28 março 2008

A imparcialidade de JK


Dias atrás, JK (o pai do Barneschi) publicou um post - milagre! - em seu blog querendo dizer algo sobre o médico Joaquim Grava. Segue o curto texto:

"Ressaca corintiana (sic)

Desde que as reuniões etílicas chamadas internamente de "Culto do Joaquim" retornaram aos finais de tarde no Parque São Jorge, é recomendável não conversar com os cartolas corintianos pela noite.

Porque a desinibição noturna é invariavelmente desmentida pela ressaca matinal..."

Algo a ver com bebida ao fim do expediente ou coisa assim. Coisa tão comum quanto respirar.

E agora, com a divulgação da internação de Casagrande, que tenta se livrar do vício da cocaína e heroína, o nosso paladino da moral se cala. Como se omite ao não lembrar que o grande Sócrates tomava seu goró nos vestiários, antes dos jogos.

No mínimo ridículo...

27 março 2008

Prudência, FPF


Depois do que aconteceu há pouco na vila belmiro, temos a noção exata do que quer a FPF. São 17 jogos até aqui. E em pelo menos 5, o Corinthians não foi prejudicado. Foi roubado na cara dura.

O que dizer, por exemplo, do nosso primeiro gol anulado? O que dizer do segundo gol do timinho do interior? E a enxadada no Dentinho? Não dá para falar nada.

Peço, portanto, à FPF: façam a coisa direito. Execrem, eliminem de uma vez por todas o Coringão desse quadrangular. Claro. Quem somos nós para querer isso, não é? Ninguém que cai no Brasileiro pode ter forças para, aos trancos e barrancos, chegar numa semifinal do Paulista. Então, caros cartolas, inventem alguma irregularidade e nos tire alguns pontos.

Porque a gente vai ganhar os dois próximos jogos. E, nos classificando, iremos ganhar uma força que o resto - sim, tudo é resto nesse momento - não tem sequer noção. Somos teimosos. Não é à toa que teimamos por 23 anos. E crescemos. Há um alento em cada coração corinthiano, como o que havia nesse longo período de sofrimento. É aquela certeza de que, se vacilarem, a gente toma conta.

AQUI É CORINTHIANS! AQUI É POVÃO!


26 março 2008

Notas insanas


- Preta Gil ganhou um processo contra o Pânico, no qual conseguiu fixar uma indenização a cada vez que o grupo dizer que ela é gorda. E ela é o quê???? Sugiro que Pânico passe a chamar a rechonchuda de Branca Caetano...

- O tal BBB8, que de graça só tinha um viado louco e mau-caráter, acabou ontem. Tornou um emo milionário e vai encher as playboys e sexys da vida de barangas na capa. Nada mal para revistas que estão colocando por lá uma tal "Mulher Melancia". Colaborações da Rede Globo para a cultura popular...

- O prefeito do Rio César Maia tomou medida importante no combate à dengue: recomendou às crianças que elas só saiam de casa com calças, sapatos e meia. E no Rio de Janeiro, hoje, deve fazer um calor de trinta e tantos graus.

- Já em SP, o governador Serra, depois de fracassar na 3ª tentativa de privatização da CESP, afirmou que sua administração "preservou o patrimônio público".

Depois dessas, vou ali vomitar e já volto. E a pergunta: estou eu ficando velho e intolerante ou esse mundo está se tornando uma merda cada vez maior?


22 março 2008

Caso PHA e a censura corporativa


O bafafá da última semana foi a demissão de Paulo Henrique Amorim pelo IG. Sem maiores explicações, o portal sumiu com o site/blog do jornalista. A ação sorrateira deixou suspeitas de que o IG havia sucumbido a pressões tanto de petistas quanto de tucanos, além do banqueiro Daniel Dantas, um salafrário que vive dando golpes em grandes empresas mundo afora.

Minha humilde opinião, ao menos, aponta essa como a razão do encerramento unilateral do contrato entre PHA e IG. O portal alegou, num primeiro momento, que o Conversa Afiada, nome da página em questão, não tinha audiência e não dava retorno comercial que justificasse seu custo. Quanto à audiência, mentira. Segundo dados do próprio IG, o Conversa Afiada tinha, em média, 130 mil impressões por dia. Se o conteúdo não interessava aos anunciantes, isso é outra coisa...

