28 agosto 2008

O frescor do limão


- Com limão e gelo?

Essa deve ser uma das perguntas mais cretinas que um garçom despreparado faz ao cliente. Automaticamente, ele deduz que, quando você pede uma coca, ela deve vir com uma rodelinha de limão e pedras de gelo. O adorno é repetido também na soda limonada (que já tem limão) e muda para a laranja quando se trata do guaraná – e todos sabem que guaraná é só da Antarctica.

Não sei quem foi o imbecil que inventou essa combinação. Talvez algum abstêmio que queria se enturmar na mesa do bar e acompanhar os colegas beberrões com sua caipirinha preta, sem álcool e sem graça. O que eu sei é que quando eu peço uma coca, quero sentir gosto de coca. Guaraná, idem. Se eu quiser qualquer coisa com gosto de limão, eu peço uma limonada.

Reitero: o negócio é automático. Às vezes, o garçom nem ao menos pergunta. Quando você vê, lá está o copo empanturrado de gelo e fatias da fruta. Mas não é só isso. A coisa piora.

Nos tempos em que a juventude ainda habitava esta forma decadente, me enfurnava semanalmente na Funhouse, um moquifo na rua Bela Cintra. Lá, só serviam cervejas importadas, e eu as odeio. A única bebível era a Sol (não a da Kaiser, a mexicana). Adivinha quem vinha pendurado na boca da garrafa? Talvez por associação à tequila (que também deve ser tomada pura, sem frescura de salzinho e limãozinho pra amaciar), todas as cervejas no “estilo tex-mex” – Sol, Dos Equis, Miller etc. – são servidas com limão. E não tem coisa mais desagradável e nojenta do que estragar o gosto da cerveja com limão.

Alguém pode me lembrar que muita gente chega no botiquim e pede um espremido ou uma batida. São coisas diferentes. O espremido, aliás, é um ótimo aliado para se evitar problemas gástricos com a bebedeira. E ambos são elementos essenciais para definir a qualidade do estabelecimento. Limão também é bom na costela de porco, no torresminho, na porção de salame e sobre uma bela pelanca de leitão à pururuca. É o limão atuando parte que lhe cabe nesse mundo.

Para comprovar, finalmente, que juntar limão com qualquer outra bebida é extremamente nocivo, recorro à defesa que a própria Coca-Cola faz pela mistura:

“A utilização de frutas cítricas, como o limão e a laranja em conjunto com bebidas refrigerantes é uma prática universal, segura, saudável e agradável de o consumidor dar seu toque pessoal à (sic) sua bebida preferida.”

Ou seja, uma frescura inútil, que estraga a coca, a cerveja e, principalmente, o limão.


27 agosto 2008

Mar de papel


O blogue Campanha no Ar, da Falha Online, postou algumas imagens de antigas eleições em que as ruas eram tomadas por faixas, santinhos, propagandas em muros e em postes. Ao contrário do que caga o politicamente (e ecologicamente) correto, sinto uma falta tremenda dessas coisas. Hoje, há quem duvide que estamos em plena campanha para Prefeitura e Câmara dos Vereadores.

Era uma festa ir até a Zona Eleitoral com meus pais (que ficava na escola conhecida como Água Podre, já que passava um córrego tomado pelo esgoto ao lado do prédio) e recolher santinhos de candidatos pelo caminho. Não se via rua, não se via calçada. Havia um mar de papel, e a eleição tinha uma cara de Carnaval fora de época, com o povo comemorando seu direito de votar.

Atualmente, a profunda decadência pela qual passa a classe média burguesa decidiu que isso tudo virou porquice – porquice é uma palavra que também me lembra aqueles tempos de moleque, e não sei se é assim que se grafa porque nem sei se ela existe formalmente. Por esse motivo, também não podemos ser presenteados com réguas, camisetas, bonés e outros artigos que dificilmente se transformam em voto. Eu mesmo devia pegar material de candidatos bisonhos, só pela bagunça nas ruas. O que não me impediu de, em 89 e aos 8 anos de idade, brigar com meus pais ao saber que eles quiseram collorir ao invés de Lulalá.

Fato é que a sociedade estéril dominou também a política. Antes empolgante, as campanhas hoje são modorrentas, impopulares e impessoais. Parece até uma limpeza étnica, mas não ética. Devemos lembrar que tornar o setor desinteressante ainda é o principal instrumento da classe dominante para afastar o povo da participação. Na minha avaliação, isso tudo também influencia o crescimento constante do enorme abismo entre a juventude e a política.


26 agosto 2008

Mais um passo para o fim


“O brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.” (Nelson Rodrigues)

A frase é uma das geniais afirmações do mestre das palavras. Lembrei dela justamente quando li sobre a adaptação do calendário do futebol brasileiro ao europeu. O diretor da CBF Virgílio Eliseo afirmou que é questão de tempo a correlação das datas no velho e no novo continente. O que soa como “modernidade” nada mais é do que outro ato de submissão das Américas, a reafirmação da histórica relação metrópole-colônia.

