29 março 2007

Pancada



Post em tom de revolta (ah, vá...). Não sou corneteiro. Defendo minhas cores, minha camisa e meu time. Mas depois desse último Corinthians X sardinhas vou fazer uma coisa inédita. Me sinto impotente e a única coisa que vem à cabeça é isso. Sei que não deveria, mas agora que já está tudo perdido, vou ter que passar por cima do meu orgulho.

Não sei ainda se terei estômago. Mas sábado, às 18h10, no Pacaembu, faço questão de comprar ingresso de numerada pra ficar ali, bem atrás, coladinho no alambrado. E xingarei, até ficar afônico, aquela senhora de cabelos brancos. Que um dia alguém achou que seria um bom técnico. Irei xingá-lo com todas as forças. Irei pedir sua saída. Como alguém que precisa ganhar um jogo tira um lateral e coloca... outro lateral???? A coisa era básica, simples. Temos 3 zagueiros (que juntos não valem 1). 2 deles têm cartão amarelo. Estamos com um a menos - aliás o que foi expulso também não pode mais pisar no Pq São Jorge - e o natural é: tira um zagueiro, passa o lateral habilidoso (que é meia) para a armação, avança o outro meia e coloca um volante improvisado e recuado na lateral. Simples assim.

Se é pra trocar lateral por lateral e volante por volante, coloca minha mãe lá que dá na mesma. Ela, ao menos, vai dar valor ao salário astronômico que ganha.

FORA LEÃO! FORA DUALIB! FORA AMOROSO! FORA CITADINI! FORA DIRETORIA VENDIDA!

VIVA A REVOLUÇÃO CORINTHIANA!!!!

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Depois de tanta brabeza, pra você:

"Anoche, anoche soñé contigo
Soñé una cosa bonita
Que cosa maravillosa...

Ay cosita linda mamá
Soñaba, soñaba que me querías
Soñaba que me besabas
y que en tus brazos dormía...

Ay cosita linda mamá
Chiquita que lindo tu cuerpecito
Bailando este meneito
Yo sé que tú me dirás..."


26 março 2007

Definham...


Para quem não sabe, o jornalista Franklin Martins foi nomeado Ministro pelo presidente Lula. Levando em conta que essa nova equipe tem algumas pecinhas raras, é um dos nomes mais interessantes. Ele vai cuidar da parte de comunicação estatal, será responsável pelas verbas de publicidade e ainda deve comandar a criação de uma rede de TV pública. Do ponto de vista estratégico, manobra de mestre de Lula. Do ponto de vista jornalístico, me fez pensar em que ritmo anda essa (minha) profissão.

Franklin é peça rara no meio. Assim como era Aloysio Biondi e como são Mino Carta - às vezes chato -, Eugênio Bucci, Ricardo Kotscho e o maior repórter da Terra, José Hamilton Ribeiro. Tirando eles e mais alguns poucos, o resto era bom e se transformou em merda, ou simplesmente sempre foram merdas.

Desses últimos, não precisa fazer nem esforço pra lembrar: Diogo Mainardi, Flávio Prado (leiam a biografia de Silvio Luiz e vejam como se desintegrou a carreira dessa besta), Datena, Eliane Cantanhede, Miriam Leitão, Milton Neves e Juca Kfouri. A parte esportiva, toda, se encaixa no quesito "era bom mas virou merda".

Tudo isso dito, vale refletir. Qual destes grupos têm maior exposição na mídia? Qual destes jornalistas conseguem atingir e formar a opinião de mais pessoas? E quais deles realmente dá para levar a sério hoje em dia?

Aqui na "firma", trabalho com 4 estagiários. A diferença de idade é pouca. Conhecimentos básicos como apuração, correção gramatical e interesse pela dúvida são a diferença. Sem modéstia nenhuma - até porque não primo por nenhuma dessas coisas como dom, mas sim as uso para nortear meu trabalho -, digo que eles também são uns merdas. Não como pessoas, porque nem opinião formada têm. Mas como tentativas de jornalistas.

Eles representam uma geração alienada, que não busca as informações e fica vivendo de releases tão ou mais mal-escritos. E são resultado da manipulação dessa massa de bostas que escrevem suas tranqueiras em jornais, revistas e sites. Enquanto isso, talentos natos que poderiam fazer uma nova escola nas redações ficam presos a trabalhinhos em assessorias, a única coisa que paga bem.

A ida de Franklin ao poder e a aspiração da criação de uma rede de TV pública simbolizam o fio de esperança. Simbolizam, ainda, que uma hora a competência toma frente e é reconhecida. Deixando de lado posicionamentos políticos a favor ou contra Lula, não dá para negar que se trata de um grande jornalista. Esperemos, portanto, que isso se torne regra. E que os merdas e seus discípulos definhem. Porque para eles não vejo salvação.

