hábitos, o Estado incentiva a cagüetagem. Coisa suja de gente sem caráter. Já que chegamos a níveis de imoralidade e ilegalidade tais, sugiro a subversão: ao ver um gaiato querendo fechar seu buteco por causa de uma bituca, desça a mão no sujeito!

Engraçado que, ao falarmos sobre cotas para negros em universidades, um dos principais argumentos contrários à ação afirmativa é a suposta segregação que ela poderia gerar. Curiosamente, o mesmo papo-furado não aparece agora, quando é explícita a situação de verdadeiro apartheid. Isso, infelizmente, só comprova minhas teses de proteção e indução midiática (viva a reunião de secretária da Receita em que participante não se lembra da data e da hora!) e de passividade geral (viva os pedágios que irão se reproduzir pelas estradas outra vez e o povo vai pagar sem reclamar!). Talvez seja um silêncio de cumplicidade, assumida nas urnas.

Sorria, São Paulo.

18 agosto 2009

Só citando


- Lembram do "choque de ordem" carioca que eu tratei por aqui? Lembram que ele queria acabar com o Carnaval? Então, depois disso, ele tentou tirar um músico de rua do seu local de trabalho e agora proíbe arbitrariamente a venda de bebidas alcoólicas no entorno do Maracanã. Aqui em São Paulo, aconteceu procedimento semelhante. Hoje escuto algumas pesquisas de intenção de voto para o ano que vem. E adivinha quem liderava? Triste...

- Já que os golpistas da imprensa podem criar factóides a torto e a direito, este humilde combatente, embora cansado de tanta inoperância do governo quanto a isso, também se dá o direito de promover seu denuncismo barato. A descoberta é de um leitor do blogue "Amigos do Presidente Lula", que mostra a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira como caloteira. Deste lado das trincheiras, ao menos, o nosso denuncismo se comprova. Já os inimigos falam sobre grampo telefônico sem áudio e não há nem um puxão de orelha.

- O último post, que tratou do mais novo membro da famiglia Juquinha, teve alentadores comentários. Mesmo assim, ainda preocupa o alcance das palavras do arquivista e agora jornalista. Há uma adoração inexplicável pelo mamador de bezerros, principalmente por parte da molecada.

- À Fiel, o Filipe postou um vídeo imperdível sobre nossa Nação.

17 agosto 2009

Eu não sei ser hipócrita


Recebi do Mandioca referência ao texto de um jovem de 13 anos, indignado quanto à perseguição da torcida leonor ao Felisbino. Antes de reproduzir aquilo que considerei necessário fazer - ou seja, minha resposta ao e-mail -, algumas observações para mera contextualização.

1) o troço foi publicado numa semana em que muita gente na imprensa tentou defender o "amável" jogador (palavras da mãe do Felisibino), com o pretexto de seu "ótimo desempenho" (palavras da mídia) em campo. Não entendi até agora o motivo disso.

2) o autor do texto em questão, ao que consta, é filho de uma das piores jornalistas deste país, Renata Lo Prete. Tal impressão pude confirmar durante as aulas que ela fingiu dar na Cásper Líbero. Tudo isso diz muito, ao menos para mim.

3) desconfio que o texto, na verdade, tenha sido totalmente modificado por algum adulto ou responsável.

4) o menino-autor é fã, entre outros, de Juquinha, que foi o responsável por disseminar essa bobagem. O arquivista e agora jornalista (por conta do fim do diploma) mostra de novo sua especialidade: espalhar lixo pela internet.

5) se esse moleque é assim com 13 anos, deve apanhar todo dia na escola e vai ser um porre quando crescer.

6) mais alguém detectou o mais novo membro da máfia juquiniana?

Segue o
link para o tal texto e a resposta que me vi obrigado a tornar pública.

"Francamente, esse discursinho politicamente correto só comprova o fim do futebol. Sobre a forma como a homossexualidade é tratada socialmente, eu costumo dizer que a regra aplicada a isso é a do "bonito fora da minha casa". Tal qual no caso do racismo, há uma hipocrisia latente, que se materializa em textos como o desse rapaz.

