31 outubro 2007

Aqui tem um bando de louco


E é bom ficar esperto.

Time que leva gol de Roger é brincadeira!

Bom, mas quem disse que ia ser fácil?

TEM QUE SER HOMEM PRA JOGAR NO CORINGÃO!






30 outubro 2007

Dona Antônia e Seu Venâncio


Esse texto estava guardado aqui na cuca há algum tempo. Sei lá por qual motivo ainda não tinha colocado no blogue. Sentei-me aqui no computador disposto a atualizar o abandonado diário virtual, mesmo sabendo que poderia ficar torto novamente, já que estou com uma imensa dor nas costas. Aí a chuvinha subiu um ar de terra do interior que me fez lembrar esses dois modelos. Mas para falar de Dona Antônia e Seu Venâncio, primeiro devo explicar como cheguei a eles.

Desde 1981, é registrado no cartório e na macumba que sou afilhado de Jeanette e Miguel. Os dindos que supriram a falta dos meus pais quando estes trabalhavam de 10 a 12 horas por dia. Em nada difere o amor que sinto por eles do amor que sinto pela minha mãe - cortei relações com meu pai há 2 anos - ou pelos meus avós. Até mesmo as circunstâncias da vida que nos afastou, apesar de morarmos muro a muro.

Meus padrinhos me ensinaram o mundo. O mundo que respeita as diferenças e não julga as pessoas pelo tamanho da casa e nem pelo que tem dentro da carteira. Eles me mostraram que aquele pessoal vizinho, dos barracos de madeira, eram iguaizinhos a nós, só que mais explorados. Valores hoje cada vez mais escassos.

Antônia e Venâncio eram os pais da minha madrinha. Moravam em Monte Verde Paulista, no norte do estado, perto de Severínia e Olímpia. E nas férias, ganhavam dois netos japonesinhos: eu e minha irmã. Éramos verdadeiros ETs na cidade, já que o máximo de olho puxado por lá eram dos gaiatos bêbados. Passávamos semanas e nunca - sim, nunca - queríamos ir embora.

A casa dos velhos era do começo do século, e minha fraca memória não permite o relato da data exata cravada na fachada. Na frente, apenas um portãozinho que dava acesso ao corredor lateral. Nesse corredor, duas portas ficavam quase que o dia inteiro abertas para as dúzias de netos que quisessem entrar. Digo dúzias e não é exagero. Só de filhos, o casal tinha 8 ou 9. E uma média de dois netos por filho. Voltando à casa, o corredor acabava em um gigantesco quintal. Dois tanques de concreto, um balcão e um quartinho formavam a edícula. Nesse quartinho, Venâncio guardava a palha de seu cigarrinho diário, logo depois do dia na labuta.

Ainda na edícula, havia um pilão e um rolo de massa, onde Antônia preparava um pão delicioso que nunca vi igual. Mãos mágicas que foram herdadas por todas as filhas, cozinheiras de primeira linha. Ao fundo do terreno, um extenso pomar e um galinheiro garantiam a sobremesa da molecada e o frango assado do domingo.

Da edícula, acessava-se a cozinha. No canto, o fogão de lenha que era um verdadeiro altar. Coisas sagradas saíam de lá - aquele pão, inclusive - e provavelmente foi ali onde tive minhas primeiras aulas de refogado (mesmo que inconscientemente). Da cozinha, passávamos à sala de jantar e, logo em seguida, à sala da TV. O primeiro quarto, à direita, era onde o casal dormia. Os outros dois, um à direita e outro à frente, que dava com a janela para a rua, abrigava os constantes hóspedes.

Eu era pequeno, mas lembro-me de flashes das histórias de Dona Antônia e Seu Venâncio. De como se conheceram e se casaram. Da vida sofrida que tiveram e de como suaram para criar os filhos. Das loucuras que o Venâncio fazia para ver o seu Corinthians (numa aula de corinthianismo, o velho viajava mais de 5 horas para ver o Timão no Pacaembu e voltava logo após a partida). Mas nunca, nunca mesmo, escutei nenhum dos dois reclamar de qualquer dificuldade.

Hoje, depois de 15 anos ou mais sem vê-los, aqueles causos sempre voltam quando estou nas horas mais difíceis. Alentos e lições aparecem, juntamente com a saudade do pãozinho no forno e o café passado no filtro de pano. As milhares de coisas que me aconteceram por lá quando moleque estão na minha alma como cicatrizes de catapora.

Consta que a casa foi demolida... Podem ter derrubado a representação física, mas toda vez que olho para meus padrinhos ou meus irmãos - filhos dos dindos, obviamente -, reerguem-se aquelas antigas vigas e paredes que construíram e ainda constroem nossos caráteres.

Para Paula, Lúcia, Miguel (meus irmãos) e Jeanette e Miguel.


21 outubro 2007

ROUBO!