19 março 2007

Glamourização e/ou banalização

Filas imensuráveis. Preços exorbitantes. E um público cada vez menos participativo. O que anda acontecendo com os shows internacionais aqui no Brasil? Há pouco mais de 3 anos, inventaram uma moda por aí que estabeleceu que as vendas de ingressos têm que ser tumultuadas, mesmo com as entradas custando, em média, R$ 150.

O ápice ocorreu no show do U2, em 2006. Correria, esquemas de filas com idosos vendendo lugar, um verdadeiro escarcéu. Coisa semelhante acontece agora, com o Aerosmith. O estranho é pensar que, antigamente, as coisas eram mais calmas. Hoje, até o mestre - e extremamente calmo - Chico Buarque causa um frisson que não condiz com as vendas de sua própria discografia.

A reflexão, portanto, só pode ser a seguinte: criaram uma demanda nova de público, na tentativa de fazer os famosos sold-out norte-americanos e europeus. E por meio de uma empresa nefasta que atende pelo nome de Ticketmaster. Sim, essa que ficou famosa por travar uma intensa briga judicial com o Pearl Jam na virada do século. Cujo show, aliás, teve uma venda de ingressos fora do normal por aqui.

Erro número 1: não somos os EUA ou a Europa. Lá existe uma cultura, aqui temos outra. Lá, por exemplo, a pista é numerada e todos respeitam uma linha imaginária que determina os lugares. Erro número 2: criar uma demanda dessa num país carente como o nosso deixa os verdadeiros fãs de fora, por causa dos preços caríssimos. Com isso, a resposta do público durante o show também não é a mesma (bons tempos em que os artistas declaravam ter feito em terras tupiniquins "o melhor show da carreira").

Resenhei a última turnê do Pet Shop Boys e notei uma coisa absurda. Na sexta, gente que nunca tinha ouvido falar do duo inglês e que mal conhecia suas canções estavam na pista do Credicard Hall. Até aí, problema nenhum. Só que eles foram lá não para conhecer uma das referências da música eletrônica, mas sim para a "pegação". Não sou um velho que defende a moral e os bons costumes. Mas o mínimo que se espera de alguém que paga R$ 130 numa entrada é a atenção ao show e uma interação calorosa com o artista. Já no dia seguinte, com uma massa maior de seguidores, a dupla foi recebida com muito mais entusiasmo. E devolveu a alegria tocando uma música que não entrou no set list de outras apresentações.

A música, assim como o futebol, desperta paixões. Cegas e intensas. Por essa razão, existe a linha que separa um show de uma balada. A referida nova demanda de público apagou essa linha e colocou todo mundo na mesma bacia. Hoje, DJ é músico. Hoje, qualquer um é músico. E hoje, cobram uma fortuna por um show que há 3 anos eu paguei R$ 10.

13 março 2007

Jogo rápido


Algumas vezes recorro ao post em tópicos para fazer comentários pontuais da realidade. Geralmente, este blog fala de futebol, cerveja, música e amores. Ei-los mais uma vez:

- A fase do glorioso Sport Club Corinthians Paulista não anda nada bem. Vejo uma indignação geral, ampla e irrestrita. Porém, poucos se revoltam a ponto de querer levar a situação às conseqüências mais drásticas contra uma ditadura que há 13 anos domina o Parque São Jorge. Vale, então, ressaltar as vozes que não querem calar. Primeiro, é legal dar uma passada no Informativo dos Gaviões, que está promovendo as eleições da torcida do próximo dia 24. O discurso é animador, ao menos. Querem, com toda razão, resgatar o corinthianismo que essa diretoria nociva tenta matar. Aí você pode passar no Jornar, do meu amigo ainda virtual Filipe, que não gosta do meu outro amigo virtual - a quem ele chama de çapo - mas, ainda bem, odeia os narigudos tucanos igualmente. Admito, porém, estar triste com nosso operário ultimamente... De quebra, você conhece a filha do cara, Teresa, que só pelas fotos já se mostra uma figurassa! Por fim, passem no blog do Leco Polegar, figura ímpar e de comentários sempre pertinentes. Se der tempo, vá ainda ao blog do Barneschi, xingar o bando de porco maldito que habita aquele chiqueiro e, principalmente, tirar um pêlo do Luigi Shortinho.

- E já que o assunto é internet, outros dois blogs bastante interessantes são o Só Dói Quando eu Rio, do grande Fernando Szegeri. Poeta e conhecedor de tudo. Quem prova isso é o não menos genial Edu Goldenberg em seu Buteco. Carioca. Precisa falar mais?