Dito isso, passemos a outras ponderações. Primeiro, que não são nada salutares os exemplos de jornalistas que o moço utiliza - tanto os pais quanto o "ídolo" Juca Kfouri, uma enganação por excelência. E a mãe, se não me engano, é aquela que escreve o Painel da Falha de S.Paulo. Segundo, que o mundo do futebol é movido por sentimentos totalmente contrários à racionalidade, e isso inclui os preconceitos como forma de se alimentar rivalidades e de manifestar as tais "brincadeiras" e "provocações" tão exaltadas por aí. Não vejo ninguém defendendo corinthianos, por exemplo, de sermos chamados de bandidos, trombadinhas e/ou ladrões. Pelo contrário, nós absorvemos esses termos pela necessidade da criação de uma identidade e eles não nos incomodam e não fazem de nós ladrões. Cada um na sua...

Afirmo todas essas coisas levando em consideração o meu engajamento e apoio às causas do movimento LGBTT, mas isso como cidadão. Da mesma forma que, como corinthiano, irei chamar um são-paulino de viado quando estiver nas arquibancadas sem sentir um pingo de remorso ou apresentar sinal grave de incoerência. É preciso entender que o torcedor, o verdadeiro torcedor, incorpora condutas que não condizem com sua realidade fora dali, como se fosse um transe.

Por fim, fosse o referido jogador alguém que merecesse crédito, por que ele não assume o que todo mundo já sabe? Pelo contrário, ele apareceu na mídia com uma periguete, reforçando o machismo e o preconceito que o texto quer combater."

Não posso deixar de combater mais uma tentativa de moralização do futebol, neste caso por meio de debates oportunistas sobre a tolerância sexual dentro de um cenário totalmente incompatível. Vale ressaltar, ainda, que não se quer aqui defender qualquer atitude irresponsável da geração vitrine, mas sim dizer que é preciso considerar diversos fatores antes de julgar uma realidade. Por fim, quem me conhece que me condene.

Problema de simples solução


Foi só jogar com a vontade habitual para o Corinthians voltar a vencer. Pegamos um dos aspirantes ao título, mas em nossa casa dominamos praticamente toda a partida. Nas arquibancadas, a Fiel compareceu em bom número, não deu bola para a "crise" e cantou como sempre; dentro de campo, o Terrão ainda mostra que é muito vivo na alma alvinegra. Golaços de Dentinho e Boquita (que voltou a apresentar bom futebol)!

A análise tática mais detalhada vocês podem conferir no blogue do Filipe, porque eu realmente não tenho o mínimo talento em esmiuçar as coisas daquela maneira. Falo apenas sobre o que senti, e nesse domingo o grito de "Coringão voltou" - e a gente sempre volta - atingiu em cheio o peito dos abutres. Aliás, abro parênteses para dizer que essa expressão, nascida nos blogues amigos da lista ao lado, atinge repercussão maior do que eu imaginava. Indo ao Pacaembu, escutava Mirtim Cabeção lendo um comentário de ouvinte citando o termo que todos nós adoramos utilizar.

Continuando, vejam como é desesperada a imprensa na sua saga imortal e inútil de nos diminuir. Até a contratação ainda não confirmada do tal Defederico é alvo das asas carniceiras, que dão enorme repercussão ao presidente de um clube mínimo da Argentina a fim de inviabilizar a vinda do tal "novo Messi". Primeiro que esse troço de novo Messi é uma enganação, e a torcida não pode embarcar nessas ilusões - deve ser um Morais melhorado e o tempo que me contrarie. Fantasia criada, eles irão encher a pança de felicidade caso o negócio não vá para frente. Só que essa mesma imprensa foi quem lançou a negociação ao público, criou uma expectativa desmedida e alavancou as próprias vendas durante o período de especulações.

Nesse ambiente sombrio, começa na próxima quarta-feira o returno do modorrento Campeonato Brasileiro. Os amigos nem precisam adivinhar o que pensa este que vos escreve sobre a fórmula de pontos corridos, que dá a oportunidade, por exemplo, do nosso técnico ter falado a asneira que falou semana passada. Estamos em oitavo lugar e, fosse esse um torneio decente, brigaríamos tranqüilamente por uma vaga nos mata-matas. Por outro lado, o time que agora anda se achando campeão e é ovacionado pela "crítica especializada" estaria cagando de medo com a possibilidade de nos enfrentar numa possível decisão.

