27 fevereiro 2007

Prova de hombridade



A obrigação é a seguinte: ganhar bem na quinta e aquecer pro verdadeiro jogo, que é domingo. A obrigação desses jogadores é de vencer o clássico. Nada mais. Depois do que vêm apresentando, esses pernas-de-pau que estão vestindo a camisa do Coringão devem, ao menos, mostrar que têm o mínimo de dignidade e fazer o possível e o impossível para vencer a porcada. E sem expulsões. Vontade é uma coisa, presepagem é outra.

E que não venham com o discursinhos de "vamos ganhar pelo técnico". Vocês, seus vagabundos, têm que ganhar pela Fiel Torcida, que já está cansada de ver um timinho apático. Façam a obrigação e esqueçam, por uma semana, todas as birras internas. Depois vocês podem derrubar técnico e o diabo. E um alerta final: Corinthianos, prestem atenção no 7. Em 2005 ele já chutou propositalmente um pênalti para fora, só para derrubar o técnico. E nego ainda fica babando ovo pra esse merda enganador...

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Pra quem duvidava da fama do Carnaval de Pirapora do Bom Jesus, a prova foi dada no último domingo, com a corrida dos carros alegóricos no Pânico na TV hahahahahahahahahahhaahhahahahaha... Ano que vem eu fico até a Pascoa naquele lugar!

22 fevereiro 2007

No berço do samba

“Lá no barraco
Tudo era alegria
Nego batia na zabumba
E o boi gemia
Iniciado o neguinho
Num batuque de terreiro
Samba de Piracicaba
Tietê e campineiro”

Geraldo Filme em Batuque de Pirapora

As palavras de Geraldo Filme mostram os primórdios de um Carnaval rústico, enraizado e, acima de tudo, brasileiro. Descendente de escravos, o Samba de Pirapora, ou Samba Rural ou de Bumbo, se desenvolveu a partir dos batuques nas senzalas, em contraposição à vocação religiosa da cidade de Pirapora de Bom Jesus, a 54 km de São Paulo.

Nesse cenário de tradicionalismos e em busca de um destino ainda pouco desbravado do Carnaval paulista, partimos para o interior, procurando conhecer mais a respeito da festa que em 2007 veio com o tema “Carnaval da China”. À beira do Rio Tietê, Pirapora dispõe de opções simples, mas confortáveis, de hospedagem. Ficamos no Hotel Casarão, cuja sede foi construída em 1924 e, desde então, recebe romeiros que vão pagar promessas na igreja local.

Mas o clima era de folia e, já no primeiro dia, passado e o presente conviviam harmoniosamente. No Espaço Samba Paulista, Osvaldinho da Cuíca, nome conhecido da escola de samba Vai-Vai, animava a roda de samba com feijoada que abriu o calendário de Carnaval. Na seqüência, o Grupo de Samba de Roda, sob comando de dona Maria Ester, uma das participantes do primeiro grupo do gênero, declamava os versos de improviso sobre o batuque dos bumbos. Pelas ruas, trios elétricos tocavam marchinhas e músicas de micaretas para fazer os mais novos pularem.

Quem já esteve por lá não esquece algumas particularidades. Tem a velha perua, que precisa ser empurrada de cinco em cinco minutos para funcionar e que dá carona a quem tiver coragem de se empoleirar num verdadeiro ferro-velho. Há também o bloco Vovô da Serra do Japi - outra resistência do Samba de Bumbo e na ativa há 3 anos -, que sai pela cidade entoando canções aos donos de bares para pedir combustível para os membros da bateria. E como não falar dos grupos que aparecem no baile do Clube Municipal, com camisetas personalizadas ou fantasias, ou ainda a salvadora canja de galinha servida no fim da madrugada? Fora isso, há concursos de fantasias bastante fanfarrões e até desfile de Escolas de Samba.

Feita essencialmente por moradores da região, a folia de Pirapora é daquelas para se colocar na lista de “melhores carnavais da vida”. Mesmo assim, os piraporanos ainda carecem saber um pouco mais sobre sua própria história e valorizar um reduto tão importante da cultura brasileira.

15 fevereiro 2007

Estamos de quatro...