- Esse calor é ótimo, mas há um pequeno problema com ele. Estou tentando para de beber constantemente - ou melhor, diariamente -, mas não há cristão que resista à tentação de uma gelada no balcão nessas altas temperaturas. Preciso dar uma muchada, pois as calças daqui a pouco já não fecharão...

- Amor, ahhh o amor... Tudo em ordem, cada vez mais amando Evinha, meu pecado e minha salvação. Então, sai zica!

- O dia já é certo. No próximo 12 de abril verei um dos shows obrigatórios de todo ser humano. Velhos, decadentes, o diabo. Aerosmith vem, e eu estarei lá! No meio do caminho, tem Pet Shop Boys, também velhos, decadentes, mas ainda imbatíveis. Aliás, se são velhos e decadentes, porque ninguém os derrubou?

- Falta a São Paulo rodas de samba honestas. Temos poucas. Cito de novo Szegeri, que comanda talvez a melhor delas nas tardes de sábado, no Ó do Borogodó. Há o pessoal do "Se vai se Quiser", na pça Roosevelt, o pessoal da Vela, o Samba Raro (com um irritante h no meio do raro que eu me recuso a escrever), esporádicos heróis no Magnólia e só. Bons tempos aqueles de Espaço Cuca na Barra Funda, né zéserra?

E acabou!

08 março 2007

Ironias


O mundo sempre nos reserva ironias, não é mesmo? Conheci um caboclo em 2000, no começo de minha vida acadêmica. Ficamos verdadeiros compadres, aqueles poucos que a gente carrega pelo resto da vida.

Aí teve uma vez que eu fiz uma foto-montagem com ele, ironizando os milhares de "MV VM" que ele deixava gravado nas carteiras da Faculdade Cásper Líbero. Ele ficou bem puto, mas na época não entendi o porquê. Meses mais tarde, comprovei que se tratava de um dos seres mais homofóbicos do planeta.

Eis, então, a ironia do caso. Não é que o cara faz aniversário neste 8 de março, Dia Internacional das Mulheres? Está explicado o ódio pela delicadeza, sensibilidade e ternura que esse meu compadre tem.

Parabéns Barneschi, seu piemontês.

05 março 2007

E vai falar o quê?



Desse último Corinthians x palmeiras não temos o que falar. Não houve interferência de apito. Não tivemos nenhum desfalque significativo. E não tivemos um time com o mínimo de vergonha na cara.

Escrevo este post porque não consigo dormir. Não que a derrota tenha sido uma das piores da história. Já tivemos muitas significativas, assim como outras tantas vitórias sobre o inimigo. Mas o grande guerreiro, este sabe reconhecer a derrota em uma batalha. E lá das arquibancadas, sob um sol escaldante durante os 90 minutos, lutamos. Pelo Corinthians, até o fim. Já em campo...

Façamos um comparativo entre os dois 7 da peleja. O deles, já veterano e com o fim da carreira decretada por muitos, se poupou no último jogo somente visando o clássico. E entrou com sangue no olho (tanto que foi provocar a Fiel nos dois primeiros gols. Depois nego ameaça de morte e a gente é violento. Respeito é bom e conserva os dentes!). Já o nosso 7 continua o mesmo amarelão de sempre, sumindo em partidas importantes e deixando bem claro que é um dos primeiros a agir para derrubar um técnico. Digo e repito sempre que possível: esse Roger tinha que ter saído em 2005, na desclassificação para o Figueirense da Copa BR.

Dito isso, expliquemos o nervosismo. Ele se dá porque é uma derrota de um time que não está a altura de sua torcida. São um bando de pernas de pau, que têm a capacidade de achar ruim que um chileno - o Chile agora vira até berço de craques, vejam vocês - distribua dribles. Que os nossos meias também tivessem técnica suficiente para isso. Que nossos zagueiros não sejam dois morféticos. Que nosso ataque tenha fome de gol. E, principalmente, que o nosso técnico tenha a noção de que ele deve, apenas, treinar o time.

Triste também foi ver o posicionamento apático e conformado da família depois do apito final. Venho notando isso há algum tempo, principalmente depois da merda toda que deu no jogo da última Libertadores contra o River, no Pacaembu. De lá para cá, parece que não temos mais o mesmo poder de pressão que tínhamos. Não temos ou não queremos exercer??? Essa dúvida também está me tirando o sono. Ao que parece, ela só será esclarecida com o tempo. De minha parte, ainda acho que a gente tinha que tirar aquele velho gagá à força e estabelecer um novo estatuto com um único artigo: eleições diretas para o Conselho e Presidência.

No resto, VAI CORINTHIANS! Na vitória ou na derrota eu grito forte, corinthiano eu serei até a morte!