Aos incautos que ainda não entenderam, o Coringão voltou!

14 agosto 2009

Cotovelo no balcão


O melhor jeito de ver o mundo é recostado no balcão. Quarta passada, por exemplo, estive não no buteco, mas numa padaria que fica de frente ao metrô Vila Madalena. Esperava a Evinha para um rolê e, como cheguei meio cedo, desci duas Brahmas geladíssimas durante a hora que fiquei por lá. Reflete-se muito sobre a própria vida olhando a dos outros, e assim o fiz na ocasião.

Minha paz não durou nem dez minutos, quando um gaiato trombou em mim. Bêbado, mas não completamente, tinha a despesa na mão, junto a uma sacola cheia de produtos da própria padaria e o cartão de vale-refeição. Esforcei-me para não o encarar, porque esse tipo de bebum incomoda para um caralho. O esforço foi inútil e meu ouvido acabou penico das indignações proferidas pelo tonel ambulante. Não entendi o que o caboclo falou - devia ser algo muito sério e grave pelo tom da voz -, senão a frase: "pôaa, tem que ser de respeito esses fiadumasputa". Também não encontrei nenhum dos amigos imaginários do cara que, aliviado pelo discurso no púlpito, voltou a beber.

Acabava a primeira Brahma, a novela das 7 idem e algo curioso acontece na mesa à porta do estabelecimento. Recém-chegado, um cliente fez o pedido: Skol e um copo com gelo. Afora situações de desespero, é sabido até pelo mais abstêmio que não se deve colocar cerveja no gelo, ou vice-versa. Trata-se de heresia sem conserto. Fiquei um pouco indignado com o que vi, mas logo me acalmei ao desviar o foco para a cara de bunda do Bonner na TV, noticiando o acordão que encerrou a "crise" dos atos secretos no Senado Federal.

Quando voltava para conferir se a grotesca cena do gelo havia terminado, me assusto com o responsável pela excentricidade rachando o bico da hipocrisia parlamentar ao meu lado. Ímã de maluco que sou, o cara me alugou e supôs que eu fosse psicólogo. Sei que ele é carioca, mas mora em São Paulo há algum tempo, que teve carreira na polícia e agora trabalha no Detran, que sua filha que acabou de completar 18 anos (e que o namorado é um safado, segundo ele por querer comer a menina), que comeu a secretária da sua ex-advogada quando a menina fez os mesmos 18 da filha (e por isso ex-advogada), das festas em que viu figurões da Globo cheirando até pó de giz, de sua irmã que, apesar de morar a poucas quadras dali, não via desde muito tempo, e o porquê do gelo na cerveja - uma pneumonia no currículo criou o costume. A Evinha me salvou, ligando-me justamente na hora em que começavam a surgir as bobagens. Fátima Bernardes mancheteava a volta do Romário ao América/RJ e o sujeito, num surto de paulistanidade, iniciou sua série de impropérios ao Baixinho. De fato, era hora de mudar de assunto...

No intervalo entre a Eva chegar à padoca e o cara me deixar em paz por conta da ligação no celular, vi na calçada meia dúzia de fumantes, numa segregação lamentável que agora passará a ser comum com a nova lei fascista do governador/presidente/economista-formado Serra. Imaginei a improbabilidade dessa situação num caga-sangue da Vila Maria. Os fiscais, a fim de conferir a denúncia de cagüetas desocupados, seriam devidamente expulsos debaixo de porrada -ou até bala - e nunca mais voltariam. Nunca vi por lá o PSIU e ouso dizer que na Tijuca da Cidade Maravilhosa o procedimento seria o mesmo.

Já eram quase nove e a Evinha me ajudava com a segunda Brahma. O bêbado do vale-refeição, dessa feita num estado lamentável, teve os holofotes novamente sobre ele. Como não conseguia parar em pé, foi convidado gentil e educadamente pela assistência a se retirar. Coisa até bonita, pois o canabrava devia ser cliente fervoroso do lugar e os funcionários demonstravam real preocupação com o rentável e lendário freqüentador.

Ao partir, reforcei minha certeza de que não sabe nada da vida quem "evita esses ambientes". Pobres diabos dessa geração-condomínio que está por aí.