Hoje mesmo, o técnico Mano Menezes já fazia coro para a campanha, ao comemorar seu elenco ileso das garras de empresários. Não faltam defensores dessa baboseira na imprensa e pelos estádios, cuja principal justificativa é a manutenção dos atletas no Brasil. Ignoram o fato de que jogador de futebol querendo ir para a Europa é igual mulher que quer namorar. Fogo morro acima, água morro abaixo.

Independentemente de datas e aberturas de janelas de contratações, os boleiros estão cada vez mais pensando na grana que sobra nos campeonatos da Inglaterra, Itália, França etc. Motiva também o famoso senso de civilidade, que os europeus impuseram a índios e negros no processo de colonização. Como se sabe, isso foi acompanhado de genocídios, carnificinas, doenças e destruição de parte do patrimônio natural e social das Américas e da África. Ao lado dessa modernidade e dessa civilidade, está também a mercantilização e a escassez de valores.

Aqui no Brasil, ao menos, muitos de nós ainda resistimos. Vemos a coisa com paixão e a frase utilizada pelo Barneschi no cabeçalho do seu blogue define com perfeição o sentimento: o futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais importante do que isso. Esse pensamento incita protestos em treinamentos, intervenções em primeiro grau nas baladas e boates, ameaças vindas das arquibancadas. Elementos que predispõem responsabilidade e coragem, cada vez menos presentes na cabeça dos jogadores.

Voltemos então ao calendário. Adaptando-o às datas européias, estaremos não dificultando, mas sim facilitando a ida de brasileiros aos campos estrangeiros. Continuaremos perdendo nossos valores (cada vez mais precocemente) no meio de temporadas, já que o fator motivador da saída é só o dinheiro. Os clubes da Europa, nadando em cifras, irão se programar financeiramente para encantar os jogadores com suas maravilhas do consumo (espelhinhos, lembram?). Pagarão uma merreca aos endividados times do Brasil e, com a matéria-prima na mão, lucrarão aos borbotões. Os baleados voltam ao país, se tratam e se aposentam ou voltam a emigrar para enriquecer ainda mais. Para evitar o êxodo - e já que virou tudo mercadoria -, basta criar leis protecionistas.

No comércio imoral da bola, jogadores são estrelas do showbizz. O torcedor médio não vai à guerra, vai ao show, e o assiste com a bunda na cadeira. E para garantir o espetáculo, deve-se acabar com os contestadores. A fórmula é simples: chamem de marginais, coloquem em jaulas, tirem o direito de torcer. Com isso, elimina-se toda e qualquer responsabilidade e a paixão se esvai. Morre junto o futebol, cujo velório já tem data certa: 2014.


25 agosto 2008

Opiniões de nenhuma serventia


Terminados os jogos olímpicos, um bando de corneteiros que possuem inexplicáveis espaços na grande mídia começou a fazer contas. Calcularam quanto custou cada medalha brasileira, na tentativa de demonstrar o mau uso do dinheiro no esporte.

O cálculo é absurdo, já que parte de uma premissa sem pé nem cabeça. Além disso, teve um que chegou a contestar a quantia investida no basquete, modalidade que não conseguiu um bom desempenho (a seleção masculina não foi sequer classificada para Pequim). Só para lembrar o gênio, deve haver cerca de 30 pessoas na equipe...

Esse tipo de avaliação desestimula atletas e barra futuros investimentos governamentais, uma vez que coloca holofotes sobre uma inexistente ineficiência do gasto. Fato é que quanto mais dinheiro tiver o esporte, melhor - principalmente em países como o Brasil. Não preciso nem falar que o JK é o grande megafone dessas "denúncias", motivadas principalmente por motivos pessoais, já que foi veementemente ignorado pelo Ministério do Esporte do governo Lula por não ter nada a acrescentar.

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No domingo, duas presenças de caráter duvidoso estiveram nos programas de debate futebolístico. Na Mesa Redonda, Mustafá Contursi bradava suas bobagens e, como disse o Raphael, ninguém teve a capacidade de colocá-lo contra a parede. No Terceiro Tempo, MN levou a netinha para divulgar seu livro.

Duas figuras execráveis, que destruíram duas grandes nações. O que me leva a perguntar (e eu já sei a resposta): para quem trabalha a imprensa esportiva? Quem quiser, veja o post do Barneschi sobre as manchetes da Falha...

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O moço da credibilidade, aliás, está cada vez melhor. Além de se vangloriar por ter sido o primeiro a dar mídia para a netinha e ter "furado" o cabeção, publica uma "entrevista inédita", feita por e-mail (viva o péssimo jornalismo!), que transforma o velho gagá num santo. Passo a acreditar que sua obsessão pelo sanchez (FORA!) tem uma profunda raiz sentimental.

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Três palhaços apresentadores do Sportv se dignavam a falar mal do país-sede das Olimpíadas na festa de encerramento. Dizendo que a China era atrasada, anti-democrática e todas aquelas baboseiras preconceituosas contra o regime socialista chinês. Têm moral, os moços. Afinal, trabalham para a Globo. Quando é que jornalista vai parar de bancar o otário e perceber que a pior censura é a feita pela publicidade? E que o regime democrático ocidental só garante liberdade para alguns poucos abastados? Francamente...