Foi o que acabou de acontecer naquela bosta de estádio. Os cabeça-chata comedor de farinha passaram a semana inteira pressionando e o senhor Héber Roberto Lopez não resistiu. Aos 43 do segundo tempo, marcou um pênalti inexistente contra o Corinthians.

Vamos ver se essa diretoria acorda. Aqui é Corinthians, caralho! Ficar sendo roubado por um bando de calangueiro do caralho é o fim do mundo.

Culpa também desses porras que não conseguem colocar a bola no gol. Fábio Ferreira, meu filho, você é um brincalhão!

FORA TODO MUNDO! APOIO É O CARALHO. OU JOGA POR AMOR, OU JOGA POR TERROR!

Cansei de defender perna-de-pau covarde.

TEM QUE SER HOMEM PRA JOGAR NO CORINGÃO!


18 outubro 2007

O Edu disse...



Coisa rápida. O mestre carioca Edu Goldenberg nos conta mais em seu blog o que se sucedeu na partida da Seleção Brasileira, realizada no Maior do Mundo.

Só para situar quem estava em Marte, esse foi o "jogo das famílias" inventado pelo pulha, pelo crápula, pelo lixo do Galvão Bueno. Dizia ele ser o jogo sem briga e sem palavrão. A única coisa que não teve, no entanto, foi cerveja. Resumo os posts do Edu - "Galvão Bueno" e "O modus operandi da canalha" - em tópicos. Mas vale muito a pena saber por completo (inclusive lendo os comentários) o que se sucedeu na peleja da Canarinho.

- Não foi vendido cerveja no Maraca, por determinação da FIFA (por essas e outras que eu abomino a Copa do Mundo aqui).
- Xingaram, e muito, o Galvão.
- Tiveram algumas briguinhas.
- O camarote da Globo tinha música eletrônica.

Como se vê, foi-se o tempo em que o futebol era entendido como uma coisa séria...


15 outubro 2007

Dias cinzentos


Segunda-feira depois de feriado deixa as pessoas mais amargas que o habitual. Aí cometo o erro mortal de abrir o jornal logo ao chegar no trabalho. Vejo a entrevista de Lula na Falha e chego à conclusão que:


1) essa merda de jornal comprovou seu ímpeto golpista contra o governo, já que, sem a munição de uma nova crise, imputa a idéia de que Lula fará manobra para se reeleger de novo.

2) só tem cuzão nessa merda de jornal. Eles batem diariamente no presidente e, na hora do confronto olho-no-olho, se borram todos.

3) faltaram só pedir para que o presidente passasse a receita pra curar a ressaca.

Preconceitos ridículos desse que se diz o maior jornal do país à parte, passemos a utilizar o blog do Paulo Henrique Amorim como base de pauta. Destaco algumas chamadas:

- Professor de SP não tem aumento há 3 anos (dentro, uma entrevista com o presidente do sindicato da categoria afirma que, além disso, a data-base de 2007 foi sumariamente ignorada)

- O último autoritário - III: À falta do que anunciar, Serra anunciou a proibição de celulares nas escolas.

- Tarifa do pedágio em SP sobe até 200% acima da inflação

E ainda clipando a imprensa, vejo uma pesquisa do CNT/Sensus mostrando que o governador e prefeito de São Paulo, José Serra - ele é o único nesse país que acumula dois cargos no executivo -, lidera as intenções de voto para presidente nas eleições de 2010.

Considerações. Primeiro, volto à entrevista com Lula. Por que publicaram isso no meio do feriado? Por que não foram com a mesma agressividade utilizada quando falam pelas costas? No entanto, agiram com rapinas. Quiseram imputar a personificação do tal mensalão - que hoje, se sabe, é mais tucano que petista - e deixar a Lula um fardo que é próprio da sujeira política como um todo.

No dia seguinte, e sob todas essas informações de PHA, surge a "bomba": Serra ganharia a eleição para presidente. Pura coincidência? Ou é mais um golpe orquestrado da mídia golpista? Fato é que a imprensa quer, a todo custo, o zéserra no Planalto. Não engoliram 2002 e 2006. E são representantes de uma classe que nem elite é. Aspiram à elite, mas estão sendo apenas usados por quem realmente detém o poder (financeiro, diga-se, para não ficar confuso).

Vejo tempos sombrios com essa possibilidade da volta dos tucanos ao cargo máximo da República. Vislubrem: zéserra presidente, o tal Alberto Godman governador de SP (no seu release oficial, vangloria-se o nobre por ter dirigido as privatizações de Dutra) e o geraldinho prefeito. Essa mesma corja que está sempre defendendo a propriedade privada irá se danar, porque o ímpeto de particularizar dos bicudos pode espirrar até no seu carro, na sua casa...

Teria outras críticas ferrenhas para comprovar esse temor pelos tucanos - e sempre lembro que as tenho também com relação ao governo Lula -, mas focalizo a coisa toda na mídia. O que dá mais matéria-prima para criar uma crise: desmandos e falta de compromisso com o povo ou uma ex-amante? No entanto, as redações parecem pensar o contrário.