13 agosto 2009

Se o Lula não fala...


A guerra entre Globo e Record rendeu um petardo. Independentemente da canalhice do bispo Macedo e sua corja de vendedores do paraíso - que não se difere em nenhum momento da canalhice da família Marinho -, finalmente temos o "outro lado" aparecendo para a massa.

Confiram essa maravilhosa reportagem que me alegrou a manhã:


12 agosto 2009

É greve ou baderna?


Não precisou de muito tempo depois do fim da obrigatoriedade de diploma no jornalismo para que os primeiros sintomas de enfraquecimento da categoria aparecessem. Funcionários da TV e Rádio Cultura de SP encontram-se em greve, mas os jornalistas da casa estão à margem dos piquetes. Apesar de serem os mais prejudicados com as novas diretrizes da Fundação Padre Anchieta de reduzir drasticamente a produção de conteúdo, o pessoal da redação têm medo de aderir à paralisação.

Ao lado das ingerências ideológicas, a Cultura é cobrada por abono e reajustes salariais e pelo registro em carteira daqueles que estão na informalidade. No entanto, um sistema vil que já se disseminou nos meios de comunicação em sua totalidade força os jornalistas rejeitarem o justo e óbvio estado de greve. O motivo da estranha atitude quem nos conta é o site Comunique-se: "Até esta manhã existia a possibilidade do decreto de um estado de greve por parte dos jornalistas, mas muitos que trabalham como Pessoa Jurídica (PJ) - maioria dos jornalistas da emissora - afirmaram que apoiavam a causa dos radialistas, mas que a decisão de aderir a uma greve poderia prejudicá-los, porque não possuem garantia de direitos, correndo o risco de demissão."

É óbvio que eles não só não serão registrados como ainda terão seus direitos todos negados. Afinal de contas, como caracterizar e atender reivindicações de uma classe de trabalhadores constituída por milhares de microempresas e (santa megalomania, Batman!) micropatrões? O fim do diploma serviu, como já dissemos antes, para consolidar a geração PJ - e não se trata de sigla para profissional jornalista. Foi um golpe de mestre dos grandes conglomerados da mídia para cortar encargos e direitos, justificar a grana alta paga a colunistas boca-de-latrina, enfraquecer as determinações de piso salarial do sindicato e consolidar a desmobilização que paira sobre todas as redações.

Tanto no caso específico da Cultura quanto nas futuras manifestações que venham a acontecer, os colegas de profissão terão pouca ou nenhuma condição de falar do próprio problema. Por autocensura conseqüente da submissão, por discordância masoquista ou pelo telhado de cristal, já que é praxe a imprensa chamar qualquer movimento grevista de baderna. E essa cooptação às vontades dos patrões seria o quê?

11 agosto 2009

A tristeza de um povo


Aqueles que amam e vivem o futebol estamos todos sensibilizados com a tragédia ocorrida no último domingo, lá no Recife. O grande, o gigante Santa Cruz foi desclassificado na primeira fase da quarta divisão do Brasileiro e sua torcida coral amarga uma dor que os corinthianos conhecemos bem. Trata-se de um misto de impotência, indignação e desespero, uma sensação que aperta o peito e que parece nunca ter fim.

O Santinha é a representação máxima do povo pernambucano e, lendo sobre sua história, é possível encontrar algumas boas semelhanças de trajetória com o Coringão. O Santa Cruz, antes de ser tricolor, foi alvinegro em seu primeiro ano de existência. Além disso, carrega na alma a força de quem nunca se deixou levar por imposições de madames e, teimosamente, fortaleceu-se à base do sangue nas veias.

Não podemos deixar passar, portanto, a oportunidade de dizer: FORÇA SANTINHA! Você é grande, maior do que muito time considerado tradicional aqui nas terras baixas. Também é preciso lembrar que, independentemente de problemas internos que possa ter, um gigante desse porte passar apuros na quarta divisão é pura conseqüência da elitização e modernização do esporte. É essa merda de campeonato de pontos corridos excludente que tenta assassinar um clube responsável por média superior a 40 mil pessoas na maioria dos jogos, ao mesmo tempo em que cria hegemonias baseadas no oportunismo e na frieza.