22 agosto 2008

Viva SP!


E caminhando pela internet, encontrei esse belíssimo site:

www.vivasp.com

Quem conhece, irá recomendar. Quem nunca leu, deveria incluir nas obrigações. Assim como entra ali na lista à esquerda.

Babacas sim!


Num dos raros rompantes nesse seu segundo mandato, o presidente Lula chamou a elite de babaca, ao mencionar quem é contra os programas de inclusão – e, no caso, o ProUni. Momentos que justificam meus votos e a crença (ainda que bem menor) no ex-operário, sabendo também que seu governo, se não foi uma maravilha, colocou o povo nas prioridades do dia.

Incomodados com a baixa repercussão da fala, uma vez que é praticamente impossível falar mal de um programa que dá, além de oportunidade, cidadania a pessoas que antes nem podiam sonhar com faculdade, os jornalistas (???) da Falha se deslocaram aos redutos dos possivelmente agredidos. Colheram depoimentos de estudantes e, sob o título “Somos utópicos, não babacas”, publicaram matéria usando jovens contrariados com a pecha dada pelo cumpanheiro.

Seguem as pérolas:

" ‘Não somos babacas. Talvez só sejamos utópicos por querer uma sociedade melhor’, disse o coordenador do Diretório Central dos Estudantes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Tiago Cherdo, 23”.

"O problema é que, ao invés de investir no ensino básico e fazer com que o estudante da rede pública tenha como concorrer com o da rede particular, o governo criou o ProUni como um prêmio de consolação para as pessoas menos abastadas” – ainda o Tiago.

“ ‘Me sinto ofendido por conta dessa generalização’, disse o acadêmico de relações internacionais da USP (Universidade de São Paulo) João Pedro Caleiro, 22”.

“Para o estudante de administração da USP Paulo Eduardo Vendramini, 23, o fato de o presidente criticar os estudantes ricos revela que o petista não estaria preparado para governar o país e implantar projetos na área de educação para toda a população”.

Vejam só que beleza! Unifesp, RI da USP, FEA/USP... Só faltou POLI e FGV – não cito nem a FAAP porque eles devem cuspir no ProUni. E a profundidade das opiniões?

Portanto, caros utópicos, só pelas frases e os lugares onde elas foram ditas, escutem meu corinho com o pizidente: BA-BA-CAS!


21 agosto 2008

Pobre netinha


Oportunistas voltam à tona e os abutres fazem a festa sobre a carniça. A netinha do velho-gagá, aquele que devastou toda uma nação, e aquela que enriqueceu por causa do avô, resolveu "contar o que sabe" sobre os bastidores do Corinthians à época da MSI. Ao que parece, os que deviam ficar apreensivos estão dando de ombros. Até porque ela não contará nunca tudo o que sabe.

O que nós sabemos, no entanto, são os contratos bancados pelo então presidente do Coringão. Documentos baseados em favorecimentos e tráfico de influência. Além disso, a neta cuspia dia-a-dia na instituição que supostamente defendia, ao atuar em benefício a clubes rivais. Também usurpou uma grana preta dos cofres do Parque São Jorge durante dois anos após o encerramento do contrato de prestação de serviços de marketing que sua empresa, a SMA, tinha com o clube.

Diz a aprendiz de ladrão que teve um prejuízo moral e financeiro. Não deixaram ela se explicar. Explicar o quê? As mutretas que fez, às custas da assinatura do avô? A participação efetiva na lavagem de dinheiro da máfia russa e do pleibói iraniano? Pior de tudo: hoje ela processa o Timão, "cobrando" cerca de R$12 milhões de dívidas. Passa lá em casa para receber, filha...

Essa aberração só serve como prova de que sua autora foi capanga da quadrilha MSI. Porém, os abutres carniceiros preferem elevar a "pobre netinha" ao posto de Maria Arrependida, em mais uma tentativa de destruir o time do povo.

Sabemos que ninguém ali irá contar o que sabe nunca. Porque são todos da mesma corja. Respondem aos mesmos interesses, estes exclusivamente pessoais. Todos, sem exceção, assassinaram financeiramente um dos maiores times de futebol do mundo.

Para aqueles que estão pensando em comprar essa porcaria - o moço da credibilidade, por exemplo, está usando a "obra" como principal fonte de informação para suas "denúncias" -, tenham em mente que estarão dando dinheiro a uma gentalha que deveria ser esquartejada em praça pública. Gentalha que nunca defendeu e que continua destruindo - vide Citadini, Helou, Sanchez, Curi etc. - o Todo-Poderoso. Vale tanto quanto uma camisetinha paga-pau de técnico cuzão...

19 agosto 2008

O nosso indevido lugar


Estava esperando o iminente fracasso da seleção brasileira de futebol para falar das Olimpíadas de Pequim. Porque, na verdade, isso iria dar a tônica do Brasil em mais uma edição dos jogos. Alheio ao patriotismo que pinga aqui e ali, irrita o pulular de especialistas em esportes diversos e incomuns, assim como surgem muitos Joãos Saldanhas em época de Copa do Mundo.