Acontece que, nos últimos meses, há uma tramóia empresarial rolando por aí, que inclui a fusão da controladora do IG - a Brasil Telecom - com a Oi, tendo no meio disso tudo um processo judicial envolvendo o Citibank. Não vou explicar o rolo todo pois é muito complicado e eu nem entendo muito disso. Resumidamente, Dantas tenta viabilizar a transação porque quebrou o Citibank brasileiro e quer limpar seu nome com o rolo. PHA denunciou a coisa toda e fazia ataques sistemáticos ao caso, que ele batizou de BrOi.

Amorim também era ferrenho desmascarador da tucanada paulista, batendo em especial no governador José Serra e no ex-monarca FHC. Outros alvos eram alguns figurões do governo petista em Brasília, além da inoperância de Lula com relação às crises inventadas pela grande imprensa. Aliás, a grande imprensa fechava o círculo de inimigos de PHA.

Todos esses fatores colaboram para que só possamos acreditar na versão da censura. Junta-se grandes empresas e políticos com a caneta na mão, é isso que temos. Não havia motivo para tanta truculência. Dessa maneira, o IG se expôs a um ridículo desnecessário, com danos consideráveis: perdeu a credibilidade (e já não tinha lá muita), perdeu clientes que, solidários e leitores de PHA, cancelaram sua assinatura, e ainda agregou a seus demais blogueiros e colunistas a condição de vendidos e/ou subservientes.

O tiro no pé não pára por aí. De quebra, PHA ganhou ainda mais notoriedade e visibilidade, principalmente com a decisão de Mino Carta de abandonar seu blog no mesmo IG. O revés só não foi maior porque os veículos de massa não publicaram uma vírgula sobre o assunto. Engraçado isso. Quando o governo Lula apoiou o projeto de órgão fiscalizador da imprensa, os colegas jornalistas bradaram, indignados, contra a censura e a favor da liberdade de expressão. Desta vez, num caso verdadeiro de cerceamento, poucos foram aqueles que se manifestaram.

Esse imbróglio, pelo menos, foi importante para desenhar um quadro perfeito de como funciona a rede de interesses que comanda o Brasil. Os caras são todos solidários entre si, numa irmandade incrível. A equação emburrecimento e alienação do povo + jogo de cena + bombardeamento moral contra inimigos ainda colhe resultados incríveis. E como diria Michael Corleone a um amigo senador, "nós todos fazemos parte dessa mesma hipocrisia".

Achei o cabra


Desde o fim do NoMínimo, não acompanhava mais os textos de Xico Sá pela net. Até que achei um outro endereço do cabra, no ar desde 2005: "o carapuceiro", com link ali do lado. Reproduzo aqui um belo exemplo do lirismo urbano (na verdade, extremamente paulistano) de Xico:


"JORNAL NACIONAL DO AMOR

Ali nas primeiras horas da noite, bate aquela necessidade física inadiável de contar como foi o dia. Contar e ao mesmo tempo receber notícias tuas. Seja um épico, um feito memorável, seja uma coisa à toa, um carro na poça que quase te molha todinha, um chato que te pegou para Cristo, um chefe maluco, os comentários sobre o tempo, ainda bem que choveu, meu bem, a noite está ótima para uns tragos, para dizer aquelas coisas que não se dizem assim para qualquer uma.

Sobe a vinheta, sonoplasta picareta, é o Jornal Nacional do Amor que começa agora, uma dos momentos nobres de ter alguém na vida, conta lá que eu conto cá, e haja narrativas.

Ter alguém para dizer seu dia é melhor que sexo, melhor que costelinha de porco, melhor que lamber os beiços com o galetinho-gloss da tevê de cachorro, melhor que doce de leite, melhor que sarapatel, é tão bom que empata com todos os caprinos e feijoadas completas.

Contar para um amigo é diferente, contar para um irmão é outra história, contar para a vizinha é roubada, contar só serve, amigo, se for à boquinha da noite, e se for para a mulher que habita, sem pagar prestações, sem aluguel ou fiança, a Cohab, o BNH, o conjunto do Mirandão no Crato, o Alfredo Bandeira no Recife ou a quitinete metropolitana dos nossos pobres corazones.

