28 abril 2006

Modernidades...



Pra quem nasceu até metade dos anos 80, rolava no imaginário coletivo (pra criançada, então, era forte) idéias de como seria o ano 2000. O apocalipse, enfim, chegaria. Ficava particularmente irritado pois, ao fazer as contas, tomava conhecimento de que iria dirigir pouco tempo, já que completaria 18 anos apenas a três meses do juízo final. Porém, e paradoxalmente ao fim, vislumbrávamos quais seriam as fantásticas inovações tecnológicas que iriam marcar o século XXI.

Naves, computadores fantásticos, robôs. Tudo isso, impossível naqueles tempos de sucessivos planos econômicos que sucateavam ainda mais o país, parecia estar distante do nosso alcance, e o mais otimista pensava que só poderia dar algo do gênero para o seu neto. Mas o mundo se dinamizou em menos de dez anos e cá estamos na era do capital-informação e da conectividade plena com a internet. Naves? O Brasil acaba de lançar seu primeiro astronauta ao espaço, mesmo não sendo num veículo feito por aqui. Computadores fantásticos? Sim, com qualquer mil reais à prestação, compra-se um PC capaz de realizar coisas impensáveis há 15 anos, como bater um papo com um amigo que está no Japão. Robôs? Toda a indústria está cheia deles.

Tudo muito maravilhoso até aqui. Porém a era da alta tecnologia nos trouxe também algumas futilidades inúteis. Assistindo a um programa que reunia as melhores propagandas do mundo, a apresentadora se revolta contra as descargas automáticas. De fato, é uma invasão de privacidade e bem anti-higiênico. Quando se mija, quem sofre são as mulheres, já que não há tempo suficiente para que elas levantem antes de tomar uns respingos da enxurrada. O problema se estende aos homens na hora de cagar. Além disso, um ponto bastante delicado é posto em discussão: quem não curte dar uma olhadinha na obra recém-executada?

O seu cocô é uma das poucas coisas que o ser humano pode chamar de realmente seu. É inalienável. E todo mundo, sem exceção, dá aquela conferida depois de uma bela cagada. A descarga automática, então, acaba com qualquer possibilidade de se contemplar o exemplar, que muitas vezes são surpresas agradáveis. Certa feita, fiz um J. Mas arrasador foi meu H, maiúsculo. E devidamente registrado. Mas e se algum dia lá estou num desses vasos cibernéticos e consigo fazer um E em letra de mão? A descarga automática é, no limite, uma tentativa de expropriação do cocô.

Adicionemos a esta lista de futilidades o maldito secador elétrico de mão - sempre discuto isso com o Barneschi, que já publicou algo a respeito em seu blog (link aí do lado). Além de ser politicamente incorreto do ponto de vista ecológico, gastando milhares de kWatts, não oferece eficácia nenhuma. Fora que toda vez que lavamos o rosto, não temos como nos secar e somos forçados a entrar numa daquelas cabines que estão sempre sujas e fedorentas pra caçar um teco de papel.

Reforço que sou totalmente favorável aos avanços tecnológicos. O problema é que junto a um monte de benefícios vêm essas pequenas bobagens que nos incomodam sobremaneira. Assim como nos anos 80, ao lado de tanta genialidade, havia um monte de bosta. Curioso que, nesse caso, a descarga automática seria de grande utilidade.

24 abril 2006

Mudança do CEP

Amigos, mudamos a casa. O Blig tava insuportável... Nova postagens em breve.

Vou primeiro passar o arquivo pra cá.


Hasta!