Vamos, então, ao que eu realmente queria me ater neste post: a postura de alguns atletas. A seleção olímpica, primeiramente. Está na cara que foram passear, encher as malas de bugigangas e bater uma bolinha descompromissada. Isso sem contar os que arregaram, o que torna gente como Kaká e Robinho seres desprezíveis.

Citemos ainda toda a turminha alegre da ginástica. Principalmente a chorona e o moleque feio. Foram ao oriente cheio da pompa, com certeza de medalha, e escorregaram – literalmente – no quiabo. Falo também do tal Tiago Pereira e sua histérica mãe, que “brilharam” no Pan, mas passaram batidos em Pequim. Por fim, a moça da vara me lembrou muito o time do Botafogo na final da Taça Guanabara. Sumiu a porra? Se vira e pega emprestado de alguém. Lembro que quando não tinha tênis, jogava bola descalço mesmo. Menos frescura, por favor.

Patriotismo, caros, está na alma. Está no dia-a-dia e naquilo que queremos para o país. Por que esses atletas, além de reclamarem (com razão) pela falta de incentivo, não se mobilizam para pensar no esporte como um todo? Talvez porque seja mais fácil criticar o ministro Orlando Silva e o governo.

Amor à bandeira mostram os chineses. Colocaram os jogos de Pequim no coração. Deram de ombros à neo-Guerra Fria da mídia ocidental (e a moça da vara é um exemplo claro disso, ao dizer que “não volta mais à China”), e mostraram que são 1 em um 1 bilhão. Não há chinês na face da Terra que diga uma vírgula contrária à organização dos jogos, e não podemos fechar os olhos para os investimentos pesados na estrutura esportiva, desde sua base até os atletas de ponta.

Termino dizendo que, apesar de ter sido favorável ao Pan no Rio, muito mais por conta do andamento das obras, sou totalmente contrário à Copa em 2014 e à Olimpíada em 2016. Justamente por causa desse patriotismo fajuto – esta análise é a mais racional possível e não vou mencionar a já tão combatida mercantilização do futebol. Os próprios atletas não pensam no esporte de maneira coletiva, não querem ajudar a grande massa. Mais do que o governo, os protagonistas também precisam demonstrar interesse, incentivando aí a participação maciça da população nas diversas modalidades esportivas.

Vejo reclamações de muita gente sobre o fato de estarmos em pior colocação do que alguns países estranhos, como Etiópia e Cazaquistão. Não entendo o porquê da preocupação, uma vez que nosso nível está muito próximo ao desses países. Não era para isso que inventaram a tal globalização? Enfim, tudo isso, toda essa postura desalmada e cada vez mais impessoal está nos levando a um lugar indevido. Nos esportes, na política e na vida.


18 agosto 2008

Guerra Santa no trânsito


Se você estiver dirigindo e alguém que não for taxista te fechar, não tenha dúvidas: a pessoa colou, em algum lugar do carro, o adesivo do peixinho ou da Nossa Senhora. É realmente impressionante que a totalidade desses motoristas faz cagadas diárias e homéricas no já complicado trânsito paulistano – creio que isso aconteça também por todo o país.

O tal peixinho virou símbolo da Igreja Renascer, aquela da família Hernandez e que vive pegando dinheiro do Bambino do Morumbi. Já a Nossa Senhora foi o troco dos católicos, sabedores da ojeriza que os gideões possuem pela imagem. Já faz alguns anos que esses adesivos vêm se proliferando pelas ruas e a simples peleja motivou uma implacável guerra santa. Comecei, então, a me perguntar se esses caras não fazem o que fazem propositalmente.

Talvez na esperança de fuder um crente rival, ambas as facções ligam seus automóveis com o sangue nos óio. Não vão às ruas, vão à luta. E não desperdiçam a primeira oportunidade de realizar uma aberração ao volante. É a teoria do atire primeiro e pergunte depois, só que nesse caso eles atiram o próprio carro, sem ao menos saber quem está do lado. Ouso dizer que já vi sorrisos irônicos após certos ataques sofridos.

A CET e PM, ao invés de realizarem operações contra os bêbados motoristas, teriam resultados mais significativos no combate à violência no trânsito se impedissem de circulação os automóveis com tais adesivos. Ou um rodízio, talvez: peixinho em dia par, santinha em dia ímpar.

Por causa disso, corre no paralelo uma terceira força, sorrateira e implacável. Conta, inclusive, com meu apoio e adesão – sem adesivos, lógico. Afinal, quem nunca ficou com vontade de evocar o Guardião Tranca-Rua para ver se ele dava jeito nesse bando de braço-duro?

15 agosto 2008

Estamos aqui!


O jornalista Carlos Braga, do Jornal do Brasil, é mais um daqueles membros da imprensa de grande circulação que insiste na tentativa de desmoralização do movimento estudantil. Sob o título “Por onde anda você, movimento estudantil?”, a matéria sobre o encontro de candidatos a prefeito na PUC do Rio de Janeiro traz argumentos pouco convincentes, realça preconceitos e joga seu autor na própria cilada, quando busca impor ao ME o saudosismo que ele deve sentir da década de 60.