Para saber mais sobre o Santa Cruz, visite o Blog do Santinha e o Santa Cruz desde 1914.

E navegando pelo Google Earth...


A tecnologia nos proporciona pequenos prazeres.

Qualquer semelhança não é mera coincidência...

PRUDENTE NÃO! Corinthians x porco tem que ser na capital.

10 agosto 2009

Observações importantes


- Eu falo, vez por outra, que os melhores jornalistas estão presos nas assessorias ou então foram para outras bandas que não a comunicação. O melhor repórter que eu já conheci é ninguém menos que Rodrigo Barneschi. Eu sempre cito uma reportagem que ele fez para a finada Gazeta Esportiva sobre o São Bernardo FC. Desde a época de faculdade, o referido rapaz se destacava entre a massa e, por conta disso, decretávamos inocentemente que sua presença nos principais jornais do país era questão de tempo. Hoje, e porque quero o bem dos meus amigos, desejo tudo menos essa colocação profissional ao Barneschi, já que seria muito desperdício de talento. Senão, em que lugar ele conseguiria publicar este texto sobre a Rua Javari e o imortal Juventus?

- O Filipe levantou um ponto importante em seu último post, falando sobre a possibilidade da corja vender os mandos de jogo do Corinthians para o interior, fazendo desse Brasileiro uma ode aos alienados. E aí eu pergunto: serei ressarcido pela anuidade paga inutilmente ao Fiel Torcedor, uma vez que não poderei usufruir dos serviços de nosso cambista oficializado?

- Essa proliferação de "fazer viralzinho" (termo criado pelo Blog de Guerrilha) está tomando proporções alarmantes. Recebi um e-mail estranho na semana passada, em termos semelhantes e vindo da mesma agência que contatou o pessoal do Futepoca. Quando a gente acha que novos meios de comunicação conseguiram matar velhos vícios, sempre tem alguém que nos surpreende.

- Eu ainda não digeri aquele papinho do Mano Menezes...

Coisas do Corinthians


- "Não estamos mais falando em título. Não podemos contrariar os fatos. Há uma distância para os líderes que não permite mais isso. Não é mais possível brigar pelo título".

Alguém que dá esse tipo de declaração, francamente, não sabe o que é o Corinthians. Um técnico que precisa motivar uma equipe em reestruturação não pode falar isso para os abutres.

Na impossibilidade de dormir por conta de mais um resultado negativo e, pior, de outra apresentação pífia da equipe alvinegra no Maior do Mundo, sou obrigado a desabafar. Não entro no papo de soberania, coisa de gente que se refugia na vitrine, a fim de esconder a falta de história. Também não caio na cilada de pixações irresponsáveis, tão inoportunas quanto surreais, haja vista nosso desempenho no primeiro semestre. Tudo isso, no entanto, não tira a obrigação de ser sujeito homem e entrar em campo honrando a camisa.

É papel do treinador demonstrar a seu elenco o porquê de se pisar no gramado com vontade a cada partida, assim como dar tapa na cara de vagabundo que está fazendo corpo mole e tranqüilizar quem está afobado. Se vai assumir em público que seu elenco é limitado, mantenha a decência e diga que algumas teimosias pessoais (ou empresariais, de bizines, vai saber) também andam prejudicando.

O que eu acho é o seguinte: Chicão e Willian precisam treinar mais a bola aérea e não viver à espera eterna de um novo volante destruidor; Bruno Bertucci tem que saber que não há sombra e que não é preciso se afobar, evitando vacilos como o do gol flamenguista (aliás, uma repetição de um lance contra o time médio da baixada); Jucilei e Elias são os volantes, Edu o meia de armação; Dentinho, mesmo mal, é peça intocável no ataque; Bill=Otacílio Neto, e ambos um pouco menos ruins que o inominável. Futebol é simples, e invenções levam a grandes desastres. Declarações tiro-no-pé, idem.

Ao time, é bom começar a jogar bola! Ao treinador, cuidado com o que fala. Aos irresponsáveis alienados, a Libertadores só começa ano que vem. E à diretoria: fora! Assim são as coisas corinthianas no seu devido lugar.