A massa imbecil paulista continua a acreditar nesse conto burguês. Adoram o discurso moderado, prolixo e, acima de tudo, sem nenhuma proposta. Protestam contra a CPMF (criação tucana), mas esquecem que ficaram de bico calado quando ela apareceu. Cansam demais...

Cada vez mais convicto do que não quero para o meu país, fico dia-a-dia um pouco mais comunista.

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* Apêndice ao texto: citei o vice-governador
Alberto Godman. Entrem no perfil do cara no site do governo do estado e vejam um parágrafo curioso, que cita seu papel "oposicionista" como parlamentar (é o penúltimo parágrafo). Não seria, no mínimo, ilegal ou anti-ético fazer citações negativas contra adversários a partir do posto de Vice-Governador?


09 outubro 2007

Não mexe com quem está quieto...


Eu não ia escrever nada sobre o jogo entre Corinthians e elas do último domingo. Até porque meu time continua numa draga imensa, e mesmo com tal tabu inventado pela mídia ter sido apagado.

Até aí, tudo bem. Mas hoje, ao invés de ficarem quietinhas e se resignarem com o sabor da derrota, as bichas aparecem querendo se vangloriar desse título válido por um campeonato de merda. Sim, estamos na zona de rebaixamento, mas não vamos cair. Ao contrário de vocês e da porcada, que já sentiram o gostinho da segundona.

Só mais duas coisas. Primeiro que tabu é nossa vantagem de 19 vitórias no confronto direto. Segundo: CHUPA BICHARADA! Assumam a derrota e não tapar o sol com a peneira. Só porque tá dando medinho de perder o que era impossível de perder?

AQUI É CORINTHIANS, CARALHO!

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Atualização de postagem: Andréz Sanches venceu as "eleições" corinthianas e é o novo presidente do clube. Nada mais previsível. O lobo em pele de cordeiro deu o golpe certinho, certinho. MAS É TUDO DA MESMA LAIA!!!!

E se antes era Fora Dualib, agora é FORA SANCHEZ!!!

Acorda, Fiel!


01 outubro 2007

Sobre o Corinthians...


... não irei me manifestar porque a raiva é grande.

Só reitero o que disse no post "Falta bola"...

Certo pelo errado


Mês passado o tema voltou à tona e é certo que em 2008 a coisa já passará a valer oficialmente. É a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa. Sob o pretexto de uniformizar e simplificar a língua, a iniciativa, a meu ver, irá trazer grandes problemas para uma massa já iletrada e preguiçosa.

Primeiro de tudo: isso está a serviço da globalização, processo definido pelo sistema capitalista para nivelar (por baixo) culturas totalmente diversas e impor sobre elas o padrão neoliberal, consumista e predatório. Segundo: as mudanças propostas, em sua maioria, vão contra a evolução natural pela qual todo idioma passa. Explico.

Geralmente, justifica-se a reestruturação baseada no uso cotidiano - e cultural, mais importante - da língua. O "você", por exemplo, derivou de contrações de "vossa mercê" e "vosmecê", e o mais natural seria uma reforma que considerasse o "ocê" e o "cê". Porém, no caso em questão, querem acabar com coisas como o trema, o acento diferencial e o acento em ditongos abertos de paroxítonas. Não há nada que justifique essa mudança, a não ser o uso errado da língua.

Imaginemos, por exemplo, o caso de "para". Se eu disser "Um carro para José" sob as novas regras, poderemos ter uma confusão de significado. O carro seria destinado a José ou ele teria sido parado pelo veículo? A fala, é óbvio, pouco será influenciada. Mas a escrita, fator determinante de sobrevivência da língua e identificador cultural da mesma, será mutilada. Tirando a parte positiva, que inclui as letras w, y e k no alfabeto e exclui alguns provincianismos do português de Portugal, a tentativa é de juntar todos no mesmo balaio. E sabemos que, só no Brasil, são falados dezenas de idiomas.

A impressão é que isso foi definido por aquilo que muitos chamam de miguxês. "Vc", "tb" e outras expressões auto-explicativas até passam. Porém, há coisas na rede mundial que são ininteligíveis. É só pegar scrapbooks da molecada no Orkut para se ter uma idéia do que estou falando...

Seguindo minha mania de achar que tudo é uma conspiração, acredito fielmente que isso se trata de um emburrecimento progressivo do povo. A cadeia de raciocínio disso tudo termina - todos sabem - no poder de mobilização e compreensão da realidade cada vez menor da chamada massa de manobra. Ponto para a manipuladora mídia (a Falha de S.Paulo, por exemplo, deve estar aos pulos de alegria). Perde a cultura popular, que se faz refém (com acento!) cada vez mais dessa porcaria que atende pelo nome de globalização.

De minha parte, resistirei. Escrevendo sempre do jeito que aprendi ser certo, para manter o pouco de dignidade que ainda resta ao meu povo...