Aqueles áureos tempos das passeatas e protestos se fazem presente hoje de uma outra forma. Injusto e incorreto comparar duas épocas tão distintas. No entanto, para explicar o desinteresse de alguns jovens pela política, o jornalista esqueceu as reais causas. A suposta alienação acontece por causa dos anos de mordaça, pelo sucateamento da educação, pela manipulação da informação feita pela grande mídia e pela impunidade ao crime do colarinho branco.

O movimento estudantil, caro jornalista, ainda está atuante. Nas mesmas ruas, inclusive, com a UNE, UBES e demais entidades regionais cobrando a ampliação do acesso ao ensino público e sua melhoria, combatendo a política econômica que barra o crescimento do país e apoiando grupos que visam inclusão social.

O movimento estudantil, caro Braga, também está na renovação da política no país. Está na deputada e candidata à Prefeitura de Porto Alegre Manuela D’Ávila. Está no Ministro dos Esportes Orlando Silva. Está no deputado e candidato a vice-prefeito de São Paulo Aldo Rebelo. Está no candidato a vereador Gustavo Petta, que marcou sua passagem na UNE ao conseguir concretizar o ProUni. Está na Praia do Flamengo, 132, onde a entidade terá sua sede reerguida. Esteve na I Conferência Nacional da Juventude. Enfim, está por todo o canto do Brasil, lembrando e respeitando os ideais progressistas da década de 60, mas não se prendendo ao mero saudosismo paralisante.

Talvez o jornalista nada mais seja do que um retrato da própria imprensa, que hoje faz seu trabalho dentro dos escritórios, via internet ou telefone. Não vão a campo, não estão no local da notícia. E aí, o povo faz a pergunta: por onde anda você, imprensa responsável?


14 agosto 2008

Linhas do meu ócio produtivo

Hoje, li que a Câmara aprovou a regulamentação do estágio, tornando obrigatórias as férias de 30 dias para cada ano trabalhado, a remuneração para o estágio optativo (que não faz parte de grade curricular) e a limitação de 20% de estagiários no quadro de empresas com mais de 25 funcionários.

O que me fez pensar no meu antigo emprego. No começo desse ano, antes de ter sido dispensado (eufemismo para mandado ao olho da rua), perdi cerca de um mês fazendo uma beleza de projeto de reestruturação da redação. Segundo pedido do próprio bizinesman desprezível, contaríamos com 26 estagiários. VINTESSEIS!

Deixando de lado o fato de que seria impossível contratar tanta gente e, posteriormente, lidar com esse número alto de imbecis, finalizamos a tal reestruturação. E hoje, quando li a tal notícia, apenas gargalhei internamente, num sincero ato de vingança. Lembrando principalmente que, só na redação, havia 7 estagiários para os cerca de 30 funcionários da “firma”.

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Alguém aí está indignado como eu com relação ao suposto prefeito paulistano? Hoje ele retirou de pauta seu plano para pedágio na cidade, e criticou os “governantes que nada fizeram pelo transporte público”. Ele é o quê? Fez o que sobre a questão, além de participar de um governo que não só descumpriu a promessa de não aumentar tarifas como também reduziu o tempo de validade do Bilhete Único?

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Já que o tema do dia são os otários, está divertida minha tarefa de comentar diariamente no blogue do moço da credibilidade. E ter, religiosamente, todos esses comentários rejeitados.

12 agosto 2008

É a liderança, imprensa estúpida...


Os abutres estavam babando. Lambiam os beiços com a possibilidade do Corinthians não terminar o primeiro turno como líder da Série Bosta. O empate em Floripa nos garante como tais nessa primeira metade de campeonato, já que iremos pegar o fraquíssimo América/RN no Pacaembu e só vale sair com os 3 pontos. Perder ou empatar é algo inadmissível, sob pena de invasão de vestiário.

Jogamos um bom primeiro tempo, com a marcação adiantada e conseguindo anular a maioria dos ataques adversários. Nas duas ou três bolas que passaram, muito por causa do ff, o Júlio César mostrou porque deveria ser, desde o começo do ano, o guarda-metas titular do Coringão. Destaco ainda o grande Nilton, que deve ganhar a posição de Eduardo Ramos como segundo volante.

Mas o principal: perdemos 2 pontos por conta de dois fatores. Primeiro porque
o time se acostumou com o perfil covarde de seu técnico. Recuou absurdamente na segunda etapa, permitindo que o fraco time catarinense dominasse as ações - digo que eles são os próximos a escorregarem, já contra a mentira azul do ABC, assim como fizeram Juventude e Barueri. Segundo, por culpa exclusiva de Errei-rá! Dois gols humanamente imperdíveis que foram desperdiçados. Espero que ele não comece jogando no sábado.