07 agosto 2009

Sexta no butiquim


Houve um tempo em que as sextas-feiras eram para se aproveitar a tarde de sol sentado à mesa de um bar. O calor convidativo e a cerveja gelada recompensavam a semana de trabalho e de faculdade. Época de poucas preocupações, sobretudo financeiras, e de muita bunda na cadeira do Puppy da Av. Paulista - a praia paulistana, vejam só - ou num muquifo na ainda habitável Vila Madalena.

Desgraçado dogma protestante que emplacou o trabalho como a obsessão-mor do mundo ocidental capitalista. Por conta dele, as pessoas torcem o nariz quando escutam que trabalho é precisão, e não prazer. Numa sexta como essa, por incrível que pareça, alguém pode ser enforcado na Praça da Sé
caso sugira uma escapada da firma.

Nessa de me vislumbrar recostado num balcão qualquer, lembrei que não se via tanto patrulhamento. Tinha-se respeito por quem optasse pela vida boêmia e pregasse o desapego ao horário comercial e ao acúmulo de riqueza. O papo furado, o bater-pernas sem rumo e o suco de cevada eram artigos valorizados.

Os amigos imaginam que, se agora está oficializada a carreira do dedo-de-seta por conta da criminalização dos fumantes, já foi possível baforar livremente em ambientes fechados? Sentava-se num caga-sangue de vossa preferência para apreciar os out-doors que embelezavam a cidade, e qualquer caboclo pitava seu palheiro sem ser incomodado e sem incomodar ninguém, salvaguardado pelo direito de se intoxicar.

Tais referências parecem ser de mil novecentos e guaraná com rolha, mas a vida era boa não faz muito tempo, Dondon não jogava mais no Andaraí e a goiabada cascão já não vinha na caixa. E ai de quem resolvesse mexer no vespeiro. Revoltas populares brotavam ao ferver do sangue e ninguém levava qualquer desaforo para casa. Corinthiano não vestia camisa roxa e a Ambev monopolizava merecidamente o mercado. Mas dessa mesa do escritório, hoje minha boca é só saliva, pensando na ampola suada daquelas sextas de butiquim.

05 agosto 2009

Tá certo, agora vamos começar a jogar bola...


O pior de tudo é viúva inconformada. Ela se lamenta até o fim dos dias, remoendo as mágoas e exaltando o lado negativo das coisas. A questão é que aqui é Corinthians e não dá mais para ficar chorando a saída de três jogadores, insistir em chamar isso de desmanche e ficar usando o fato como desculpa para péssimas apresentações.

Há uma pergunta para ser feita aos jogadores que entraram em campo (será que entraram e será que andam entrando?) nesta quarta: perdendo para o Náutico, vai empatar com quem? Já basta desse papinho de desentrosamento. É preciso colocar o pé na dividida com a mesma garra que nos garantiu os dois títulos do primeiro semestre. O que não vemos há muito tempo, mais precisamente desde o último jogo em que o Gordo esteve presente, é raça e vontade de vestir nossa camisa. Ao que parece, o próprio elenco incorporou a crise do desmanche, plantada tão eficientemente pelos abutres, achando que teremos o retorno de quem já se foi.

No mais, três certezas dessa merda de apresentação no Recife. A primeira é que o Edu não pode jogar preso, e sim fazer a função de armação das jogadas. A segunda é que ou o Elias decide se quer ir embora e fica de fora, ou ele assume que vai permanecer e se compromete novamente. E a terceira é que o Souza não deveria entrar em campo.

Minha paciência com essa postura de cuzão e com a infinita lamentação dos jogadores chegou ao limite. Talvez não só a minha. Isso só se reverterá quando voltarmos a jogar bola. Perder é uma coisa, mas derrotas como essa última é sinal de falta de compromisso com a Fiel Torcida, que está pagando uma nota preta nos ingressos para ser desrespeitada.

E PAU NO CU DESSE ROXO! CORINTHIANS É PRETO E BRANCO!

Vocês conseguiram


Em 1989, aquele fuzuê todo em torno da eleição presidencial pós-reabertura contaminou até mesmo a mim, que contava então com 8 anos de idade. Foi nessa época, aliás, que eu comecei a admirar o sapo barbudo, apesar de gostar também dos jingles lúdicos "tralalalalá Brizola" e "Bote fé no velhinho". Obviamente, todos eles bem menos emocionantes que o tradicional "Lula lá".