Comecei cedo na arte de beber. Lá pelos 6 ou 7 anos, já dava a famosa "bicadinha na espuma" nos chopps do meu padrinho nos aniversários aqui em casa. Os tempos eram bons. Apesar daquele negócio tenebroso que era a inflação, tínhamos uma vida bem confortável. E todos os aniversários eram feitos no quintal, à base de Churrasquinhos Jundiaí, Chopp Brahma e refrigerantes da mesma espécie.

A vida boêmia, no entanto, veio forte lá pelos 14, 15 anos. Nessa época, saímos do colégio e nos dirigíamos para o Shopping Eldorado. Éramos uns cinco ou seis moleques, que já tinham destino certo: a patinação do segundo subsolo, onde conhecíamos o tiozinho de uma lanchonete. Lá, ficávamos tortos de bêbados, depois de dois copões de 500ml. Gastávamos menos de R$ 3 nessa empreitada.

Pulemos para o hoje, 2007. Peguei o Guia da Folha, leitura obrigatória de toda sexta-feira dos paulistanos. E fui dar uma olhada nos mais tradicionais pontos da noite de São Paulo. Estavam lá o Original e o Filial, dois dos lugares que prestam serviço ao bom chopp. Susto! Não só eles como a maioria dos lugares estão cobrando, em média, R$ 3,50 por uma caldereta. Para um beberrão como este aqui, a quantia pode significar um rombo de R$ 70 na conta corrente numa noite inspirada de 3 horas. E naqueles troços que se espalham no eixo Faria Lima-JK-Hélio Pellegrino, o valor de um mísero copinho de 300ml é absurdos R$ 4,20.

Estão querendo prejudicar as pessoas de bem, que bebem sua ampola mas não dispensam um refrigerado de vez em quando. Afinal, às vezes a gente só está com sede e beber água faz mal. Mas pagar R$ 4 o copo é algo vergonhoso! Desse jeito, vou voltar aos tempos primeiros e ficar só na espuminha... Padrinho, a bença! Porque o chopp tá o olho da cara.

05 fevereiro 2007

É hora do show



Mais uma lista, mais memórias. Outro dia publiquei alguns dos meus filmes favoritos, produções que marcaram minha vida. Falarei agora dos melhores shows a que já assisti. Lembrando de novo que não há ordem de preferência e que ausências serão fato.

1) The Ramones - 1996: O último show em terras tupiniquins da melhor banda que já pisou no planeta depois dos Beatles. Emocionante do começo ao fim, acredito ter sido essa minha primeira experiência com drogas, só que sem drogas. Foi a hora e meia mais rápida da minha vida. Uma imagem me marca cada vez que lembro desse show. Depois de acenderem as luzes do finado Olympia, milhares de órfãos como eu sentaram-se no chão. E choraram como se tivessem perdido sua razão de viver.

2) AC/DC - 1996: Os caras conseguiram lotar o Pacaembu menos de um mês depois de um Monsters of Rock com o Iron Maiden como headliner. E foram duas horas do puro rock 'n' roll, muita paulada na orelha e uma apresentação cheia de adrenalina. Fora isso, tive a sorte de encontrar na pista o Casagrande. E o melhor de tudo: fui de graça!

3) Viper - 2001: Depois de um longo hiato, a maior banda de heavy metal do Brasil estava de volta. Para os fãs, que àquela época não devia passar dos 500, foi uma verdadeira comoção. Afinal, todos já davam como certo que nunca mais teríamos um show do grupo. Porém, no dia 24 de maio de 2001, eles subiram ao palco do antigo Palace para anunciar que estavam de volta. Marmanjos choravam em bicas nesse dia.

4) Men at Work - 2000: Praia e Men at Work são a combinação perfeita. E o show dos australianos foi algo que, a princípio, via com certo receio. Não sabia como estava a forma dos velhinhos. Mas o que era dúvida se mostrou uma apresentação impecável, com clássico atrás de clássico. Tudo isso na beira do mar e debaixo de uma chuva que refrescava o calor típico do mês de janeiro.

5) Samba em Quatro Tempos - 2005: Capitaneado pelo bamba Nei Lopes, o projeto trouxe a São Paulo grandes nomes do samba carioca. Estiveram por aqui Dunga, Luiz Carlos da Vila e Diogo Nogueira, entre outros, cantando clássicos do gênero. A parte mais impressionante foi ver Diogo cantando "Espelho", de seu pai, João Nogueira. Ao fim da música, todos os presentes no teatro do Sesc Pinheiros choravam. Um dia de glória para o mais brasileiro dos ritmos.