Sobre o gol tomado, vale deixar registrado que o ff, ao invés de marcar o atacante adversário, mais uma vez manteve a média ao estacionar no meio da área e tirar qualquer impedimento, se limitando a contemplar um centroavante obeso marcar seu tento de bicicleta. Os destaques negativos também se repetem. Eduardo Ramos jogou menos de 15 minutos, mas conseguiu errar 200 passes e falhar na marcação. Elias continua sendo um zero à esquerda, a reecarnação de Rosinei. E o Pé-murcho, coitado, pode começar a estudar pro vestibular porque ele não vai longe na carreira de jogador.

Por fim, um aviso à Fiel Torcida. Lá por meados de novembro, esqueçam a festa. Esqueçam comemorações. Se vier "título", é uma taça que deveria ser largada em algum canto. Ou senão deixada na casa de um torcedor "roxinho".

AQUI É CORINTHIANS! OU JOGA POR AMOR, OU JOGA POR TERROR!

E chupa abutraiada...


11 agosto 2008

Em dia com o cinema


Há muito não ia ao cinema. A bem da verdade, eu realmente não gosto muito de ir à maioria das salas da cidade porque é uma série de encheções de saco. Fora isso, os ingressos estão caríssimos (em média, R$16) e corre-se o risco de assistir a um filme totalmente ridículo.

Preciso lembrar que o tal risco mencionado acima é muito alto no que diz respeito a mim, já que eu não gosto da maioria dos filmes que entram em cartaz. Geralmente, gosto de filmes velhos, assim como velho estou ficando. A última produção que entrou na minha seção de favoritos e que foi vista nas telonas foi Kill Bill, talvez porque ele faça homenagens a velharias.

É necessário também especificar quais são as encheções que me enchem. Filas, ausência de cerveja em muitas das salas (e principalmente nas grandes redes), molecada idiota, poltronas desconfortáveis e a falta da pausa para mijar – quando há cerveja.

No entanto, e mais pelo prazer de acompanhar minha Evinha, fui seguidamente ao cinema nas últimas semanas. Ao que parece, dei sorte. Escolhemos dois belíssimos filmes, vistos em cineclubes que, se não são um primor, ao menos dão a opção de se embebedar durante a exibição. As produções em questão: Chega de Saudade e Meu Irmão é Filho Único.

O primeiro, uma produção verdamarela, trata de um clube de gafieira onde a veiarada relembra os áureos tempos de sapato na madeira. Histórias belíssimas vão se entrelaçando, formando um mosaico interessantíssimo. Fora isso, a trilha sonora é um primor, com Elza Soares mandando brasa como uma das cantoras da banda que anima o rega-bofe – quem costuma troçar de Elza, favor ler “Estrela Solitária – Um brasileiro chamado Garricha” e escutar “Elza, Miltinho e o Samba”. Destaque ainda para Stepan Nercessian, no papel de um gaiato galanteador que conquista o coração de uma jovem garota (a jovem garota é namorada do personagem de Paulo Vilhena, e eu sempre quero que o Vilhena se foda). Pessoalmente, lembrei muito de meu padrinho, já que o seo Migué tocava bateria em gafieiras e chegou a acompanhar gente do naipe de Ângela Maria.

O segundo é um filme italiano, e eu começo a crer que todo filme italiano é bom. Pelo menos todos os que eu vi até hoje. A história mostra o relacionamento de dois irmãos: o mais velho, comunista; e o mais novo deslumbrado com um fascismo distorcido de nacionalismo. Com o passar dos anos, a relação entre os dois, baseada no tapa e no cascudo, fica mais próxima até mesmo politicamente. Imagine só: italiano falando de irmão? É aquela coisa bonita demais. A narrativa é leve, os atores são muito bons e as surpresas existem. E a beleza da língua italiana também se faz presente (dá vontade de sair chamando todo mundo de stronzo pela rua). Li há pouco a resenha de um blogue português, em que o autor ressalta uma possível apologia à despolitização, principalmente dos jovens. Acho o inverso, uma vez que ele desmitifica as coisas e mostra sua opinião sobre as teorias fascistas. O desfecho do irmão mais velho também é simbólico nesse sentido.

Filmes totalmente recomendados, enfim. Chega de Saudade só está no Belas Artes, na Consolação. Meu Irmão é Filho Único eu vi no Espaço Unibanco.


08 agosto 2008

Para etender a China


E nesse dia de abertura das Olimpíadas de Pequim, vale deixar como dica de leitura a entrevista do Terra Magazine com o sinólogo Elias Jabbour.