O Jornal Nacional do Amor não tem mentiras de graça, somente mentiras sinceras, aquelas que melhoram as coisas, que levantam a bola, que restauram a lua de mel no auge de Canoa Quebrada, com aquele céu de Bilac, ora direis, aquela cachaça, sustança, e os lençóis de cambraia bordados, letras barrocas, “até que a morte nos separem”.

Na alegria ou na tristeza, contar o dia é a melhor das artes de estar juntos.

Do amor e suas leseiras incríveis, suas breguices, porque todo amor é brega assim como todas as cartas amorosas são ridículas; só os metidos não amam, não aprenderam nem mesmo com os brutos de Shane e de outros belos faroestes.

Do amor, seu Sthendal, nós nunca enchemos a barriga.

Eita fome de viver da gota, eita Jequitinhonha da existência.

Ai, amor, estou tão cansada, meio enjoada, acho que vou menstruar”, ela diz, bem linda, ainda na rua, “você me agüenta mesmo assim?”, ela completa.

No que o mancebo responde com um lindo plágio: “Você me conta como foi seu dia/ E a gente diz um p'ro outro:/ - Estou com sono, vamos dormir!”

Contar sempre, porque até nossos silêncios dentro de casa deixam ecos que viram legendas para sonhos e manhãs amanteigados."

17 março 2008

Os domingos de Neves e Avallone


Volto a falar sobre os "jornalistas esportivos". E uso as aspas porque a grande maioria é lixo, tanto na ideologia quanto na ética que os rege. Sempre foi assim, mas até pouco tempo atrás tínhamos, ao menos, um tico de diversão.

Já devo ter mencionado e o Barneschi cansa de lembrar os áureos tempos de nossa saudosa - e hoje falida - Rádio Panamericana AM. O dial do radinho da cozinha já estava colado nos 620 kHz. Todo engordurado, ele aquecia os ânimos para o jogo que viria (sempre) às 16h - naquele tempo, horários esdrúxulos como 18h10, 21h45 e 11h00 eram exóticos.

Dali de dentro, uma festa de informações e de futebolatria. A equipe de Milton Neves tinha o mestre José Silvério, Wanderley Nogueira, o saudoso Flávio Prado (ele morreu e hoje tem outro no lugar dele), Luiz Carlos Quartarollo, Mauro Nóbrega, Cláudio Carsughi e o grande Israel Gimpel trazendo informações do Rio.

Já de noite, outra instituição saudosa que hoje não vale nada. O Mesa Redonda Futebol Debate, da TV Gazeta, tinha o folclórico e ainda necessário Roberto Avallone comandando o bate-boca. E naqueles áureos tempos, Chico Lang era ninguém. Quem mostrava serviço em outras épocas era Luiz Carlos Ramos, Márcio Bernardes, Fernando Solera (antes de ficar gagá) e até o temperamental Dulcídio Wanderley Boschillia.

Ficou famosa, inclusive, a briga ao vivo entre os dois comandantes. Milton Neves e Roberto Avallone trocaram acusações na mesa do programa da Gazeta, o que rendeu ao sobrinho da Tia Dora um gancho considerável. Esse episódio, vale dizer, é tão inesquecível para quem viu quanto a Playboy da Claudia Ohana.

Tudo isso culmina na aparição recente de Jorge Kajuru (o coitado está cego), bradando moralidade e defendendo crápulas como o JK. Muito coerente, a não ser o motivo real de sua visita ao ridículo programa de Vanucci, na Rede TV. O gordinho foi lá para promover seu livro, uma publicação que deve ser horripilante e só traz agressões (muitas até necessárias) a seus desafetos.

Federações e clubes vivem a receber críticas por conta de seu funcionamento à base de camaradagens. E o que fazem os "jornalistas esportivos"? Agem da mesma forma, ao tentar parecer éticos e fiscalizadores, mas apadrinhando pseudo-profissionais e trocando tapas e beijos. A crônica não precisa disso. Quem fiscaliza é a torcida. A imprensa deve estimular as rivalidades, exaltar os grandes jogos, falar da beleza que é a alma da arquibancada.

Quem dera tivéssemos uma peleja como a Neves x Avallone todo domingo. Seria uma melhora significativa a tudo isso que está aí. Hoje, no entanto, não passam de um bando de cagalhões, que só trabalham nos bastidores e, por isso, ferem uma regra básica do jornalismo: trabalhar visando o bem coletivo.