Porém, deixemos de digressões para lembrar que o resultado do referido pleito foi o caçador de marajás subindo a rampa do Planalto todo pomposo - quem sabe por conta de algum supositório. Seu trágico mandato, finalizado por um inédito processo de impeachment, teve Casa da Dinda, passeio de jatinho e jet-ski, aula de caratê, confisco de poupança e início do ímpeto privatista. Com o moral lá no pé, Collor pediu para sair depois de uma fortíssima campanha popular e, mesmo tendo aquilo roxo, acabou relegado inclusive pela própria famiglia.

O relógio corre e cá estamos em 2009. O sapo comunista está terminando seu segundo mandato na presidência da república com mais de 80% da aprovação popular, depois de promover diversos programas de inclusão social, eliminar a dependência ao FMI e reduzir os impactos de uma das maiores crises econômicas mundiais, entre outros feitos. Ainda assim, são constantes as tentativas de golpe bancadas pela mídia suja, sendo a mais atual a "crise Sarney". Depois de 60 anos de vida política, só agora os jornais descobriram que esse filhote da ditadura e do coronelismo não presta. Nem mesmo nas piores cagadas do poeta do Maranhão como mandatário brasileiro houve tamanha indignação. Mas o alvo, vale sempre destacar, não é o agora senador.

Mantendo em dia sua tradicional irresponsabilidade, a imprensa nativa conseguiu nesta semana uma proeza digna de registro em enciclopédias. Ao alimentar a campanha de desestabilização institucional do Senado, ressuscitaram o Fernandinho, que deu um show no plenário ao responder a seu colega senador, o gaúcho Pedro Simon (aquele que prega uma política íntegra, mas nada diz sobre sua aliada Yeda Crusius). Quem faz uma bela avaliação disso tudo é o Azenha, de quem só discordo quanto a dissolução da casa parlamentar. É divertidíssimo ver ratos brigando por um pedaço de queijo estragado. Confira a pérola, protagonizada pelos ícones da decência Renan Calheiros e os já citados Simon e Collor:



04 agosto 2009

Copa 2014: um monstro devastador


Este blogue tem o orgulho de ser, ao lado de páginas amigas como a do Barneschi e de tantos outros guerreiros que lutam contra essa imbecilidade que é a modernização do futebol, um dos poucos espaços a condenarem a realização da Copa 2014 aqui no Brasil. Não por conta do discurso moralista que condena o uso indiscriminado de dinheiro público em detrimento a prioridades como saúde e educação - e ignorando, neste instante, o fato de que essa grana deverá beneficiar certos clubes que sempre usaram tal artimanha para construir seu patrimônio -, mas sim pelos males que o evento fará ao esporte em terras verdamarelas.

Inicialmente, vamos citar algo que já acontecia aqui na garoa há algum tempo e que passou a ser regra também no Maior do Mundo, o Maracanã. O Edu Goldenberg conta em seu Buteco o ocorrido no último domingo, quando ele e alguns amigos foram ao Mário Filho assistir ao Flamengo:

"Dobramos à esquerda na Mariz e Barros. O Andreazza (acho que foi o Andreazza), disse:

- Vamos comprar cerveja em lata naquele pipoqueiro! - e apontou para um velhinho de seus setenta anos.

Vou à descrição do cenário.

O velhinho vendia pipocas. E ao lado da pipoqueira, um carrinho de ferro com um isopor, gelo e bebida.

Comprávamos nossas latinhas quando estacionou, freando bruscamente, uma kombi da Guarda Municipal. Descem os guardas. E levam, quatro ou cinco funcionários municipais, o carrinho, o isopor, o gelo e as bebidas.

O velhinho geme. Chora. E os homens não cedem ao apelo do pipoqueiro.

Intervim (o Andreazza me pedia calma, e eu estava calmíssimo):

- Os senhores podem entregar a ele o auto de apreensão das mercadorias?

Silêncio."


Vale a pena ler o relato inteiro, congruente com minhas palavras de alguns dias atrás sobre o choque de ordem aplicado pelo prefeito carioca, nos mesmos moldes das ações proibitivas de nosso generalzinho nazista de SP. Nessa toada, costura-se
o pano de fundo do campeonato de seleções que acontece daqui cinco anos.