Destaco aqui um trecho interessante:

"Mas há a questão da censura...
É o seguinte: o país que mais controla a internet no mundo são os Estados Unidos, não a China. Hoje qualquer conteúdo de internet nos Estados Unidos é vigiado, muito conteúdo não é publicado e ninguém fala isso. Outra coisa: os americanos cassaram, no ano passado, 46 concessões de TV. A Venezuela cassou uma e foi aquela coisa que todo mundo viu. O ocidente, do ponto de vista da democratização e dos direitos humanos, está desmoralizado. Um país como a Inglaterra, que fez uma guerra contra a China para legalizar o consumo de drogas (NR: a chamada Guerra do Ópio, travada no século XIX) , pode falar alguma coisa de direitos humanos para a China? "

Triviais


- Ontem foram aprovadas algumas restrições sobre o uso de algemas. Aí eu fiquei pensando que isso só foi colocado em pauta por causa do Daniel Dantas e do Cacciola. Há algum tempo, soltaram uma importante cartilha para os jovens das periferias de como se comportar diante de uma blitz. Essa cartilha trazia, entre outras coisas, os direitos de todo cidadão ao ser abordado pela polícia, e isso incluía não ser algemado. A algema só é válida caso haja resistência à prisão (que deve ser justificada ou pelo flagrante ou em cumprimento de mandado judicial) ou se o suspeito oferece risco à autoridade e à população. Pois bem, o que mais se falou para justificar as tais restrições foi a questão da "espetacularização" criada em torno dos banqueiros. Ué, os caras são os maiores bandidos do país! O que eu realmente questiono é que o showzinho acontece porque a imprensa está presente. E a imprensa estará em cada prisão arbitrária realizada na periferia?

- Volto a falar sobre a lei seca, motivado pela matéria do Estadão sobre os músicos que estão perdendo emprego por conta da diminuição do movimento nos bares. Tem muita gente defendendo a lei, dizendo que a coisa reduziu drasticamente o número de mortos e feridos no trânsito. Tudo muito certo. Mas se vão restringir o uso de carro para quem bebe e dirige, há de se fazer outras coisas: 1) restringir também o IPVA, seguro-obrigatório e licenciamento, impostos dos mais caros. Se vamos usar menos o carro, deveríamos pagar menos tributo; 2) aumentar o número de ônibus circulando na madrugada, além de fazer o metrô rodar 24h; 3) baixar o preço das tarifas de táxi.

Essa onda proibitiva, como eu já disse aqui, é fatal. Querem tornar a cidade em uma mera via de passagem, eliminando todo e qualquer tipo de reunião social. Tiram de um lado e não compensam do outro. Se morre menos gente (com exceção dos que morriam de "laranja", os que dirigiam bêbados e batiam as botas talvez merecessem esse fim, assim como aqueles que se sujeitavam a acompanhar um motorista extremamente alcoolizado), há um prejuízo muito maior para aqueles que estão ficando desempregados.

- Está engraçada essa campanha para prefeito de São Paulo. A única candidatura a apresentar uma proposta real para a cidade é a da Marta. O resto joga idéias ao vento, de acordo com o ambiente. A coisa anda tão constrangedora para os lados da direita tucana-demoníaca que os dois candidatos da ex-coligação passaram a disputar apoios a tapa. Que a Marta consiga ficar calada até o primeiro turno. Quem sabe ela não consegue abocanhar a prefeitura logo em 05 de outubro? No mais, o Gustavo Petta está com um belo site de campanha a vereador, vale a pena conferir.

- Finalizando, o Corinthians. O empurra-empurra acontecido no jogo de sábado passado foi tratado como verdadeira guerra intergaláctica, mas a festa em homenagem à Camisa 12 feita pelos Gaviões no jogo seguinte não mereceu uma linha na imprensa. E depois de 16 rodadas, liderando com folga de 5 pontos e ostentando excelente média de público, fica cada vez mais vexatório o papel dos abutres. Para o jogo de amanhã, estão recorrendo e ressucitando o Túlio. Quem será o grande craque do Avaí? Vão à merda, seus malditos. Esqueçam o Corinthians!

*atualizando: para verem como tentam usar o Corinthians para vilanias. Manchete do Terra: "Ex-corintiano deixa Itália e acerta com o Sport". E o que a gente tem a ver com isso???

07 agosto 2008

Cara de Octávio


Ontem me liga um amigo (hahahahahahaha) falando num tom que variava entre a indignação e a desolação. Era quase hora do almoço e o cara parecia aos prantos.

"Porra, cara. Tô aqui na Faria Lima numa reunião com um cliente. O viado do meu chefe escolheu um lugar de filho da puta que chama Octavio Café. Octavio, com cê e tudo! Pior é que eu fui olhar o cardápio. Tinha uma porra de cordeiro com molho de hortelã. Custa R$50, cara. E eu não vou comer porra nenhuma com hortelã!"

Aí eu comecei a pensar nos nomes que são extensão da personalidade de seu dono. O Octávio, é lógico, só poderia ter um café na Faria Lima que vendesse cordeiro com hortelã. Não que cordeiro não seja bom. Mas é muito provável que a porção - a R$50, lembrem-se - não passa de um engodo e só enche o buraco da obturação dentária.

Sobre nomes, aliás, tenho alguma autoridade. Já tratei do meu aqui. De qualquer forma, não é de rápida associação o Claudio com um boca-aberta. Temos o Claudio Marzo, que pode ser visto em plena forma na reapresentação da novela Pantanal. O grande Cláudio Christóvam de Pinho, um dos maiores artilheiros do Corinthians. Completam a lista Cláudio “Sai que é tua” Tafarell, o ator Cláudio Correa e Castro, o mesa-tenista falecido Cláudio Kano, o mestre Cláudio Abramo, Cláudio Besserman Vianna, o impagável Bussunda, o senil Cláudio Carsughi e outros tantos ilustres que salvam a minha pele.