6) Kiss - 1999: O sonho dos sonhos. Minha primeira paixão musical foi pelos quatro mascarados. Meu primeiro LP foi "Hotter than Hell". E desde criança queria estar no meio daquele circo todo. Em 1994, eles estiveram por aqui, mas não pude ir. Na outra turnê, a formação original estava de volta. Sim, com as pinturas e tudo. Na abertura da apresentação, a cena antológica. Os quatro surgem por detrás do pano e só se vê as sombras. Aos primeiros acordes de "Shout it Out Loud", não contive o pranto e chorei por quase 4 músicas.

7) Pet Shop Boys - 2004: Outro daqueles que você vai mais pelo nome e não esperando muito. Boatos diziam que seria, na verdade, um DJ set. No fim, os ingleses vieram até com banda e fizeram um dos melhores shows do TIM Festival daquele ano. E olha que tinha gente como Primal Scream. O duo despejava hit atrás de hit, para delírio das bibas e bolachas que eram maioria na pista. Na época, estava sofrendo uma crise alérgica e tomava dois remédios. A bula dizia para não misturar com álcool. Comprovei a veracidade dos fatos quando, ao tomar o segundo copo de cerveja, não senti mais os pés...

8) Camisa de Vênus - 1997: Se o Kiss foi minha primeira paixão musical, o Camisa era a amante. O segundo LP que eu ganhei foi "Batalhões de Estranhos", que tinha uma enxurrada de clássicos e uma capa macabra. Nesse show, no Palace, Marcelo Nova juntou seus velhos companheiros Robério Santana e Karl Hummell e colocou na guitarra ninguém menos que Luiz Carlini. O resultado foi uma apresentação histórica. Na época, tinha 16 anos e, pelo que me lembre, foi o primeiro show que assisti totalmente embriagado.

9) Sepultura - 1996: A banda brasileira de maior destaque no cenário internacional estava no auge. A turnê era do álbum "Roots" e trazia a mistura do trash metal com batuques e influências do Brasil. E a apresentação do Olympia foi, na verdade, um ritual. A ar era pesado e tenso, mas de uma maneira positiva. A cada acorde, uma porrada na orelha. E foi a última apresentação da banda com a formação clássica e até hoje insuperável. Para completar, a abertura foi de ninguém menos que Ratos de Porão.

10) Pearl Jam - 2005: Foram mais de dez anos esperando. Rotulada como "banda grunge", a trupe liderada por Eddie Vedder foi a única da geração Seattle que me arrancou mais do que o comentário "legal". Me lembro até hoje da primeira vez que ouvi "Even Flow". E a apresentação no Pacaembu foi o fim de uma espera sebastiana. Não precisa nem falar que eu chorei...

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Em tempo: tem shows que eu preciso ver antes de morrer. Erasure, V.Spy S.Spy e Aerosmith. Este último, dizem, vem para cá em abril, ao lado de Velvet Revolver. A ver...


01 fevereiro 2007

O que acontece?

Post urgente. Acabo de ler no Terra que o Christian foi para o Inter. O desgosto não é nem pela negociação ou o atleta em si, já que se trata de um atacante bem mediano. É de ver a que ponto chegou o desrespeito por 96 anos de glórias do Sport Club Corinthians Paulista.

Antes, os jogadores faziam verdadeiros planos de carreira no Pq. São Jorge. Hoje em dia, os torcedores tomamos tapas na cara diariamente. Nem vou mencionar a vergonha que foi o último jogo contra a mentira azul do ABC. Além do roubo, o que eu vi foi um meio de campo inexistente. Roger e Elton são uma verdadeira piada.

A culpa disso tudo tem nome e sobrenome. Alberto Dualibi. O desrespeito com o Corinthians só existe por causa dessa gestão - isso é gestão? - maligna. Foi o presidente que ganhou os mais importantes título? Sim. Mas a esse preço?

Triste não é perder esse merda de jogador, que não agüenta correr mais que um tempo. Triste é ver que nego sair por aí pisando na nossa história e cuspindo na cara da Fiel. Por culpa exclusivamente dessa administração que usa o Corinthians para se enriquecer.

Já fiz isso uma vez e faço de novo: clamo aqui uma revolução popular. Família Gaviões da Fiel, tá na hora de uma postura mais ofensiva!