Tendo o cenário de europeização e elitização desde já em pauta, discute-se, por exemplo, uma adaptação de calendário entre os continentes, coisa sugerida pelo Presidente da República após as saídas de jogadores do Corinthians para a Turquia. Paralelamente, as bilheterias vão promovendo seu apartheid. Nossa Fiel, só neste 2009, sofreu três aumentos consecutivos nos preços dos ingressos; os rivais verdes andam sob a ameaça de desembolsar R$40 numa arquibancada. Ambos os clubes, curiosamente, têm em seu quadro diretivo imbecis que defendem em público e na maior cara-de-pau o viés mercantilista daquilo que é nossa razão de viver.

Finalmente, a questão do uso de verba pública. Reitero não ser contra esse desvio de prioridades, já que o discurso "não há saúde, não há educação" é um pouco irritante, além de óbvio. O esporte é uma forma de inclusão social e também precisa de investimento. Se a grana for aplicada na construção de estádios e instalações esportivas que permaneçam sob propriedade do Estado, nenhum problema - pessoalmente, defendo esse modelo para todos os estádios, dado o caráter popular do futebol. Inadmissível, de verdade, será presenciarmos um clube sujo embolsar dinheiro do contribuinte mais uma vez, agora para fazer do seu elefante branco um shopping center.

Minha intenção, portanto, é ser realmente repetitivo. A Copa 2014 e seu maldito fair play representa a falta de alma, um inimigo daqueles que sempre carregaram o futebol nas costas, faça chuva ou faça sol. E ela se personifica naquele torcedor de final que toma o teu lugar nas arquibancadas, mesmo você tendo comparecido durante todo o campeonato, ou no guarda nojento que rouba o ganha-pão de quem vende cerveja e churrasco na porta dos estádios.

03 agosto 2009

Goonies 'R Good Enough


Slot quer chocolate:





Chupa, Massa filho da puta!

Febre Alvinegra


Corinthians 4 x 1 Noroeste - 24/04/93
Pacaembu - São Paulo

É obrigatório voltar alguns meses antes do jogo citado no último post desta Febre Alvinegra para prestar tributo àquele que foi a arma secreta mais conhecida do Corinthians no início de década de 90. A adoração da Fiel Torcida a Pedro Francisco Garcia nasceu com aquele gol que nos deu o primeiro título brasileiro. Tupãzinho forjou-se o Talismã alvinegro e sua presença em campo era era a personificação das reviravoltas no placar, tão tradicionais em nossa história.

Para mim, isso ficou muito claro naquela tarde nublada de sábado, no Pacaembu. Tupãzinho foi, nessa ocasião e como sempre, nosso 12º jogador. Não se garantia no time titular, mas todo técnico sabia que só o meia-atacante seria capaz de causar um rebuliço em campo e levar o time à superação. Talvez por isso, nem mesmo a gente queria que ele disputasse os 90 minutos.

A peleja contra o time de Bauru foi tensa durante todo o primeiro tempo, com os visitantes abrindo o placar logo de cara e o Corinthians jogando mal por conta da marcação implacável do adversário. Ao fim dos 45 minutos iniciais, as arquibancadas estavam apreensivas. Mas ainda havia esperança. Na volta do Coringão, o camisa 7 aponta na saída do túnel. A Fiel tem seu fio de esperança quando vê o Talismã entrando em campo.

Endiabrado, Tupãzinho abre jogadas pelos dois flancos. Chama a responsabilidade e, dessa forma, desafoga Neto e Paulo Sérgio, que passam a tomar conta da partida. Heroicamente, aos 30 minutos da segunda etapa, o Corinthians já emplacava 3 a 1 no marcador. Um tento de Bobô fechou a goleada e ensinou, aos olhos maravilhados de um novato torcedor, que no Corinthians as coisas não seguem a seqüência lógica dos fatos.


Boa época de ir aos jogos. Acreditávamos em Tupãzinho. E ele correspondia.

* tive de refazer essa postagem. A memória me traiu e quem fez o quarto gol foi o bom baiano Bobô. Segue abaixo o vídeo dessa partida.