Voltando à relação nome-personalidade, lembro que minha mãe tremeu na base quando ficou grávida da minha irmã. Eu queria ter um irmão César, e ela dizia que moleque com esse nome só pode ser endiabrado. De fato, os são. Se for Júlio César, então... Mas aí veio Paula, que, se não é endiabrada, é nome de mulher tinhosa e geniosa.

Há alguns outros exemplos bastante imponentes e belos. Vejam como a sonoridade suave de minha Eva contrasta harmonicamente com a força da palavra. Ainda entre as mulheres, cito Isabela, Luísa, Beatriz e os compostos Ana Clara e Maria Eduarda (sim!) como grandes alcunhas. Dos barbados, o simples João talvez seja o melhor dos nomes. Arnaldo também é bacana. Por outro lado, o que dizer de Geraldo? Ou então Olavo, Eric (o gigante que me perdoe hahahahaha), Nelson e Valério? São pessoas que vacilam de saída.

Tenho que lembrar também de duas figuras que estudaram comigo na faculdade. Um era o Edgar. Ou Edegar. Ou Edigard. Esse, claro, só pensava em esperanto. Chegou, inclusive, a dar um CD de esperanto em um dos amigos-secretos da classe. E o outro era o Fábio Metzger. Nada contra o Fábio isoladamente, mas se juntar Fábio e Metzger, boa coisa não sai. Certa vez, o branquelo seguiu a gente até o Puppy, nos obrigou a aturar sua presença na mesa e ainda pediu um... suco!

Por fim, deixo o cardápio especial do Octavio Café para o Dia dos Pais:

- ovos cremosos com ovas e ervas
- tigelinha de massa fresca e cogumelos ao brie
- polenta ao talegio e ragu siciliano
- risoto de lula ao perfume de limão siciliano.

Tem ou não tem cara de Octavio?


05 agosto 2008

Quando falar do Corinthians vê se fala certo


Para quem ficou sabendo ou interessado sobre o empurra-empurra (não houve briga. Aliás, não tem mais briga em estádio faz tempo) ocorrido no último sábado no Pacaembu, não digo uma vírgula a mais do que escreveu o Filipe.

Para quem não ficou sabendo ou não se interessou, esquece que é coisa nossa.

E hoje é dia de jogar bola!

OU JOGA POR AMOR, OU JOGA POR TERROR!

AQUI É CORINTHIANS!

04 agosto 2008

Se eu cozinho ninguém tem nada com isso


Em meio às baboseiras que inventam por aí, eis que hoje descubro mais uma. Depois de inventarem os metrossexuais, ogrossexuais, überssexuais, as consultorias de mercado (???) criaram uma nova demanda consumista: os gastrossexuais.

Trata-se de - preparem-se - homens bem-sucedidos e bem-resolvidos que investem na culinária para conquistar as mulheres. Os ícones dessa turma são chefs como Olivier Anquier e Jamie Oliver, ao mesmo tempo "modernosos" e bons no fogão.

O que eu acho esquisito é esse papo de usar a cozinha como meio de sedução. Porque cozinhar, antes de tudo, é uma arte. Seria como alguém fazer música pra conseguir comer mulher. O que é absolutamente abominável, apesar de muito comum. Fora isso, imaginem o gastrossexual que convida uma moça ao seu moquifo. E, como cozinha bem, a moça vai gostar e vai encher o bucho de rango. Conclusão? Ela vai cair no sono e o camarada ficará literalmente na mão.

Fora isso, é estranho o termo gastrossexual. Parece mais aquelas bizarrices sadomasoquistas. Ao pé-da-letra, seria o gastrossexual um comedor de estômago? Ou um tarado que curte uma roçadinha na barriga?

Por essas e outras razões, se algum amigo se declarar gastrossexual e te chamar para comer alguma coisa preparada por ele, tome cuidado. Principalmente se o prato for à base de lingüiça ou nabo...

01 agosto 2008

E quando se é o time mais rico...


... a negada vem pra cima e quer dinheiro.

- E o tal William, cujo pai foi aos leonores implorar a volta ao Brasil, agora quer voltar ao Corinthians? Por que saiu, então? Por que não esperou mais um ano? Se dependesse de mim, mofava no leste europeu...

- Alves, Bebeto... Isso lá é contratação que se apresente? Ao menos, o moleque Cássio subiu para o profissional. Tem um grande futuro, se deixar para pensar em Europa daqui dois anos.

- E o pé-murcho joga de novo? Tá cada vez mais difícil deixar o Mano imune...

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E ontem passou batido, então faço a homenagem hoje:

20 anos do título de 1988! O primeiro que eu me lembro de detalhes, vendo debaixo da mesa da copa, numa tevezinha Telefunken 14". Quando o Viola meteu aquela bola torta pra dentro do gol, pela primeira vez eu tive noção do que era ser, de fato, corinthiano. O sofrimento e a glória. O grito de CAMPEÃO!