10 março 2008

O caso Paulinho


Acredito que seja de conhecimento de todos que por aqui passam a existência de um certo Paulinho, que atua na blogosfera e é bancado pelo JK, o pai do Barneschi. Mesmo assim, vale falar um pouco mais sobre a figura. Trata-se de um estudante de jornalismo que se acha jornalista. Ninguém sabe o porquê de ele ter se tornado uma figura com certa notoriedade. Assim como é desconhecido o motivo do apadrinhamento pelo JK.

Que o JK não é flor que se cheire ninguém duvida. Ataca o Cabeção constantemente, mas atua com ética semelhante a de seu rival. É, jornalistas têm rivais. Por isso, esqueçam aquela baboseira de jornalismo a serviço do bem social. Voltemos ao tal Paulinho. O filhote do Juca atua como se fosse a boca de fossa do consagrado cronista esportivo, mandando ver nos factóides e utilizando artimanhas de apuração como vasculhar e-mails de empresas das quais saiu.

É por causa disso que ele entrou na justiça contra o site "Futebol Interior", que também tem suas falcatruas e não é flor que se cheire. Paulinho ameaça cagüetar, diz que é o dono da verdade, desmoraliza quem não pensa como ele e utiliza como título de seu blog a frase "Jornalismo com credibilidade". Ora, quem faz jornalismo com credibilidade não precisa usar isso como bandeira do próprio trabalho. Quem se defende demais deve alguma coisa.

Estamos diante de mais um crápula na mídia esportiva. Mais uma laranja podre nesse pomar cheio de estrume. Enquanto isso, falar das bolachas ninguém fala...

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Em tempo e, infelizmente, lembrado em meio a exemplos tão negativos, aniversariou no Dia da Mulher último o já citado Barneschi. Esse sim um belo jornalista, apesar de estar enfiado em uma assessoria, como tantos outros talentos.

07 março 2008

Shots...


- Depois de me esgoelar um ano aqui nesse blog, SÓ AGORA o movimento Fora Dualib pede eleições diretas no Corinthians. Por essas e outras que eu estou cada vez mais convencido que a Fiel precisa acordar.

- O trânsito de São Paulo tá cada vez pior. Essa semana eu devo ter perdido um dia, só dentro do carro.

- Notem a gravidade: o verão está acabando!

Adeus e bom fim de semana.


03 março 2008

Voltemos aos 10 mil


A imprensa fez um grande auê por conta dos 37 mil ingressos vendidos antecipadamente para o clássico do último domingo e pelos 50 mil presentes. Auê que contaminou a torcida corinthiana e, mais uma vez, prestou um desserviço à instituição Corinthians.

Se é para ficar quietinho e sentado durante um clássico, assistam ao jogo em casa. Já falei aqui e repito que essa geração do fim dos anos 90 e os fãs de argentinos de 2005 não prestam. Não valem nada. Enfiem a camisa do Tevez no cu. E fiquem em silêncio no conforto do lar.

Toda essa amenidade toma conta dos que estão em campo. Antigamente, lembro-me de partidas históricas de pernas-de-pau como os laterais Elias e Leandro Silva em clássicos. Todos QUERIAM jogar contra rivais históricos. Hoje em dia, os bunda-moles já se cagam antes do jogo e somem no gramado, limitando-se a toques laterais e jogadas sem objetividade. Tanto que no domingo, quem decidiu foi o único em campo a assumir sua responsabilidade. Pena que do nosso lado não havia (e não há) quem fizesse isso.

O que é Lulinha, caros? O que é Bóvio? O que são Héverton e Herrera? A torcida ainda dorme, achando que está tudo bem. Lembro de novo: estamos na segunda divisão. Enquanto eles fazem o povo acreditar em estádio, projetos de marketing miraculosos e outras baboseiras, o time continua sem um meia e sem um atacante decente. Aliás, gostaria de saber quem é o padrinho desse Héverton dentro do Coringão, porque não é possível que ele continue sendo escalado.

Que nos próximos jogos, a gente volte à marca dos 10 mil (sempre) presentes. Não precisamos de gente alienada que não está lá para defender nossa honra. O Corinthians tem que voltar a ser o que era. Caso contrário, iremos caminhar rumo ao Canindé...